Azambuja

Ex-meia do São Paulo FC e contato comercial da Jovem Pan

Por Milton Neves

Antonio Ferreira D´Azambuja, o Azambuja, meio-campista do São Paulo de 1946 a 1949, morreu no dia 3 de agosto de 2010, na cidade de São Paulo.

Nascido em Portugal no dia 10 de novembro de 1925, Azambuja ficou na reserva do Tricolor por muito tempo, pois o São Paulo tinha como titulares da famosa linha média Rui, Bauer e Noronha.
Pelo time do Morumbi, o português Azambuja atuou em 33 partidas (19 vitórias, 3 empates, 11 derrotas) e conseguiu o título do Paulistão de 1949.

Azambuja era um atleta polivalente e atuava em cinco posições. Ao encerrar a carreira foi levado pelo "biblíco" Paulo Machado de Carvalho para o seu grupo Record de Comunicação. "Dr.Paulo"  fez o mesmo com Leônidas da Silva, o "Diamante Negro".

Da TV Record, Azambuja migrou para a Rádio Jovem Pan pelas mãos de A.A.A de Carvalho  (Antonio Augusto Amaral) - o "Seo Tuta", tornou-se ótimo contato comercial.

Na emissora, Azambuja trabalhou por anos e anos ao lado de Dilo Gonçalves, Fernão Pompeu, Paulinho Gonçalves, Carlos "Carlão" de Carvalho, Marcelo Mainardi e tantos outros belos profissionais da publicidade.

Grande Azambuja, que Deus o tenha! 

 

A respeito de Azambuja, ex-São Paulo, TV Record e Jovem Pan, o site Terceiro Tempo recebeu o seguinte e-mail, de Anna Luiza Rosa e Fernando Alécio, no dia 21 de dezembro de 2005:

