Trabalhador joga por música para sobreviver à dureza do dia a dia. E, para o povão, não tem essa de ser poupado

Trabalhador joga por música para sobreviver à dureza do dia a dia. E, para o povão, não tem essa de ser poupado

A pressa é inimiga da perfeição. Velocidade nem sempre é aliada de capacidade. Lento, Ademir é sinônimo de talento. De supetão, o rápido Mirandinha não tem a imagem associada à inteligência. É possível correr e pensar, simultaneamente, diz a ciência. Saíamos do campo. Vale para o trânsito, para o trampo. Devagar se vai ao longe. Devagar, devagar, devagarinho, quase parando, quando se trata de locomoção. De trem, metrô, lotação. Torcedor sofre. Trabalhador também. É o caso de Zelão, zelador em Pinheiros, morador de Guaianases. Antes de o sol nascer no leste, pendura a toalha do Timão no varal. Já de banho tomado, posicionado na plataforma, lamenta o tamanho do esforço em proporção ao ordenado. Linha Coral. Estação Dom Bosco, CPTM. Baldeação para o metrô, em Itaquera. Que dureza. Descaso estatal. Não à toa, linha Vermelha. Depois da Sé, fé, a vida vai melhorar. PQP, não dá para piorar. PPP, escala para a amarela. E antes de assumir o edifício em Pinheiros, para no boteco mais pé-sujo da região. É melhor um risca-faca do que um pico gourmet que enfia a faca, acredita... Sem medo da baranga, que pisca. Enquanto espera a caracu com ovo de pata, resolve xavecar a garota desprovida de qualquer resquício de beleza. Sendo generoso, um horror. Levou a sério o papo de que para corinthiano tudo é mais difícil, não tem moleza. “Sua graça?” Iolanda tinha cinturinha de kibe. Recheado. “Servido, gato?” Que cachaça é essa! O amor é cego. Pior é quando tenta ser poético. A feiosa já estava na manga, toda prosa, mas Zelão quis fazer um sonzinho. Patético. Inclui o karaokê no galanteio. Chutou o bom senso para escanteio. Com uma voz à Tetê Espíndola, estridente, mandou ver no “Iolanda”. Deprimente. “Eternamente teu cooolo” com olhar 43 para o dragão... Que cena! Gestual show de horror, do naipe da interpretação. O boteco começou a ficar lotado. Todo mundo justo e misturado. Rolou aplauso na bitoca. Barulho. Ficou nisso. Prédio, trabalho, horário do compromisso. No final da tarde, a volta, o mesmo percurso, duas horas até Guaianases. Liga a TV para ver o Corinthians reserva. Os titulares estão cansados. Ele também. No sofá, a seco, sem mais dinheiro para a cerva. 
 
 

Série A

Palpites de sábado

São Paulo 2 x 0 Joinville

Vasco 1 x 0 Internacional

Grêmio 2 x 0 Figueirense

Palpites de domingo

Chapecoense 1 x 1 Santos

Avaí 1 x 1 Flamengo

Cruzeiro 1 x 1 Ponte Preta

Sport 2 x 0 Coritiba

Palmeiras 2 x 0 Goiás

Atlético-PR 1 x 1 Atlético-MG

Fluminense 0 x 0 Corinthians

Série Baba

Resultados de sexta

Mogi Mirim 1 x 1 Sampaio Corrêa

Vitória 4 x 1 Bragantino

Palpites de sábado

Paysandu 1 x 1 Ceará

América-MG 1 x 2 Santa Cruz

Paraná 0 x 0 Boa

Atlético-GO 0 x 1 Botafogo

CRB 0 x 1 Bahia

ABC 1 x 1 Luverdense

Acompanhe, diariamente, a coluna Caneladas do Vitão no jornal Agora São Paulo

 

Eu sou o Vitor Guedes e tenho um nome a zelar. E zelar, claro, vem de ZL. É tudo nosso! É nóis na web! É nóis na banca! É nóis na facu (FAPSP)!

 
 
 
 
 
A charge acima, de autoria de Cláudio de Oliveira, foi publicada, originalmente, na coluna Caneladas do Vitão, no Jornal Agora São Paulo. Claudião tem um blog de humor político sem besteirol. Para conferir, clique aqui
 

 

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