O meia viajou ao Japão com o elenco para a pré-temporada

O meia viajou ao Japão com o elenco para a pré-temporada

João Henrique Marques

Do UOL, em Barcelona

Paulo Henrique Ganso jamais escondeu a ânsia em atuar na Europa. Em 2010, quando vivia o auge no Santos, já imaginava protagonismo por Milan ou Inter de Milão, interessados na contratação. Confiante, seguiu o trabalho no Brasil sabedor de que teria a chance. No entanto, o cenário encontrado no Sevilla foi decepcionante.

Ganso completa neste domingo 1 ano de futebol europeu. Pelo Sevilla, conviveu com lesões, críticas severas do ex-treinador Jorge Sampaolli e falta de oportunidades. Agora, a esperança é de reviravolta com a chegada do técnico argentino Eduardo Berizzo.

O meia viajou ao Japão com o elenco para a pré-temporada. No entanto, o cenário do jogador no clube ainda é uma incógnita.

"No Sevilla, não há pistas do time planejado por Berizzo. O que pesa contra Ganso no momento é a volta Banega que estava na Inter de Milão. Agora também parece claro que o novo treinador precisa, ao menos, dar chance para ele jogar", destacou Jesus Márquez, repórter do "Canal Sur", de rádio e televisão de Sevilha.

Mesmo em baixa, Ganso jamais esteve interessado em deixar o Sevilla. A adaptação à cidade e ao clube pesam a favor na decisão do brasileiro de ficar. Só que para isso, um novo treinador era considerado vital.

A crise com Sampaolli

Os 45 minutos iniciais da derrota por 3 a 0 para o Real Madrid, dia 4 de janeiro, pela Copa do Rei, marcou o primeiro ano negativo de Ganso. No duelo, o excelente desempenho de Marcelo foi atribuído pela mídia espanhola como resultado da liberdade que Ganso deu ao compatriota no setor. Sampaoli também encarou dessa maneira e passou a se embasar em fatores defensivos para não escalar o brasileiro nos quatro meses seguintes

A revolta de Ganso foi aumentando com o passar do tempo. O meia não gostou das declarações do treinador de que não tinha novas chances no Sevilla por "decisão pessoal".

Outro fator que o deixou irritado aconteceu na janela de transferências. Sampaoli teve o pedido atendido de contratação do meia argentino Walter Montoya, do Rosário Central. A concorrência para Ganso ficou ainda maior.

Walter atuou em três jogos pelo Sevilla enquanto Ganso sequer era relacionado por Sampaoli. Calado, o meia brasileiro nem esperava novas oportunidades no fim da temporada.

A empolgação

Foi no final do abril, na vitória contra o Granada por 2 a 0 que o cenário de Ganso começou a mudar. O meia fez os dois gols do time e foi ovacionado pela torcida no estádio Sanchéz Pisjuáz ao deixar o campo aos 35 minutos do segundo tempo. Ao passar por Sampaolli, nada de abraço ou sequer um aperto de mãos.

O jogador pressionou o treinador argentino com a atuação e seguiu titular nos dois jogos seguintes. No entanto, sofreu lesões na musculatura posterior de ambas as coxas e ficou fora da reta final da temporada.

Em 2016, o meia teve as melhores atuações pelo Sevilla quando encarou times com 11 jogadores atrás da linha do meio campo. Foi assim nos 25 minutos finais que jogou contra o Alavés, ficando marcado pela assistência de calcanhar em um dos gols da vitória por 2 a 1, e na goleada por 4 a 0 sobre o Dínamo de Zagreb, sendo eleito o melhor em campo. O duelo contra o Granada tinha as mesmas características.

Para o confronto, Sampaoli ainda tinha as baixas de Vitolo e Nasri, titulares do ataque. Foi a vez de Ganso voltar a ter oportunidade de jogar, mas as lesões voltaram a frustrar o brasileiro.

"A verdade é que ninguém sabia nada sobre o Ganso. Eram quatro meses treinando bem, em forma e sem jogar. Agora o pensamento é de que talvez o Sampaoli tenha sido injusto com ele. Merecia mais minutos. Não há no Sevilla alguém com último passe como o dele", completou Jesus Márquez.

Foto: Cristina Quicler/AFP (retirada do portal UOL)

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