Carlos Germano

Ex-goleiro do Vasco
Por Marcelo Rozenberg
 
Carlos Germano, grande goleiro do Vasco da Gama na década de 1990, nasceu em Domingos Martins, Espírito Santo, em 14 de agosto de 1970. Foi personagem marcante da história do clube carioca, onde foi revelado e que defendeu em 632 jogos entre 1990 e 1999. Em 8 de abril de 2020 foi anunciado como preparador de goleiros do Clube de Regatas Vasco da Gama.
 
Passou também por Santos, Portuguesa, Internacional-RS, Botafogo-RJ, Paysandu, América do Rio de Janeiro, Madureira e Penafiel, de Portugal. Defendeu também a Seleção Brasileira em 8 jogos, segundo o livro "Seleção Brasileira ? 90 Anos", de Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, com seis vitórias, dois empates e oito gols sofridos.

Em 2011, o ex-goleiro trabalhava como preparador de goleiros do Vasco e participou da conquista da Copa do Brasil. No ano seguinte lançou sua candidatura a vereador em Cachoeiras de Macacu pelo PMDB, mas não foi eleito, contabilizando 194 votos.
 
Em dezembro de 2014 o ex-goleiro foi demitido do Vasco da Gama. Em 14 de janeiro de 2015 iniciou trabalho no Doze Futebol Clube, de Vitória-ES, como auxiliar técnico do time principal, cujo técnico era seu companheiro de Vasco da Gama, Sorato.
 
O ex-goleiro voltou ao Vasco em março de 2020, novamente para a função de preparador de goleiros. Carlos Germano permaneceu no Gigante da Colina até o dia 4 de março de 2021, quando foi demitido do clube. 

Pendurando as luvas

Ao encerrar a carreira prosseguiu no futebol, passando a atuar como preparador de goleiros. Tem também formação de treinador. Em 2008, estava trabalhando com os goleiros do Joinville, de Santa Catarina. Depois, na metade do ano, tornou-se um dos membros da comissão técnica no time de Zico, no Rio de Janeiro.

Germano tinha tanta identificação com o Vasco que soltou certa vez uma frase que ficou marcada. "Em todos os outros clubes em que atuei, com exceção do Penafiel, enfrentei o Vasco. Mas vestir rubro-negro nem pensar?, afirmou, referência contudente de antipatia pelo Flamengo.

Pelo Vasco, conquistou inúmeros títulos com destaque para o Campeonato Carioca em 1992, 1993, 1994 e 1998, o Brasileiro de 1997, a Libertadores de 1998 e o Torneio Rio-São Paulo de 1999. Pela Seleção Brasileira conquistou o Campeonato Sul Americano Sub-20 em 1988 e a Copa América de 1997.
 
Em 04 de março de 2017, o UOL publicou uma matéria sobre Carlos Germano, assinada pelos jornalistas Adriano Wilkson e Vanderlei Lima, que segue abaixo, na íntegra:
 
Carlos Germano é o segundo jogador que mais atuou com a camisa do Vasco, perdendo apenas para o ídolo Roberto Dinamite. Mas as 632 partidas do ex-goleiro com a camisa cruz-maltina não foram suficientes para lhe fazer campeão mundial, apesar de ele ter ficado quatro vezes perto disso.

Em entrevista ao UOL Esporte, o campeão brasileiro (97) e da Libertadores (98) lembrou seus quatro "quase títulos mundiais", dois com o clube carioca e dois pela seleção brasileira. Em 1998, ele foi vice mundial depois que o Vasco perdeu a final para o Real Madrid no Japão. No mesmo ano, já tinha sido vice da Copa da França com a seleção, sendo goleiro reserva de Taffarel.

Em 2000, a maior decepção da sua carreira. Por um desentendimento com a diretoria vascaína, Germano ficou de fora do elenco que disputou o Mundial da Fifa, no Rio. O Vasco acabaria sendo vice outra vez, perdendo a final para o Corinthians. "Eu poderia ter sido campeão mundial com o Vasco", lembra o ex-goleiro.

Em 2001, Germano participou do grupo que disputou a Copa das Confederações sob o comando de Emerson Leão, mas quando Luiz Felipe Scolari assumiu a seleção, o vascaíno deixou de ser convocado e acabou vendo o pentacampeonato de casa.

Em meio a tantas decepções e "quases", Germano não tem dificuldade de elencar a maior delas:

"[A maior decepção] Foi eu não poder participar do Mundial de 2000", disse Germano, que hoje é preparador de goleiros do Estrela do Norte, do Espírito Santo, seu estado natal. "Eu estava na briga com o clube e fiquei de fora. O Eurico [Miranda] era o vice e decidia tudo. Meu problema foi com o contrato", explicou ele.

O acordo entre o goleiro e o clube venceria perto do Mundial, e enquanto o Vasco gostaria de prorrogá-lo até depois do torneio, Germano preferia uma prorrogação maior.

Mark Thompson /Allsport/Getty Images

 

"No final, eu acabei assinando a prorrogação e fui afastado. Depois aconteceram vários problemas em cima disso. Eu queria muito ter disputado aquele Mundial aqui no Brasil, mas eles alegaram que eu não estava com a cabeça boa para disputar, tentaram arrumar uma desculpa".

Mesmo assim, ele lembra com saudade dos 15 anos em que ficou em São Januário. "Isso pra mim é uma satisfação muito grande, é um orgulho até porque é o time que eu gosto, torço. Sou vascaíno, foi uma experiência muito grande".

Derrota para o Real no Japão ainda está entalada

Depois de vencer sua única Libertadores até hoje, o Vasco de Germano chegou à final em Tóquio para enfrentar o Real Madrid, que à época tinha o lateral Roberto Carlos e o meia Raul. Foi Raul, aliás, que fez o gol do título em um contra-ataque fulminante no fim da partida.

Antes disso, Felipe tinha tido duas chances de matar o jogo para o Vasco. "No segundo tempo a gente estava bem melhor que o Real", lembra Germano. "Depois de empatar a gente teve duas chances pra matar o jogo e não conseguimos. No vestiário a lamentação toda foi em relação a isso, porque a gente tinha condições de ganhar o jogo".

Hoje aos 46 anos, ele já até fez cursos para ser técnico e não descarta um dia assumir essa função. Mas, por enquanto, pretende continuar usando sua experiência para orientar jovens goleiros. 

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Vasco:

Pelo Vasco, conquistou inúmeros títulos com destaque para o Campeonato Carioca em 1992, 1993, 1994 e 1998, o Brasileiro de 1997, a Libertadores de 1998 e o Torneio Rio-São Paulo de 1999. Pela Seleção Brasileira conquistou o Campeonato Sul Americano Sub-20 em 1988 e a Copa América de 1997.

Seleção Brasileira:

Defendeu também a Seleção Brasileira em 8 jogos, segundo o livro "Seleção Brasileira ? 90 Anos", de Antonio Carlos Napoleão e Roberto Assaf, com seis vitórias, dois empates e oito gols sofridos.

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