Movimentos rápidos e empunhadura correta, bolas com rara precisão, aces, deixadinhas e muita confiança. Somados estes ingredientes, a certeza de um bom jogo e quem sabe a vitória. O Tênis é isso, a coordenação de vários domínios, o balanço entre o estado físico e mental. Não há como dissociar!


O modo como se deu a derrota do brasileiro Thomaz Bellucci, na noite de ontem, logo na estreia do Brasil Open em São Paulo, para o eslovaco Martin Klizan, além de intrigante, se torna incômoda.
Klizan venceu o primeiro set, jogo equilibrado, mas depois Bellucci tomou conta, jogava com confiança e esbanjava técnica. Exagerou e se deu bem nos “drop shots”. Venceu o segundo set com tranquilidade.


Em certo momento, já no terceiro set, Klizan surtou, jogou a bola contra a plateia, deu socos na estrutura de madeira atrás da quadra, mas incrivelmente não foi punido. Klizan perdeu a cabeça...
Não! Quem perdeu a cabeça foi Bellucci! Como explicar o inexplicável? Jogando em casa, com a torcida pró, 2 games na frente, vendo seu adversário ruir, ele desistiu do jogo. Desperdiçou match points em sequência. Perdeu para si mesmo, errou como não vinha errando, sequer esbravejou consigo mesmo (isso às vezes ajuda). Ficou passivo diante de sua descida ladeira abaixo.


Mais uma vez, no jogo mental, caiu. Quando assisto aos jogos de Bellucci, enxergo toda sua categoria e um enorme potencial, mas fico tenso, porque sei que em algum momento algo inesperado pode acontecer. Ele sai do céu e chega ao inferno com uma incrível velocidade.
Sei que tem trabalhado isso, sabe desta deficiência, e quem sabe o jogo de ontem tenha sido um fato isolado em sua nova temporada, embora na Austrália, há duas semanas, algo um pouco semelhante tenha ocorrido.

Só há uma saída: vencer ou perder, mas com personalidade.

 

Esporte é vida! 
Gustavo Alves dos Santos - nosesportes@gmail.com
No Twitter: @gustavofarmacia

Foto: UOL

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