Benitez

Ex-zagueiro do Corinthians
por Marcos Júnior Micheletti
 
Ronaldo Gonçalves Benites, o Benitez (com "z"), como ficou conhecido no futebol), foi um excelente zagueiro central que atuou no Corinthians em 1962 como profissional, mas, infelizmente, devido a uma grave contusão no joelho, fez apenas dois jogos pela equipe principal.
 
Nascido no Rio de Janeiro em 25 de maio de 1943, Benitez veio pequeno para São Paulo, morar no bairro do Butantã. Seu pai, o senhor Ruy Perez Benites (já falecido), era jóquei e participava de competições no Jóquei Clube de São Paulo. Sua mãe, também falecida, chamava-se Irinea Gonçalves Benites.
 
Como filho de funcionário do Jóquei, Benitez estudou o primário na Escola do Jóquei Clube de São Paulo. Os melhores alunos ganhavam uma bolsa de estudos para escolas particulares, e Benitez, aluno aplicado, foi um dos vencedores, cursando o ginásio no Colégio Castro Alves e o colegial no Colégio Piratininga.
 
No time amador do Paineirinha, na Rua Miragaia, no Butantã, Benitez deu seus primeiros passos rumo à carreira futebolística, junto do amigo Vital Bataglia, jornalista esportivo.
 
A paixão pelo Corinthians, levou o garoto, então com 15 anos, a treinar no Parque São Jorge, em longas viagens de ônibus que levavam duas horas, desde o Butantã até o Tatuapé.
 
Ele ia escondido dos pais, e durante três meses ficou sendo observado pelos técnicos corintianos, até ser chamado para integrar o Infantil do Timão.
 
Junto com Benitez, jogavam Abib, Eduardo e Roberto Bataglia (primo do jornalista Vital Bataglia), entre outros.
 
Foi vice-campeão paulista infantil em 1959, quando finalmente seu pai descobriu que o filho estava jogando futebol.
 
"Tomei uma surra do papai, com o chicote que ele usava nos cavalos", confessou Benitez, entrevistado pelo Portal  Terceiro Tempo, em 10 de novembro de 2009.
 
De tanto insistir, mostrando que era titular do Corinthians, o pai, corintiano roxo, ficou convencido do talento do filho e virou seu fã número1, acompanhando o menino às partidas que disputava, nas preliminares da equipe principal do Corinthians no Pacaembu e Parque São Jorge.
 
Em 1960 e 1961 foi vice-campeão paulista pelo Corinthians, já como juvenil e foi convocado por Rubens Minelli para integrar a Seleção Paulista de Novos, onde conquistou mais um vice-campeonato, perdendo a final para os Cariocas, que jogavam em casa.
 
Foi profissionalizado aos 17 anos, mas, infelizmente, em um jogo amistoso no Parque São Jorge, Benitez sofreu uma grave contusão no joelho direito que abreviou sua promissora carreira.
 
"Foi uma dividida, contra o centroavante adversário, e o nosso goleiro participou da jogada. Meu joelho foi atingido e minha perna dobrou e ficou travada, uma dor insuportável. Meu pai estava no alambrado, assistindo a partida e, o médico, na hora, disse que eu havia quebrado a perna. Foi quando eu me desesperei", lembrou emocionado Benitez.
O jogador foi operado e quando retornou ao Corinthians enfrentou muitos problemas para sua recuperação, pois seu joelho não conseguia fazer o movimento de flexão como antes e inchava muito após as partidas.
 
"O Corinthians bancou todo o meu tratamento e pagava meus salários regularmente, mas eu nunca era escalado, pois tinha que tomar injeções fortíssimas no joelho, com medicamentos para aliviar a dor. Além disso tinha que fazer "punções? para retirar o sangue que se acumulava no local?, contou Benitez.
 
Após conversar com Leonardo Mônaco, diretor de futebol do Corinthians e com o presidente Wadih Helou, recebeu passe livre e foi convidado para integrar o elenco do Guarani, de Campinas, que disputava o chamado "torneio da morte?, um quadrangular em 1963 que iria manter os dois melhores na elite do futebol paulista, do qual participaram o Botafogo e o Comercial de Ribeirão Preto, o Corinthians de Presidente Prudente e o Guarani.
 
Além de Benitez, o Bugre contratou jogadores experientes de várias equipes para tentar (e conseguir) livrar-se do rebaixamento, como Felício (Corinthians), Américo Murolo e Hélio Porini (ambos do Palmeiras).
Mesmo com as limitações físicas, Benitez continuava chamando atenção de empresários, encantados com o porte físico e a excelente noção de cabeceio do zagueiro, o que motivou o clube uruguaio do Wanderers a contratá-lo.
Permaneceu pouco tempo na capital Montevidéo, regressou ao Brasil e encerrou sua carreira.
 
Durante o tempo em que jogou, pelas categorias de base do Corinthians e como profissional foi treinado por: Gim Lopes (argentino), Freitas Solich, Rato, Rubens Mineli, Martim Francisco e Francisco Sarno.
 
Como sabia lidar com animais, principalmente cavalos, devido à experiência de seu pai, especializou-se em cuidar da montagem e administração de vários haras, nas cidades de Sorocaba, Porto Feliz e Avaré.
 
Hoje aposentado, o simpático Benitez vive com a mulher Guinar em um chácara às margens da represa Billings, onde sua filha Daniela também tem um propriedade.

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Pelo Corinthians:

Atuou profissionalmente em dois jogos, no ano de 1962. Contra o Nacional-SP (2 a 1 para o Corinthians) e contra um Combinado Regional de Laranjal (6 a 0 para o Corinthians).
Fonte: Almanaque do Timão, de Celso Unzelte

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