No quarto dia de trabalho com bola do Corinthians no ano, Tite dedicou toda a atividade de segunda-feira para os jogadores treinarem finalizações. A prática, que exige bastante da parte muscular dos atletas que ainda estão em pré-temporada, reforçou a preocupação do treinador com a parte ofensiva no retorno ao clube.

Ao longo dos treinamentos realizados em Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, pode se dizer que Tite tem trabalhado mais o ataque que a defesa. A espinha dorsal do time já está formada desde Mano Menezes e não foi mexida por ele: Cássio, Fagner, Felipe, Gil, Fábio Santos, Elias e Ralf foram titulares durante praticamente todas as práticas, a exemplo de Guerrero e Renato Augusto.

Na comparação com Mano, o novo treinador retirou Petros da equipe e deu espaço a Nicolás Lodeiro pelo lado esquerdo do meio-campo. A medida torna o Corinthians mais ofensivo, sobretudo porque, além de Renato Augusto e Guerrero, Tite sempre tem utilizado mais um atacante. Ora Emerson Sheik, ora Luciano, ora o colombiano Mendoza, mas sempre com variações de posicionamento. O jovem Malcom, vale lembrar, serve a seleção sub-20.

Buscar novos elementos para um jogo mais ofensivo e envolvente foi uma das prioridades de Tite em seu ano sem trabalhar. O treinador deixou o Corinthians com críticas à falta de gols do time, segundo pior ataque do Campeonato Brasileiro 2013 com 27 gols marcados. Além disso, quebrou o recorde do clube com 31 empates no ano, sendo 17 no Brasileiro. Já na temporada 2014, o time anotou 49 vezes e teve o sexto melhor desempenho ofensivo na Série A.

Em discussões internas sobre o que mudar de 2014 para 2015, a comissão técnica chegou à conclusão que precisava de mais velocidade. Por isso, além do retorno de Emerson Sheik, o clube contratou o colombiano Stiven Mendoza, jogador de grande explosão física, e sonhava com Dudu, agora reforço do Palmeiras. O centroavante Leandro, outro que acabou no rival, era a alternativa pensada para ser o reserva imediato de Paolo Guerrero.

Nenhum dos reforços para o ataque, vale observar, possui a finalização como um ponto forte. Emerson Sheik chegou a ficar mais de um turno sem marcar em 2013, mas conseguiu números melhores no Botafogo (6 gols em 17 jogos). Mendoza, entre o Deportivo Cali e o frágil futebol indiano, fez cinco gols em 14 partidas.

Foto: UOL