BLOG DO VITÃO estreia a seção "Educação Física" com a estrela Nayara Figueira. Leia também a crônica "Tesoureiros partidários matam o futebol"

BLOG DO VITÃO estreia a seção "Educação Física" com a estrela Nayara Figueira. Leia também a crônica "Tesoureiros partidários matam o futebol"

A 496 dias para a Olimpíada, sou pessimista (realista) em relação ao legado estrutural e ao bom uso do dinheiro público: assim como aconteceu com o Pandemônio-2007 e com a Copa das Copas-2014, tenho certeza de que, em relação ao Rio-2016, as coisas atrasarão, obras emergenciais sem concorrência serão feitas, será gasto muitas e muitas vezes o valor orçado...

Na base do ”rouba, mas não faz”, a Baía de Guanabara, já sabemos, não será despoluída... Paremos, por ora, por aqui... Mas, como curto um samba, em homenagem à Cidade Maravilhosa, recomendo a letra de “Reunião de Bacanas”, de Os Originais do Samba, clássico que ficou também famoso nas interpretações de Fundo de Quintal, Bezerra da Silva e muita gente bamba...

Dito isso, cabe à imprensa ficar esperta, em cima, cobrando para a rapaziada esperta não encher os bolsos... Mas, além de fiscalizar, também é papel da mídia dar espaço para os atletas e as modalidades que aparecem menos do que polpinha de bunda em maiô-fraldão à americana!.

Seção Educação Física!

Cronista muito mais futebolístico do que esportivo assumido (“esporte é futebol, o resto é educação física”), abro espaço aqui no BLOG DO VITÃO para outros esportes e modalidades. A contagem regressiva para o Rio-2016 é só uma desculpa para todo sábado trazer algo relacionado a outros esportes. Ao contrário do COB, não estou nem aí para o número ou pela cor das medalhas nos Jogos, mas adoraria ver mais pessoas praticando um número maior de modalidades e que nosso esporte, respeitando as características particulares de cada um, fossem praticados por todos, nas ruas e nas escolas, e não restrito a clubes sociais inacessíveis a quem não faz parte da elite.

E, como a primeira vez a gente nunca esquece, escolhi Nayara Figueira, do nado sincronizado, para a estreia. Para o pontapé inicial, queria alguém que tivesse resultados expressivos, como é o caso dela, mas também, e principalmente, alguém que tivesse tesão pelo que faz, o esporte à flor da pele.

Sou a pessoa mais descoordenada que eu conheço. Fui o último da sala a aprender a amarrar o tênis, o último da minha rua a tirar a rodinha da bicicleta e o último também a tirar a pranchinha da turma da natação... E, falando em estreia e primeira vez, certamente, um dos últimos a, digamos, “praticar o esporte”. E olha que eu comecei cedo... Mas até conseguir desafivelar o sutiã (que o infeliz que inventou fivela dupla vá para o Diabo que o carregue!)...

Resumindo, não sou nada sincronizado. Mas participei uma vez de uma palestra com a presença de Marília Ruiz (queria ter uma irmã assim) e os cerebrais Maurício Noriega e Fernando Gavini, cabeças privilegiadas do jornalismo em que debatemos o esporte em geral. Nayara, com a companheira de dupla Lara, estava no bate-papo. Quando ela disse que era palmeirense, já estava encantado e já era tarde... A paixão da bela loira pelo esporte e as histórias que contou sobre sua carreira me deixaram com vontade (e um peso na consciência por dar muito pouco esporte à “educação física”, digo, ao que não é futebol) de fazer alguma coisa por quem não tem uma cobertura regular da mídia.

Nayara Figueira sente o esporte à flor da pele. Em um mundo em que as pessoas andam com nome de ex-parceiros tatuados e com frases sem nexo em outra língua, Nayara tatuou parte da sua vida, objetivo que direcionou sua vida desde menina e que segue em seu sangue de mulher 
 
FICHA TÉCNICA DE NAYARA FIGUEIRA
 
Nome completo: Nayara Leite Figueira
Apelido no esporte: Na
Data de nascimento e Idade: 09/06/1988, 26 anos
Peso e altura: 63Kg e 1,69m
Time de coração: Palmeiras
Formação: Educadora Física
Esporte: Nado Sincronizado
Profissão, hobby ou meio-termo? Até a Olimpíada de Londres era profissão, agora, meio-termo.
Auge no esporte: Jogos Olímpicos de Londres
Sonho/meta: Ajudar a difundir o nado pelo Brasil
 
