Morreu Alberto Brim Filho, uma das maiores e mais marcantes vozes do rádio brasileiro. Estava doente já há algum tempo, afastado dos microfones, mas de vez em quando aparecia para dar um abraço nos amigos, velhos e novos.
Brim tinha mania de chamar todo mundo de companheirinho. Como vai companheirinho? Era sua saudação de todo o dia, mais do que uma pergunta. Conheci Brim assim que entrei na Jovem Pan, em 89, e ele foi um dos que me receberam muito bem.
Era brincalhão e adorava o seu trabalho. O Wanderley Nogueira o provocava todos os dias e a gente morria de rir. E ele também.
A última vez que estive com ele mais tempo foi numa gravação para a TV Unisa. Foi uma ótima entrevista sobre o Rádio com ele e Nicolau Tuma, o primeiro narrador esportivo do Brasil. Ambos eram amigos de longo tempo e não pararam de conversar e relembrar velhos casos e causos do Rádio.
Depois do programa, deixei Brim em sua casa aqui pertinho da Jovem Pan e no dia seguinte recebi a informação que ele tinha passado muito mal à noite. Achei que era brincadeira, mas era verdade. Nunca mais Brim voltou, a não ser para visitas rápidas. Foi mesmo a sua última vez.
Aquele foi um programa histórico. Tuma morreu em 2006, aos 95 anos de idade. Brim foi embora hoje aos 83 anos de idade.
Vai com Deus, Brim. Você fará muita falta.
O site Terceiro Tempo recebeu no dia 31 de janeiro de 2009 de Carlos Henrique Ferreira Brim d´Araújo (chdaraujo@terra.com.br), o seguinte email:
Foi com muita satisfação que eu, minha esposa Rosane e minha filha Lucília lemos sua homenagem para meu pai, Brim Filho, o companheirinho, que beleza!
Muito obrigado pelo fato do Rafael(perdoe-me se não for este nome, estava meio confuso, pois estava concomitante a uma video-conferência sobre estratégias da PETROBRAS nesta nova realidade mundial), o funcionário que me ligou pedindo-me informações sobre o "companheirinho", que traduziu muito bem o que falei.
Meu abraço também à Sueli que sempre esteve a nosso lado.
Ao Miltão, também meu muito obrigado, aliás não me esqueço no dia em você participou do "Na Geral" e disse que a Dona Inês era amante do Brim Filho!
Bem, para mim que sempre fui fanático pelo meu pai, digo que ele não é para se esquecido e sim para ser sempre lembrado. Algo esquisito acontece, parece que ele vai bater na porta a qualquer momento, pedindo para tomar um guaraná e discutir sobre o tricolor do Morumbi.
Ah, esqueci de um dado importante, o primeiro time de futebol que meu pai torceu foi o Ypiranga da Bahia, capengante, mas existente.
Muitas felicidades.
Sds.
Carlos Henrique Ferreira Brim d´Araújo
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