Mais que a vantagem para os catalães, que pode ser decisiva, deve pesar para o Real a derrota em um momento-chave da temporada

Mais que a vantagem para os catalães, que pode ser decisiva, deve pesar para o Real a derrota em um momento-chave da temporada

Do UOL, em São Paulo

O Superclássico foi emocionante como se imaginava. Barcelona e Real Madrid produziram lances plásticos, alternaram o domínio do jogo várias vezes e disputando todas as bolas possíveis, sempre com muita tensão entre os dois lados. Só que não foram as duas maiores estrelas que decidiram, e sim Suárez. Em um lance de oportunismo, quando seu time estava pior no jogo, o uruguaio desequilibrou e marcou o gol da vitória dos catalães por 2 a 1 – Mathieu e Cristiano Ronaldo completaram o placar.

O lance-chave do jogo, aos 10 minutos do primeiro tempo, foi a cereja no bolo de uma partida cheia de alternativas. Ao vencer Pepe na corrida e bater com categoria no canto de Casillas, Suárez confirmou a boa fase do Barcelona, que agora lidera o Espanhol com 68 pontos, quatro a mais que o Real Madrid, vice-líder.

Mais que a vantagem para os catalães, que pode ser decisiva, deve pesar para o Real a derrota em um momento-chave da temporada. Desde o começo do ano, Cristiano Ronaldo e companhia sofrem com uma queda vertiginosa de rendimento que quase lhes custou a vaga nas quartas da Liga dos Campeões, contra o Schalke. Agora, precisam se reerguer para lutar no Espanhol e também na competição continental, onde encaram o Atlético de Madri.

Pelo que apresentaram neste domingo, porém, eles estão aptos a reagir. Apesar da derrota, o Real Madrid brigou de igual para igual com o Barcelona em um dos jogos mais aguardados do ano, sendo derrotados em um lance de classe de Suárez, justamente quando eram melhores no jogo. Sorte do Barça, que se recupera da derrota do primeiro turno no Santiago Bernabeu, justamente na estreia do uruguaio pelo clube catalão.

Fases do jogo:
O jogo foi eletrizante do começo ao fim, como era de se esperar. A posse de bola, em quase todo o tempo, foi do Barcelona. Só que o Real Madrid dos contra-ataques sabe jogar muito bem sem a bola.

Os primeiros lances de perigo foram do Barça, que abriu o placar com Mathieu, de cabeça, aos 20 minutos do primeiro tempo, quando Iniesta já tinha levado perigo em uma jogada na linha de fundo. O domínio poderia ser convertido em mais vantagem quando Neymar, aos 30 minutos, perdeu um gol dentro da pequena área de forma incrível. O timing para o brasileiro foi horrível.

Quando Casillas encaixou o chute fraco do atacante, lançou a bola imediatamente e conectou um contra-ataque que só parou com a bola na rede, depois de Cristiano Ronaldo ter recebido um passe de calcanhar de Benzema. O gol do português pôs ordem no jogo, fazendo justiça a um jogo equilibrado e consciente do Real Madrid, que quase virou antes do intervalo com Bale, em lance pelo alto bem anulado pela arbitragem.

O domínio do Real se mantinha no segundo tempo, com Marcelo inspirado, quando Suárez desequilibrou. Após um lindo lançamento de Daniel Alves, o uruguaio ganhou dos zagueiros na base da força e tocou com categoria no cantinho de Casillas, fazendo 2 a 1 para o Barça.

O gol desequilibrou o jogo. Em desvantagem, o Real Madrid teve de se lançar ao ataque, desmontando a defesa que funcionava. Com espaço, o Barcelona só não ampliou porque, de novo, foi mal na pontaria, com Neymar, Suárez, Messi e Alba perdendo gols atrás de gols diante de Casillas.

Melhor: Em um jogo tão bom, Cristiano Ronaldo, Iniesta, Mathieu, Benzema, Piqué e Marcelo também mereciam ser lembrados. Quem vence a disputa de melhor em campo, porém, é o homem mais decisivo do Superclássico. Suárez se posicionou com a frieza de um centroavante experiente, esperou a hora certa e foi fundamental na vitória por 2 a 1, tirando um gol da cartola.

Pior: Dupla de zaga do Real. Pepe e Sergio Ramos não foram especialmente mal, mas estavam presentes nos dois gols do Barça. Sergio Ramos perdeu a disputa de cabeça com Mathieu, enquanto seu companheiro português não conseguiu parar Suárez no lance-chave do jogo.

Chave do jogo: Gol de Suárez. Lance saiu no momento em que o Real Madrid era melhor em campo, e se deve quase exclusivamente ao talento do uruguaio, que soube se posicionar e ganhar de dois zagueiros de classe mundial. Depois dele, o time merengue se desequilibrou e o Barça só não ampliou pela falta de pontaria.

Toque dos técnicos: Não é nenhuma novidade para o Real Madrid na temporada, mas o jogo do time da capital fluiu melhor graças à linha de quatro homens que Carlo Ancelotti montou no meio-campo. Alinhados e empenhados defensivamente, Bale, Kroos, Modric e Isco formaram uma linha que não deixou Rakitic, Iniesta e Mascherano, em menor número, se aproximarem do trio de ataque catalão. Quando Suárez fez 2 a 1, porém, o time merengue desmontou e abriu espaço para o trio catalão.

Outros destaques:
Apagado, mas nem tanto: Messi não esteve nos seus melhores dias, participando pouco do jogo e bem marcado. Mesmo assim, ele foi importante com a assistência para Mathieu, sua 150ª com a camisa do Barcelona, segundo o twitter especializado @MisterChip.

Homem do apito: Árbitro do jogo, Mateu Lahoz teve bastante trabalho, ainda que o clássico não tenha sido especialmente violento. Distribuiu nove amarelos, anulou um gol e mesmo assim saiu muito cobrado do Camp Nou, já que a torcida da casa esperava um vermelho para Carvajal em um lance contra Neymar.

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