Ida à festa anual mais importante da Fifa fez crescer os convites de igrejas protestantes para que ele desse testemunhos baseados na experiência

Ida à festa anual mais importante da Fifa fez crescer os convites de igrejas protestantes para que ele desse testemunhos baseados na experiência

Noite de segunda, 28 de março, sede da Comunidade Batista de Goiânia, em Goiás. Vencedor do Puskás - prêmio da Fifa dado ao autor do gol mais bonito do ano -, Wendell Lira está no pequeno altar do local falando sobre a experiência no evento que consagrou Lionel Messi como o melhor jogador do mundo pela quinta vez. Como no discurso de agradecimento, o atacante se emociona ao relacionar o feito a uma intervenção de Deus em sua vida.

A conquista de Wendell, obtida com o voto popular, não garantiu apenas uma exposição mundial e um contrato com o Vila Nova ao atleta de 27 anos. A ida à festa anual mais importante da Fifa fez crescer os convites de igrejas protestantes para que ele desse testemunhos baseados na experiência.

 A narração acima foi a mais recente delas e um convite do missionário Guilherme Batista. Batista é o religioso que se envolveu numa polêmica com o técnico Dunga no ano passado ao ter comandado uma espécie de "culto" na concentração da seleção brasileira sem autorização.  

Apesar de não ser ligado a nenhuma igreja, Wendell é evangélico.  Quando recebeu o prêmio, usou a história bíblica de Davi e Golias para explicar seu feito. "Creio que quando Golias apareceu, todo mundo olhava para ele e falava: "Ele é muito forte, muito grande, não tem como ganhar dele. E Davi, quando olhou para Golias, disse: "Ele é muito grande, não tem como errar"". É assim que temos que lidar com os problemas diários de nossas vidas e assim que agradeço a todos", afirmou.

"Recebo vários convites e pelo menos três vezes por semana eu vou a igrejas aqui em Goiânia para dar meu testemunho", explica o jogador.  "Não sou pastor, minha função é outra, como um missionário. Uso a minha história como um exemplo e, nas minhas horas vagas, faço questão de divulgar a palavra de Deus".

Sem jogar

Requisitado no meio evangélico, Wendell Lira, no entanto, não tem tido a mesma sorte no futebol. O atacante não tem sido aproveitado pelo técnico do Vila Nova, Rogério Mancini. Recebido com festa no início da temporada pelo clube goiano, ele tem ficado no banco. 

Wendell credita a falta de oportunidade ao fato de não ter feito uma  pré-temporada por causa da viagem a Zurique, pelo prêmio. "Não estou com nenhum problema físico, mas não tive uma preparação como os meus colegas. Fiquei defasado e estou tentando me recuperar com uma carga de trabalho mais extensa", conta.

Apesar de não estar jogando, o atleta ainda está com a moral alta no clube. Wendell assumiu um papel importante fora dos gramados. Por causa da exposição no Puskás, virou uma espécie de garoto-propaganda. 

"A diretoria usa a minha imagem para divulgar o clube. Também vou a eventos com patrocinadores", explica ele, que não se sente diminuído. "Acho que cada coisa é a seu tempo. Já passei por momentos muito difíceis na minha vida e, hoje, sei superá-los."

Foto: UOL

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