Departamento jurídico do clube não acredita em exclusão do campeonato

Departamento jurídico do clube não acredita em exclusão do campeonato

Quarta-feira, o Grêmio terá uma batalha pela frente. E não será dentro de campo, para reverter o placar adverso de 2 a 0 sofrido em casa contra o Santos pela Copa do Brasil, mas no STJD, no Rio de Janeiro. O órgão máximo da justiça desportiva confirmou o primeiro julgamento pelos atos racistas da torcida e a repercussão pode ser grande.

O departamento jurídico gremista não acredita em exclusão da competição, mesmo que isso esteja entre as penas que podem ser aplicadas. "É uma pena extrema, que só é aplicada em casos extremos", disse o advogado gremista Gabriel Vieira na sexta-feira. Porém, a pena pode ser dura mesmo assim. 
 
Em regulamento está prevista perda de mando de campo de 5 a 10 jogos, ou ainda a aplicação de uma multa. Mas tudo passará pelos tribunais a partir das 14h da próxima quarta. Se a pena de mandos de campo for aplicada, o cumprimento ocorrerá no Brasileirão, mesmo com os atos ocorrendo na disputa da Copa do Brasil.
 
Em contato com a reportagem do UOL Esporte, o presidente do STJD confirmou a data. Até a última sexta, o órgão ainda não garantia a marcação pela dúvida sobre tempo hábil para intimação das partes. 
 
Rapidamente, a pedido da procuradoria, o jogo de volta entre Santos e Grêmio foi suspenso. E o duelo não vai aguardar apenas o julgamento desta quarta, mas sim também a segunda instância, no Pleno, que será marcada para a semana seguinte. 
 
Racismo de jovem gremista choca amigos e família 'foge'
 
O caso também é policial. Dois torcedores do Grêmio identificados pelas câmeras de transmissão do jogo foram intimados a depor nesta segunda-feira na 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre. A dupla será confrontada com as imagens. Se confirmada injúria racial, serão indiciados. E se considerados culpados em julgamento, a pena vai de 1 a 3 anos de detenção. 
 
Um dos intimados é a jovem Patrícia Moreira, flagrada em evidência chamando o goleiro Aranha de 'macaco' no segundo tempo do jogo contra o Santos, na Arena. A reportagem do UOL Esporte esteve na vizinhança da jovem na noite de sábado e foi informado por amigos que a família deixou Porto Alegre para evitar a exposição. 
 
Segundo amigos próximos da moça de 23 anos, ela nunca apresentou comportamento racista e se relaciona muito bem com negros e brancos. Mas ao ver as imagens, eles ficaram 'chocados'.

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