Beristein

Ex-ponta-esquerda da Portuguesa Santista
Tomas Francisco Beristein, o Beristein, ponta-esquerda da Portuguesa Santista em 1940, atualmente tem paradeiro desconhecido, segundo informa o leitor Walter Roberto Peres.
A informação foi nos dada pelo internauta Walter Roberto Peres, de Santos (SP), que também nos enviou o texto abaixo, escrito por Hermes Barsotti, presidente da Burrinha em 1941.
"Beristein firmou contrato com a A.A. Portuguesa acidentalmente - este é o termo - e pela argúcia esportiva do saudoso dinâmico presidente Alberto de Carvalho.
Dirigia-se o atleta para a Europa, vindo da Argentina, sua terra natal, onde tivera jogado na equipe do Platense, isto em meados de 1940, quando ao atracar o navio no porto de Santos, desejou tomar contato com a bola e fazer exercícios físicos. A viagem prendia-se a um contrato que ele iria firmar com um dos mais categorizados clubes europeus.
Tendo-lhe sido indicado o campo da A.A. Portuguesa, para lá se dirigiu Beristein. Em Ulrico Mursa, assistindo ao treino do clube estava Alberto de Carvalho, que repentinamente começou a ficar maravilhado com a forma com que Beristein aplicava suas fintas, batia faltas e dominava completamente a pelota, deixando seus companheiros de treinamento atônitos com o malabarismo incrível praticado pelo famoso craque argentino.
Alberto de Carvalho, com seu linguajar irreverente, porém sincero e de homem autêntico que era (suas palavras ásperas eram ditadas mais pelo seu temperamento, pois era conhecedor profundo de nosso vernáculo, não tivesse sido ele um brilhante jornalista da época) chamou seus diretores de esporte e exclamou: "Contratem esse homem, custe o que custar, pois é um verdadeiro e portentoso craque".
A primeira providencia de Alberto de Carvalho - e a principal - foi de fazer o craque perder o navio, permanecendo em Santos. Contando também com o auxílio de outro atleta da Portuguesa, também argentino, o lateral direito Baigorrya, conseguiu que o fenomenal craque firmasse contrato por um ano com a Portuguesa. O contrato terminou em meados de 1941, para grande desolação da torcida rubro-verde que tinha por Beristein uma verdadeira adoração.
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O argentino tornou-se, na época, até atração na praia. Residindo na pensão São João, localizada na Avenida Vicente de Carvalho (Praia do Boqueirão), quando fazia sua recreação na areia com uma pequena bola de borracha - "pelota de goma", - como ele dizia -, um elevado número de assistentes de ambos os sexos (mais feminino, é claro) ficava em torno dele, enquanto a turma ficava de boca aberta, pelo que ele conseguia fazer com tão pequena bola.
Beristein já se havia consagrado um verdadeiro craque na acepção da palavra, tanto na platéia santista como na paulistana (pena que não houvesse na época transmissão dos jogos pela TV), fosse torcedor de que clube fosse.
Uma das mais brilhantes atuações de Beristein foi na partida disputada pela Portuguesa contra o Corinthians e tenho certeza de que os que tiveram a ventura de assisti-la ainda conservam viva a imagem dessa partida em suas retinas.
No jogo contra o valoroso S.C. Corinthians Paulista - em memorável tarde, quando a Associação Atlética Portuguesa conseguiu vencer seu aguerrido e leal adversário pelo significativo placar de 5x2, tendo Beristein marcado três gols, com mais um injustamente anulado pelo árbitro (consignado de forma magistral de bicicleta, - a mais de 25 metros), o que lhe valeu a maior consagração prestada a um craque no tradicional Estádio Ulrico Mursa*.
Beristein, posteriormente não renovou contrato porque teve de regressar à sua pátria, chamado por seus familiares, que o queriam junto deles por razão da II Guerra Mundial.
A diretoria, tendo que aceder diante dos motivos expostos, ofereceu-lhe um jantar na noite de sua partida de regresso à Argentina. Beristein, durante o jantar, afirmou que jamais se esqueceria de Santos e que se porventura um dia voltasse a jogar no Brasil, poderíamos estar certos que somente o faria na A.A. Portuguesa.
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Hermes Barsotti?


*Segundo o "Almanaque do Corinthians", de Celso Dario Unzelte, o jogo em questão aconteceu no dia 14 de julho de 1940, no estádio Ulrico Mursa, apitado por Antônio Janeiro. A partida terminou em 4 a 2 para a Portuguesa Santista, com dois gol de Beristein (um deles de pênalti) e dois de Carabina. Carlinhos, também com dois gols, descontou para o Corinthians.
O Timão, do técnico Armando del Debbio, entrou em campo com Pio, Agostinho e Dedão; Jango, Brandão e Munhoz; Lopes, Servílio, Teleco, Dino e Carlinhos.
Naquela tarde, a Portuguesa Santista iniciou a partida com Rato, Bompeixe e Ary Fernandes; Cabo Verde, Ary Silva e Antero; Jerônimo, Armandinho, Carabina, Rato e Beirstein.
por Gustavo Grohmann e Rogério Micheletti (com colaboração de Walter Roberto Peres)
O argentino Beristain, ex-ponta-esquerda do San Lorenzo e da Portuguesa Santista, a simpática Briosa, é um grande representante da época romântica e maravilhosa de nosso futebol, lá pelos anos 30 e 40.
Craque e argentino, Beristain jogava por prazer e até hoje é lembrado por façanhas tão extraordinárias que viraram lenda e folclore.
Uma delas dá conta que Beristain batia pênaltis e escanteios... de letra!!! E que, imaginem, chegou a marcar dois gols olímpicos em um jogo cobrando o "corner" de calcanhar!!! É mole?
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De qualquer forma, aqui estão imagens do "desaparecido" Beristain. Tanto que publicamos aqui o e-mail de Walter Roberto Peres que no dia 29 de abril de 2008.

Jogador Beristein

MILTON, FAVOR NOTAR EM ANEXO MAIS DUAS FOTOS DO EX-JOGADOR DA PORTUGUESA SANTISTA, O BERISTAIN. CONSULTEI O SITE DO CLUBE (SAN LORENZO DE ALMAGRO) E O JORNAL "EL GRÁFICO", MAS OS MESMOS DESCONHECEM O SEU PARADEIRO. PRIMEIRA FOTO: BERISTEIN NO SAN LORENZO POR VOLTA DE 1938. SEGUNDA FOTO: BERISTAIN NA CAPA DA REVISTA "EL GRÁFICO".


Veja Beristein em 1935, quando o ex-ponta defendia o Clube Platense, da Argentina. A foto nos foi enviada por Walter Roberto Peres.

Beristein foi capa da famosa revista argentina "El Gráfico". À época, ele defendia o San Lorenzo de Almagro.

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