Currículo 
13º lugar no Jogos Olímpicos de Londres (2012) e Pequim (2008)- dueto,
3º lugar no Pan-americano de Guadalajara (2011)- dueto e equipe
3º lugar no Pan-americano do Rio (2007)- equipe
5 vezes campeã Sul-Americana- dueto
5 vezes eleita melhor atleta de nado sincronizado pelo COB
Nayara Figueira com a parceira Lara Teixeira comemora o desempenho em Londres-2012
 
BLOG DO VITÃO: Qual o espaço que o nado sincronizado pode alcançar no “país do futebol”? O que ele pode devolver à sociedade além dos resultados esportivos, medalha s, etc?

NAYARA: O nado, por ser um esporte em equipe, desenvolve a cooperação e o trabalho em equipe, essencial para se viver em sociedade. Alem disso, tem toda a disciplina e a superação que todo esporte exige para alcançar bons resultados. Na minha opinião, o esporte esta cada dia mais sendo reconhecido pela sua beleza e pela sua dificuldade, mas ainda precisa de apoios e patrocínios para poder se fazer um investimento a longo prazo e assim, obter resultados mais expressivos.

BLOG DO VITÃO: Quem pode praticar nado sincronizado? É caro? Tem pré-requisitos? Quais?

NAYARA: O ideal é começar a praticar desde pequena, com 6, 7 anos. A criança deve saber nadar pelo menos o nado livre (crawl) e claro, gostar de ficar na piscina por bastante tempo. Os gastos geralmente são com os maiôs de competição, que são bordados e feitos com costureiras, equipamento de treino com óculos de natação e o nose clipe (usado no nariz para evitar a entrada de água durante os movimentos). Em alguns clubes, é necessário que os pais paguem alguns custos de viagens e taxas de federação.
 
BLOG DO VITÃO Olimpíada é logo ali. O que já foi feito e que aparecerá no Rio-2016? O que poderá ser feito para o pós-Rio-2016?
 
NAYARA: Uma técnica estrangeira (canadense) foi contratada, as meninas possuem transporte para os treinamentos no Rio de Janeiro e estão participando de um maior número de competições. O que se deve fazer pós Olimpíada é manter o que se conseguiu para os Jogos e investir mais nas categorias de base (juvenil e júnior), que estão com um menor investimento no momento, com participação em mais competições, mais treinamentos e equipamentos.
 
BLOG DO VITÃO: Em sua opinião, o (modalidade esportiva do entrevistado) tem papel social a desempenhar na “pátria educadora”?

NAYARA: Com certeza, principalmente na parte de cooperação e sociabilização. O nado faz com que as pessoas que o praticam aprendam a viver em grupo, aprendendo a lidar com diferenças e limitações, necessitando achar o melhor caminho para obter um objetivo comum.

BLOG DO VITÃO: O esporte de alto rendimento é associado muito mais ao negócio do que à saúde. É uma indústria. Nesse cenário, muito diferente do imaginado pelo Barão de Coubertain, ainda cabe ao Estado o papel de apoiar o esporte competitivo? Ou esse papel deveria caber à iniciativa privada, e o governo, nas esferas federal, estadual e municipal, deveria fazer a sua parte massificando a prática esportiva nas escolas?
 
NAYARA: Na minha opinião, é um conjunto. O esporte profissional influencia outras pessoas a praticarem o esporte, objetivando o alto rendimento ou não, apenas por hobby, é o espelho para que haja interesse nele. Com isso, tanto o Estado, a iniciativa privada como o governo, devem apoiar o esporte competitivo, porem, focando em seus objetivos. A iniciativa privada focando em melhorar as condições de trabalho dos atletas, o governo podendo apoiar tanto no alto rendimento como nas competições escolares e o Estado, na base, no futuro do esporte.

BLOG DO VITÃO: O espaço é seu. Divulgue site, página pessoal, contato para quem quiser apoiar ou patrocinar... Convide as pessoas a conhecerem ou praticarem o seu esporte.

