Assis

Ex-meia do Fluminense e Atlético-PR
por Rogério Micheletti

Benedito de Assis da Silva, o Assis, grande ídolo também da torcida do Atlético Paranaense nos anos 80, morreu na madrugada de 6 de julho de 2014, aos 61 anos, vítima de problemas renais, em Curitiba. Ele deixou esposa e dois filhos. 
 
Assis residia no bairro Água Verde, área nobre de Curitiba (PR).

Em 2007, assumiu o cargo de coordenador técnico das categorias de base do Fluminense. Mas continua dizendo que seu grande sonho é trabalhar no futebol paulista, segundo ele, a grande vitrine do Brasil. Assis já trabalhou no Rio Branco (ES) e nas as divisões de base do Volta Redonda (RJ), na Cidade do Aço. Na empreitada, formou dupla com o ex-goleiro Ronaldo, que jogou no São Paulo.

Nascido na capital paulista e criado no bairro da Vila Prudente, na Zona Leste, Assis começou a carreira jogando Futsal no lá mesmo, no Vip´s Clube. No futebol de campo, seu início foi no Clube Atlético Juventus, em 1970. Ainda juvenil, deixou o tradicional clube da Mooca e foi jogar na Portuguesa. Sem muitas esperanças de fazer sucesso nas equipes profissionais do Canindé, Assis chegou a desistir do futebol, mas retornou em 1975 para jogar no São José (SP). No ano seguinte aconteceu a transferência para a Inter de Limeira e logo em seguida ele foi jogar na Francana, onde foi um dos destaques da equipe na conquista da divisão intermediária.

Em 1978, já na divisão principal, a Francana fez boa campanha no Paulistão e chegou ao sexto lugar. O futebol de Assis mais uma vez se destacou e despertou o interesse dos dirigentes são-paulinos, que o contraram em 1979. "Foi no São Paulo que ganhei o apelido de Assis Perna Longa. O Milton Neves e o Henrique Guilherme, repórter, me entrevistavam e viviam me chamando de Perna Longa. Até hoje o Milton fala isso quando mostra gols meus. É engraçado", disse o ex-meia em entrevista, que fez 88 jogos pelo time são-paulino. Segundo o "Almanaque do São Paulo", de Alexandre da Costa, foram 40 vitórias, 31 empates e 17 derrotas.
 
Em 1981, logo após deixar o São Paulo, Assis conheceu Washington no Beira-Rio. "Eu fui para o Inter e o Washington estava fazendo testes, mas ele não foi aproveitado. Em 1982, nós voltamos a nos encontrar no Atlético Paranaense e lá vivemos um grande momento." Depois de conquistar o título paranaense, a dupla, batizada de "Casal 20", seriado exibido no começo dos anos 80, foi jogar no Fluminense.

Em 1983, Assis marcou um gol inesquecível na sua carreira na final do Carioca contra o Flamengo. "Aquele gol não sai da minha memória. Foi emocionante, principalmente porque foi no final da partida e conquistamos o título", relembra. Em 84, ele ao lado de Washington, Branco, Romerito, Ricardo Gomes, Tato e outras feras, ajudaram o Tricolor das Laranjeiras a conquistar o primeiro título brasileiro. Na ocasião, o técnico do Flu era Carlos Alberto Parreira, um dos melhores treinadores brasileiros, segundo o próprio Assis. "O Parreira, que sempre foi muito estudioso, fez um trabalho baseado no futebol europeu. Ele pegava taipes e nos mostrava. O forte da equipe era a marcação."
Até hoje, Assis costuma conversar muito com seu parceiro de ataque do Furacão e do Fluminense, Washington. "A amizade que fizemos fora de campo nos ajudou quando jogávamos. Acho que o segredo para o sucesso de uma equipe é a união", fala o ex-meia.

Em 1988, Assis deixou o Fluminense para jogar no Miami, mas não conseguiu visto de permanência nos Estados Unidos e retornou ao Brasil, assinou com o Paysandu, onde atuou entre 1989 e 1990. Em 1990, ele encerrou a carreira atuando mais uma vez no Clube Atlético Paranaense. Assis era casado e pai de dois filhos: Veridiana Lorena e Gustavo. "Acho que o Gustavo não vai ser jogador", brincava Assis.
 
Encontro com um ídolo

Assis conta que uma de suas maiores emoções foi ter sido homenageado ao lado de Rivellino. "Só o Fluminense mesmo pode promover uma sensação tão maravilhosa. Jamais vou esquecer o encontro com o Rivellino, um grande ídolo e uma pessoa incrível", conta Assis, que foi apelidado por Riva.
"O Rivellino é brincalhão e me chamou de ´Rei Momo da Etiópia´. Aí eu retruquei e o chamei de ´Lutador de Sumô´ e demos risadas. Mas o Rivellino é um exemplo a ser seguido", falou Assis.

No dia 22 de agosto de 2017, Bruno Freitas e Vanderlei Lima, do UOL Esporte, fizeram uma bela matéria sobre Assis e Washington, o "Casal 20". E o Portal Terceiro Tempo reproduziu este magnífico especial, que você pode conferir clicando aqui.

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Pelo São Paulo:

Segundo o "Almanaque do São Paulo", de Alexandre da Costa, foram 40 vitórias, 31 empates e 17 derrotas de Assis com a camisa do Tricolor.

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