Não é comum ver jogadores europeus atuando no futebol brasileiro, mas nos anos 40 o São Paulo teve um centro-médio português que, embora não tenha se firmado no time titular, até hoje é lembrando com carinho pelos torcedores mais antigos. "Naquela época, o são-paulino se habituou a chegar bem cedo ao estádio do Pacaembu, pois diziam que o time de aspirantes era tão bom quanto o time principal, que tinha Leônidas da Silva e era chamado de Rolo Compressor", lembra Azambuja, o português que era uma das estrelas daquela equipe suplente do Tricolor.
Com 80 anos completados no último dia 10 de novembro, Antônio Ferreira D´Azambuja chegou ao Brasil com oito anos de idade. Em sua infância, em Portugal, jogava futebol em um lugarejo onde a bola era feita de bexiga de porco. Na capital paulista, começou no Saldanha da Gama, um time de várzea do bairro onde morava. Foi ali que acabou sendo descoberto por Vicente Ítalo Feola, na época diretor do São Paulo. "Feola me viu jogar num amistoso do Saldanha da Gama contra o São Paulo e depois do jogo foi até minha casa, junto com o tenente Porphírio da Paz, convencer o meu pai a deixar eu treinar no São Paulo".
Sua primeira partida pelo juvenil do Tricolor foi contra o Colégio Arquidiocesano, da Vila Mariana. Já na estréia ganhou a fama de briguento, pecha que lhe acompanhou até o fim da carreira. "Começou uma briga generalizada, então arranquei da cerca de madeira um pedaço de pau com pregos e saí correndo para cima dos adversário, que eram gatos, ou seja, eram maiores que nós", recorda o ex-jogador, que só parou de bater nos rivais quando Feola ordenou. "Eu não era encrenqueiro, só não gostava de apanhar", defende-se.
A partir daquele dia, com 15 anos, Azambuja passou a ser o líder da equipe. Além da bravura, ele também se destacou pelo bom futebol. Foi um centro-médio que mesclou raça e técnica e formou com Hélio e Jacó a linha média reserva dos intocáveis Rui, Bauer e Noronha.
Em 1942, foi campeão paulista de aspirantes ao lado de Bauer. A escalação ele tem na ponta da língua. "O time era Noveli, Saveri, Tristão, Justi, Bauer e Azambuja, Pinho (Cascãozinho), Serginho, Antoninho, Rubens e Leopoldo". No jogo que valeu o título, contra o Palestra Itália (hoje Palmeiras), o português brigou com os palestrinos, com o árbitro e até com a polícia. "Mas valeu, pois fomos campeões invictos", relembra, orgulhoso. Dos cinco títulos paulistas conquistados pelo São Paulo naquela década (1943, 1945, 1946, 1948 e 1949), Azambuja teve maior participação no último, quando jogou várias partidas no lugar de Bauer. Por ironia do destino, Vicente Feola, que o trouxe para o Tricolor, foi também o pivô de sua saída do clube. Azambuja explica: "Houve um mal entendido. Eu estava machucado e fiquei em casa me recuperando, mas o médico esqueceu de avisar ao Feola e ele achou que eu estava relaxado, que havia largado o time", conta o ex-jogador.
Por conta desta falha de comunicação, Azambuja foi afastado e em seguida negociado. Após sua saída do São Paulo, andou por clubes pequenos como Ferroviária e Juventus antes de pendurar as chuteiras. Ele lembra que, ao deixar o Tricolor, o Flamengo demonstrou interesse no seu futebol, mas Feola, magoado, impediu sua transferência ao time carioca. Mesmo assim, Azambuja garante que não guarda mágoas do ex-treinador, muito pelo contrário. "Sempre admirei o Feola e nunca deixei de amar o São Paulo, só tenho mágoa daqueles que me traíram", desabafa, sem citar nomes.
Encerrada a carreira de jogador, Azambuja foi trabalhar na TV Record, onde permaneceu por cerca de 50 anos.
Uma festa no CCT Para festejar os 80 anos do craque, a SPNet levou Azambuja para uma visita ao Centro de Concentração e Treinamento do São Paulo, no bairro paulistano da Barra Funda. A visita ocorreu no dia 29 de outubro e foi marcada pela emoção. "Não acredito que aquele time que nem campo tinha se tornou tudo isso aqui?, impressionou-se ao entrar no CCT e deparar-se com os campos, os jardins e toda a modernidade e mordomia que os jogadores de hoje têm à sua disposição. "No meu tempo, não tínhamos nem onde treinar. Só quando o São Paulo comprou o terreno do Canindé é que passamos a ter um local de treinamento", recorda.
Azambuja foi recebido com muito carinho no CCT, não só pelos jogadores, mas também pelos dirigentes e funcionários do clube. Até os atletas mais jovens, que provavelmente nunca tinham ouvido falar do ex-jogador, se encantaram com sua simpatia e simplicidade.
Alguns aproveitaram para absorver um pouco da experiência do craque. Foi o caso do novato Hernanes, de 20 anos, que conversou bastante com Azambuja, ouviu atentamente os seus conselhos e, ao final do papo, pediu para a repórter da SPNet, Anna Luiza Rosa, tirar um foto dele com o ilustre visitante.
Também foram muito atenciosos com Azambuja o técnico Paulo Autuori, o superintendente Marco Aurélio Cunha, o assessor de imprensa Juca Pacheco e o presidente do clube, Marcelo Portugal Gouvêa.
Mas o auge da visita foi o encontro com o goleiro Rogério Ceni. Depois de muitos abraços, sorrisos e elogios de ambas as partes, Azambuja não conteve as lágrimas. "Quando eu parar de jogar, quero ter o reconhecimento que o Azambuja teve hoje aqui", disse o capitão tricolor.
Ao deixar o CCT, o português do São Paulo dos anos 40 perdeu o olhar pelo lugar, agradeceu a SPNet e, mais uma vez, se emocionou.
Anna Luiza Rosa e Fernando Alécio

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