Odair Hellmann precisou alterar muito a formação do setor ofensivo do Internacional

Odair Hellmann precisou alterar muito a formação do setor ofensivo do Internacional

Marinho Saldanha
Do UOL, em Porto Alegre

O Internacional não marca um gol sequer há mais de um mês. São quase 500 minutos de bola rolando sem que a rede adversária seja balançada. E ao analisar as razões pelas quais não consegue marcar, o Colorado encontra a alternância entre jogadores como vilã. As trocas impedem a mecânica do time e deixa o ataque na seca.

"Um modelo de jogo se constrói com repetição, treinamento e mecanismos com os jogadores na maior parte do tempo juntos num movimento. Há um tempo atrás, tivemos mais um mecanismo no setor de frente, porque repetimos mais vezes os mesmos jogadores antes de perdermos Pottker e Damião. Ali tivemos que buscar alternativas e mudamos muito. O setor defensivo está definido desde quase a pré-temporada. É um setor fixo que está mecanizado. E onde tivemos que mexer muito? no ataque. Mexemos muito no setor e quando faz isso se perde o entrosamento. Pensamos numa ideia para o Gre-Nal, perdemos algumas situações por lesão. O que precisa é conseguir repetir o mais rápido possível, e encontrar os elos de aproximação, de liga do meio para frente para ter consistência ofensiva", disse o técnico Odair Hellmann.

Ou seja, as necessidades de troca atrapalharam a mecanização dos movimentos ofensivos, sejam eles dentro de casa, com posse de bola e pressão, ou fora de casa, sem posse, partindo em velocidade e buscando a transição rápida ao gol rival.

De fato, desde o último jogo que marcou, contra o Bahia na estreia do Brasileirão, o Internacional nunca mais conseguiu repetir o sistema ofensivo. A cada rodada, uma nova troca forçada por suspensão ou lesão.

Não bastaram as alternâncias na escalação, sobraram também idas e vindas no sistema. O Inter mudou do 4-2-3-1 para o 4-1-4-1 ao menos duas vezes no período, adaptando-se à característica dos disponíveis no momento.

O ápice das trocas aconteceu no último clássico Gre-Nal, quando Zeca, Lucca e Rossi precisaram entrar na equipe.

E para a partida diante da Chapecoense, na segunda-feira, uma nova alteração será feita. Edenílson, recuperado de lesão, volta ao time. Pelo menos esta traz uma bagagem de entrosamento desde o início do ano.

Confira as trocas forçadas na fase sem gols do Internacional:

Inter 2 x 0 Bahia - Rodrigo Dourado, Edenílson, Rossi, D´Alessandro, Patrick; Pottker.

* Rossi se machucou no primeiro tempo, entrou Nico López, que marcou os dois gols do jogo. Damião estava lesionado.

Vitória 1 x 0 Inter - Rodrigo Dourado, Gabriel Dias, Patrick, D´Alessandro e Nico López; Pottker.

* Nico começou na vaga de Rossi, mas Edenílson estava suspenso. Entrou Gabriel Dias.

Palmeiras 1 x 0 Inter - Rodrigo Dourado, Gabriel Dias, Nico López, Camilo e Patrick; Pottker.

* Edenílson voltou, mas como lateral direito. D´Alessandro não teve condições de jogar pelo acúmulo de partidas e Camilo entrou na criação.

Inter 0 x 0 Cruzeiro - Rodrigo Dourado, Edenílson, Pottker, D´Alessandro e Patrick; Damião.

* Damião voltou ao comando de ataque, Pottker foi deslocado para o lado direito, Edenílson voltou para o meio-campo.

Flamengo 2 x 0 Inter - Rodrigo Dourado, Gabriel Dias, Patrick, D´Alessandro e Pottker; Damião.

* Edenílson se lesionou contra o Cruzeiro e Gabriel Dias voltou ao meio-campo.

Grêmio 0 x 0 Inter - Rodrigo Dourado, Zeca, Patrick, Rossi e Lucca; Damião.

* D´Alessandro sentiu um desconforto e foi desfalque de última hora. Rossi voltou após lesão. Zeca entrou no meio-campo na vaga de Gabriel Dias. Lucca substituiu Pottker, que cumpriu suspensão.

(Foto: Thiago Ribeiro/AGIF - retirada do UOL)

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