Carlos Reutemann

Ex-piloto argentino de F1
por Marcos Júnior Micheletti
 
O ex-piloto argentino Carlos Alberto Reutemann, ou apenas Carlos Reutemann, morreu aos 79 anos, no dia 7 de julho de 2021, após complicações provocadas por uma hemorragia abdominal.
 
Reutemann deixou a viúva Verónica Ghio, com quem estava casado há 15 anos, seu segundo matrimônio. O ex-piloto teve duas filhas, ambas de seu primeiro casamento (com Micha Reutemann): Mariana e Cora, esta última a mãe do seu único neto, Santiago Bautista Diez Reutemann.
 
Reutemann nasceu na Província de Santa Fé em 12 de abril de 1942, e iniciou no automobilismo regional argentino aos 23 anos, pela categoria Turismo Mejorado, em 30 de maio de 1965, pilotando um Fiat 1500 na etapa de La Cumbre (Córdoba). Não chegou a completar sua primeira corrida após largar em sexto lugar, com problemas mecânicos.
 
Ele era senador em seu país.
 
Em 6 de maio de 2021 foi internado em um Hospital de Santa Fé, com quadro de anemia em razão de uma hemorragia digestiva. De acordo com notícia do jornal "Clarín", Reutemann passou por um tratamento em 2017 contra um câncer no fígado. Na ocasião, o ex-piloto foi submetido a uma cirurgia nos Estados Unidos que durou cerca de sete horas.
 
Em seguida foi transferido para um hospital em Rosário, onde permaneceu na UTI até 16 de maio, quando apresentou melhora e foi transferido para um quarto comum. Cinco dias depois, em 21 de maio, recebeu alta hospitalar, mas voltou a ser internado no começo de julho e acabou morrendo no dia 7 do referido mês.
 
PRIMEIRA VITÓRIA NO AUTOMOBILISMO
 
A primeira vitória de Reutemann no automobilismo aconteceu pela Turismo Mejorado aconteceu em 11 de julho de 1965, a bordo do mesmo Fiat 1500, em Villa Carlos Paz (Córdoba).
 
Lole, seu apelido, estreou na Fórmula 1 em 1972 com um carro da Brabham, equipe pela qual competiu até 1976.
 
Durante esse período, Reutemann venceu quatro corridas. Em 1974, seu primeiro triunfo no GP da África do Sul e outras duas: Áustria e Estados Unidos, o que lhe rendeu o sexto lugar no campeonato.
 
Em 1975 teve um ano mais regular, e apesar de apenas uma vitória (GP da Alemanha) fechou a temporada na terceira colocação.
 
Em 1977 fez 12 corridas pela Brabham-Alfa Romeo e uma pela Ferrari. Voltou a vencer apenas dois anos depois, em 1977, já pela Ferrari, no GP do Brasil, disputado no antigo traçado de Interlagos. Fechou o ano como quarto  colocado, exatamente no campeonato vencido por seu companheiro de equipe, o austríaco Niki Lauda.
 
Em 1978 teve um grande ano na Ferrari, mas o domínio das fabulosas Lotus 78/79 dotadas de efeito solo (projeto de Colin Chapman), impediu o sonhado título do argentino, que terminou a temporada em terceiro lugar, uma posição à frente de Lauda, ainda seu companheiro na Ferrari. Mario Andretti acabou com o título e Ronnie Peterson, mesmo depois de morto, ficou com o vice-campeonato.
 
Transferiu-se exatamente para a Lotus em 1979, mas a equipe inglesa não repetiu o desempenho da temporada anterior e Reutemann terminou o ano em sétimo lugar, mesmo assim melhor que Andretti, seu companheiro de equipe, o 12º.
 
Foi contratado pela Williams em 1980, e novamente repetiu um bom campeonato, terminando em terceiro, mas superado por seu companheiro de equipe, o australiano Alan Jones. Nesse ano, Reutemann venceu uma corrida, o GP de Mônaco.
 
Em 1981, ano do primeiro título de Nelson Piquet na Fórmula 1, Reutemann esteve próximo de vencer o campeonato, mas a disputa interna com Jones acabou por impossibilitar sua conquista. O argentino foi vice-campeão, com 49 pontos, um a menos que Piquet. Venceu duas corridas: os GPs do Brasil e da Bélgica.
 
Participou apenas de duas corridas em 1982, também pela Williams. Subiu ao pódio pela última vez no GP da África do Sul com um segundo lugar e depois correu o GP do Brasil, mas não completou a prova.
 
Foi o mais representativo piloto argentino depois do heptacampeão Juan Manuel Fangio, e após deixar as pistas dedicou-se à política, tendo sido governador da Província de Santa Fé e atualmente é senador, também por Santa Fé.
 
Nunca venceu uma prova de F1 disputada em seu país, mas subiu ao pódio do GP da Argentina em três oportunidades: 1975 e 1977 (ambas em terceiro lugar) e em 1979, em segundo lugar.
 
Em compensação, venceu o GP do Brasil por três vezes, duas em Jacarepaguá (1978 e 1981) e uma em Interlagos (1977).
 
Uma das especialidades de Lole, lembrada por um saudoso fã brasileiro, Waldemar Micheletti, eram as largadas:
 
"Nunca vi nenhum piloto largar tão bem quanto ele", dizia Waldemar.
 
SOBRINHO PILOTO
 
Ian Reutemann, sobrinho de Carlos Reutemann, com boas conquistas no kart, testou um monoposto da F4 Sul-americana em 04 de setembro de 2017, no circuito uruguaio de Mercedes. Clique aqui e veja a matéria completa do teste do piloto, então com 14 anos.
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Pela Fórmula 1:

Disputou 146 GPs e venceu 12 corridas (quatro pela Brabham, cinco pela Ferrari e três pela Williams).

Foi vice-campeão em 1981 pela Williams e conquistou seis pole-positions.

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