NAYARA: Quem tiver interesse em saber mais sobre o nado sincronizado pode acessar o site da CBDA- Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (www.cbda.org.br) e também o site www.nadosincronizadobrasil.com.brEu tenho um blog dentro do site www.torcerpeloesporte.com.br que é do meu amigo e jornalista Guilherme Costa. Escrevo sobre competições, treinamentos e curiosidades do esporte. 
 

Nayara e Lara treinando para Londres: charme, feminilidade, talento e garra sincronizados para defender o Brasil

Naryara e Lara: amizade e cumplicidade. O registro é da comemoração do Brasileiro conquistado pela equipe do Paineiras do Morumby

Nayara Figueira faz a festa com as companheiras do Paineiras do Morumby: equipe foi campeã brasileira adulta em 2013

Nayara com a touca rosa do Paineyras do Morumbi: os anéis olímpicos fazem parte da estrela do nado sincronizado brasileiro

Paulistão 

Palpites de sábado

Ituano 1 x 0 Portuguesa

São Bernardo 0 x 1 Botafogo

Capivariano 1 x 0 Rio Claro

Mogi Mirim 3 x 0 Marília

Palpites de domingo

Bragantino 0 x 2 Corinthians

São Paulo 2 x 0 Linense

Santos 2 x 0 São Bento

Red Bull 1 x 2 Palmeiras

XV de Piracicaba 1 x 1 Ponte Preta

Penapolense 1 x 1 Audax

Tesoureiros partidários matam o futebol

Todo sábado, na coluna Caneladas do Vitão, no AGORA, é publicada uma crônica. O craque Cláudio de Oliveira, chargista que tem um blog de humor político sem besteirol (aqui), assina as charges correspondentes aos textos. Como a charge acima, publicada originalmente na coluna deste sábado, 28 de março. Confira, abaixo, o texto.

Tesoureiros partidários matam o futebol
 
Vivemos o pós-Apocalipse. O epicentro do Armagedon foi registrado quando Luma de Oliveira (a Luma tinha uma retaguarda para Paolla Oliveira nenhuma botar defeito!) virou a mulher do Eike Batista. Quando a poupança da Luma virou menos importante do que a aplicação do (então) grã-fino Eike é porque a inversão total de valores, marcada em letras garrafais em uma coleira usada pela modelo durante um desfile, era irreversível no país do Carnaval. Hoje, ela é a mãe do Thor e ex (ou seria exxx?) do Eike, e nós, saudosistas, vivemos, estarrecidos, o pós-moderno ex-mundo.
 
Já que tocamos em xxx, falemos de troca-troca. O fim dos tempos não ficou circunscrito ao Carnaval. O futebol, ou o que ele era quando o ex-país do futuro ainda era o (autointitulado) país do futebol, existia até a época em que Viola, que posteriormente se transferiria para o Palmeiras, imitava porco; em que Paulo Nunes, que vestiria depois o manto alvinegro (parabéns, Dualib!), provocava a Fiel.
 
No pesadelo atual, os jogadores não comemoram gols contra ex-times por sinal de respeito. Torcedores? Só de partido político. No futebol, há fãs e rivais de cartolas. A moda não é torcer para o Verdão. É babar ovo ou espinafrar, dependendo da ala, Paulo Nobre. Tricolores? Nem a pau, Juvenal. Há viúvas do Juvêncio, claques do Aidar. Corinthianos, que eram fiéis até a morte ao Corinthians, dividem-se entre andresistas e oposicionistas.
 
Mas os clássicos não são só internos. Nas redes antissociais, os botecos deste fronha milênio, continuam existindo Dérbi, Choque-Rei, Majestoso... Só mudou o foco das provocações e gozações. Não tem mais discussão de quem é melhor, Rivellino ou Ademir, Ronaldo ou Veloso, ou de quem será campeão ou ganhará o próximo clássico.
 
Agora é “a Arena Corinthians é mais bonita”, “não, é o Allianz que é mais moderno”, “não é Itaquerão”, “não fala Parque Antarctica, é Allianz”, “Belém, belém, tenho mais sócio-torcedor que você, nunca mais de bem”...
 
Os ex-torcedores, agora clientes, ou consumidores, como preferirem, viraram tesoureiros. “Meu patrocinador máster é maior do que o seu”, vendemos mais camisas”... Bando de bundões. Ah, que saudade do futebol dos tempos em que a Luma era notícia...
 

 

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na web! É nóis na banca! É nóis na facu (FAPSP)!

Últimas do seu time