O campeão brasileiro e o Tricolor finalista da Libertadores têm técnicos competentes e são exemplos contra os perdulários da bola. Foto: UOL

O campeão brasileiro e o Tricolor finalista da Libertadores têm técnicos competentes e são exemplos contra os perdulários da bola. Foto: UOL

O Corinthians é campeão brasileiro. O Grêmio é finalista da Libertadores. São, sem dúvida, os dois melhores times do Brasil em 2017. Praticam futebol tão eficiente quanto diferente um do outro. No comando, têm técnicos que funcionam em rotações opostas na questão do temperamento. Em campo, jogam mais que os adversários gastando bem menos e apostando em vários nomes desprestigiados ou até marginalizados pelo mercado da bola.

O Timão campeão foi de quarta força a equipe da melhor campanha da história de um primeiro turno. O time dos inacreditáveis 47 pontos atropelou a concorrência com defesa sólida, meio-campo jogando de uma área à outra, à exceção de Gabriel, e o ataque fazendo o suficiente graças a Jô, há pouco sem espaço no futebol chinês.

O Grêmio teve percurso com mais obstáculos até por ter sido mais eficiente que o Corinthians na Copa do Brasil e na competição sul-americana. Se o Tricolor vice-líder do Brasileirão é finalista da Libertadores, o Timão parou nas quartas da Sul-Americana. Além disso, o time gaúcho perdeu Pedro Rocha no meio do caminho, o que desfalcou ainda mais um contingente que jamais pecou pelo excesso. Mas apesar de perder um jogador tão importante e de se desdobrar em três frentes até sair da Copa do Brasil, o Grêmio de Renato sempre foi forte e jogando futebol vistoso.

Vai ficar para outro dia as discussões táticas e as diferenças que separam os dois melhores times do Brasil em 2017, assim como o abismo que existe entre o metódico e discreto Fábio Carille do empírico e incandescente Renato Gaúcho, os destaques da temporada entre os técnicos.

Os dois marcaram gols de placa em 2017 e se igualam no fato de trabalharem com orçamentos inferiores aos dos principais rivais. Se Palmeiras, Flamengo e Atlético agiram como novos ricos gastões, como aqueles emergentes que desembolsam milhões até por telas coloridas de Romero Brito, o Corinthians de Carille e o Grêmio de Renato foram na contramão. Empréstimos, jogadores sem contrato ou descartados foram as alternativas dos dois.

Nunca é demais recordar que o fracassado Timão de 2016 gastou muito, e mal, com Marlone, Guilherme, Marquinhos Gabriel e Giovane Augusto entre outros. E que o Grêmio de 2017 se reforçou com Bruno Cortês, Fernandinho, Léo Moura, Cícero e Barrios, entre outros.

Se no início da temporada seu time anunciasse como aquisições Bruno Cortês e Jô, como é que você torcedor reagiria? Certamente não seria com otimismo.

Bem, a temporada vai chegando ao fim. Por incrível que pareça, o Grêmio finalista da Libertadores ainda é vice-líder do Brasileirão. Só faltou dar w.o. em alguns jogos. Mas mesmo assim ainda está na frente de Palmeiras, Flamengo e Galo.

Tomara que os dirigentes dos gastões sejam cobrados por terem jogado dinheiro fora com investimentos ruins. Do contrário, não haverá bolsa da dona Leila ou saneamento de Bandeira de Mello que resista ao apetite dos cartolas perdulários.

Fábio Piperno (twitter @piperno)

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