Ary Martha

Saudoso dirigente e treinador

por Túlio Nassif

Ary Martha nasceu no dia 27 de dezembro de 1933, em São Paulo. Vítima de enfarto faleceu no dia 25 de março de 1994, na sua cidade natal. Era casado com Odete Ramos Martha, com quem teve dois filhos, Ary Martha Junior e Eder Martha e quatro netos, Luani Macri Martha, Marjorie Luna Macri Martha, Sofia Victoria Tamborrino Martha e Leonardo Orlando de Castro.

Era registrado na Associação Paulista de Treinadores de Futebol e no Sindicato dos Treinadores Profissionais do Estado de São Paulo, onde em ambos fora sócio-fundador. Fez estágios pela Europa, precisamente em Portugal, Espanha, França e Itália, passando por Benfica, Milan, PSG, Real Madri, e Barcelona, no ano de 1973. Pela USP (Universidade de São Paulo), realizou o curso de atualização para Treinadores de Futebol. Além de ser culto, era poliglota, falava italiano e espanhol.

Iniciou sua carreira no futebol profissional na Portuguesa de Desportos, em 1962, em uma função que não existia, a de Supervisor de Futebol. Tinha a obrigação de cuidar de todo o departamento de futebol. Na época, a Lusa possuía apenas uma quadra e uma piscina olímpica.

De 1970 a meados de 1972, trabalhou no América de Rio Preto na função de Supervisor, fez parte da Comissão Técnica comandada por Vail Motta, treinador que levou o América para a divisão de elite do Campeonato Paulista.

Em meados 1972, voltou para a Portuguesa.

Com o passar dos anos, a experiência foi solidificando, pois passou a conviver ao lado de grandes técnicos, dentre eles, Aymoré Moreira, Lula, Cilinho e Otto Gloria, este, grande incentivador de Ary na carreira de treinador.

No famoso erro da contagem dos pênaltis do Armando Marques, na decisão do Campeonato Paulista de 1973, Ary foi quem alertou Otto Gloria sobre o erro. Mas as glórias foram para o Otto Glória.

Como treinador, registrou todos os jogos em agendas que são guardadas até hoje pela família.

Saiu da Portuguesa no final de 1974 e foi trabalhar como Diretor nos Lenços Presidente.

Em 1975, não aguentou ficar fora do futebol e voltou a frequentar o ambiente como Delegado da Federação Paulista de Futebol.

No ano seguinte, em 1976, foi para o Londrina na qualidade de Supervisor, fazendo parte da Comissão Técnica que levou o Londrina, em 1977, quando na oportunidade, fez aquela brilhante campanha de 1977 no Campeonato Brasileiro.

Já em 1978 rumou para o Vila Nova de Goiás, onde deu início ao seu grande sonho, começou a carreira de treinador.

Esteve em diversas equipes, foi um grande recordista comandando clubes, em especial, do interior. Passou pelo Uberlândia-MG em 1978, América-MG em 1978, Saad E.C. em 1979, Agroceres-PR em 1979, Paissandu-PA em 1980, Serrano-BA em 1980, U.L.A. Mérida-VEN em 1981, Portuguesa Santista em 1982, Francana-SP em 1982, Remo-PA em 1982/83, Nacional-AM em 1983, Bandeirante-SP em 1984, Ginásio Pinhalense-SP em 1984, Caldense-MG em 1984, Atlético San Cristóbal-VEN em 1985, Bragantino em 1985, Clube de Regatas Brasil (CRB de Alagoas) em 1985/86, São Jose-SP em 1986, União de Mogi das Cruzes em duas oportunidades (em 1987/88 e 1991/92), Fernandópolis-SP em 1989, Flamengo-MG em 1990, Plantinense-PR em 1990/91, Colatina-ES em 1991 e encerrou carreira no Trem Desportivo Clube-AP em 1993.

Nesse período conquistou alguns títulos, como: o Campeonato Paulista de 1973, o Campeonato Paraense de 1980, Copa Venezuela de 1981 e de 1985, o Campeonato Amazonense de 1983 e o Campeonato Alagoano de 1986. Conseguiu um feito que marcou a história do U.L.A. Mérida, sagrou-se vice-campeão do Campeonato Venezuelano em 1981 e classificou o time para a Copa Libertadores da América.

A única decepção que teve, foi de não treinar nenhuma equipe considerada grande de São Paulo, nem a Portuguesa, lugar onde trabalhou por anos, conseguiu uma oportunidade como treinador.

ver mais notícias

Selecione a letra para o filtro

ÚLTIMOS CRAQUES