No ano passado, o Bahia 'estragou' a festa celeste em comemoração ao título

No ano passado, o Bahia 'estragou' a festa celeste em comemoração ao título

Do UOL, em Belo Horizonte

Ricardo Goulart e Everton Ribeiro, que jogaram pela seleção brasileira em amistosos nos Estados Unidos, foram decisivos na vitória, de virada, do Cruzeiro sobre o Bahia, por 2 a 1, na noite desta quinta-feira, no Mineirão. Goulart sofreu o pênalti, convertido por Ribeiro, que resultou no empate, e depois fez o gol do 14º triunfo no Brasileirão. Apesar de ter sido mais sofrido do que imaginava, o torcedor celeste comemorou a reabertura de sete pontos de vantagem em relação ao vice-líder São Paulo (46 a 39).

No ano passado, o Bahia 'estragou' a festa celeste em comemoração ao título. Nesta quinta-feira, tentou representar de novo o papel de zebra, Saiu em vantagem, na etapa inicial, mas cedeu a virada. Dessa forma, o Cruzeiro conseguiu ampliar para 19 jogos a invencibilidade do time, 11 deles pelo Brasileirão, e também a marca no 'Gigante da Pampulha': 22 jogos partidas sem perder em nove meses.

No próximo domingo, às 16h, no Morumbi, Cruzeiro e São Paulo fazem um confronto direto, mas que em função de ter afugentado a zebra, no Mineirão, deixará o Cruzeiro na pior das hipóteses ainda com quatro pontos a mais que o tricolor paulista, que venceu o Botafogo, por 4 a 2, na véspera. Já o Bahia, com sua nona derrota no Campeonato Nacional, manteve-se com 17 pontos e segue na lanterna.

As fases do jogo: Uma bola na trave, cabeceada por Manoel, substituto do suspenso zagueiro Dedé, logo aos 5 min, deu a impressão que o Cruzeiro não demoraria para sair em vantagem. O Bahia atuava bem, mostrando desde o início, que não se limitaria a defender. O líder do Brasileirão, no entanto, atacava mais e, aos 27 min, em cobrança de falta de Lucas Silva, a trave salvou novamente os visitantes. Na base do 'quem não faz, leva', o Cruzeiro viu o Bahia abrir o placar, aos 29 min, por meio de Rafael Miranda, completando boa jogada ofensiva pelo lado esquerdo. Dez minutos depois, Marcelo Moreno desperdiçou ótima chance de empatar, após boa jogada de Ricardo Goulart.

Em desvantagem, o Cruzeiro voltou com Alisson no lugar de Marquinhos e uma grande disposição para atacar. Aos 2 min, Marcelo Lomba fez ótima defesa, evitando gol. Dois minutos depois, o árbitro Marcus Mateus Pereira marcou pênalti de Guilherme Santos em Ricardo Goulart. Os jogadores do time baiano se revoltaram o juiz, que expulsou o zagueiro Titi, por reclamação. Quase quatro minutos depois, Everton Ribeiro cobrou e empatou. Depois disso, os donos da casa aumentaram a pressão, enquanto o Bahia, com um jogador a menor, já não tinha pressa. De vez em quando tentava contra-atacar, mas não foi páreo para o líder, que fez o gol do triunfo com Ricardo Goulart, aos 25 min. Depois disso, a equipe mineira teve chances de ampliar, mas desperdiçou chances.

O melhor: Ricardo Goulart – Mesmo tendo enfrentado desgastante viagem de volta dos Estados Unidos, junto com Everton Ribeiro, foi destaque, ao sofrer o pênalti e marcar o segundo gol, sendo decisivo na construção de uma difícil e importante vitória.

O pior: Titi – O zagueiro do Bahia não estava mal, mas demonstrou pouco controle emocional no lance do pênalti marcado de Guilherme Santos sobre Ricardo Goulart. Titi reclamou acintosamente, levou o amarelo, aplaudiu o árbitro Marcus Mateus Pereira e foi expulso, deixando seu time com 10.

A chave do jogo: Empate no recomeço do jogo. Depois de perder, por 1 a 0, no primeiro tempo, o Cruzeiro voltou disposto a reagir logo e foi bem-sucedido em sua tarefa. Conseguiu um gol de pênalti, aos 8 min, e não desanimou em busca do ataque e evitou o sufoco do final, com gol de Everton Ribeiro, aos 25 min.

Toque dos técnicos:Gilson Kleina cumpriu o que havia prometido: um time equilibrado, que iria procurar jogar com a bola, além de fazer uma marcação agressiva. "Se abdicar de jogar, a gente vai sofrer pressão", afirmou o treinador do Bahia, pouco antes do início do jogo. E o Bahia conseguiu defender e atacar com qualidade, evitando dessa forma ser pressionado pelo Cruzeiro, como acontece frequentemente nos jogos no Mineirão. No intervalo, Marcelo Oliveira contra-atacou, tirou Marquinhos, pouco inspirado, e colocou Alisson, dando mais velocidade e opções de jogada pelos lados ao time celeste. Mais ousada ainda foi a entrada de Dagoberto na vaga do volante Henrique.

Para lembrar:

Selecionáveis celestes em campo. Everton Ribeiro e Ricardo Goulart, que participaram da 'excursão' da seleção brasileira aos Estados Unidos, quando venceu Colômbia e Equador, ambos os jogos por 1 a 0, foram escalados como titulares contra o Bahia, numa demonstração de que Marcelo Oliveira não quer dar qualquer tipo de chance aos oponentes na disputa pelo título brasileiro. Lucas Silva, que estava na seleção brasileira olímpica, também foi escalado.

Mudança no ataque cruzeirense. O técnico Marcelo Oliveira optou por poupar Willian, escalando Marquinhos desde o início. "O Willian vinha jogando seguidamente, o Alisson voltando da seleção olímpica e o Marquinhos descansado e treinando bem", justificou o treinador celeste.

Bahia desfalcado.Sem poder contar com nove titulares, o técnico Gilson Kleina foi obrigado a mudar o esquema do Bahia, que entrou em campo no 4-3-3. Na lanterna do Brasileirão, a equipe baiana precisava vencer para deixar pelo menos a última colocação.

Minuto de silêncio para 'Tião das Rendas'. Antes de a bola rolar, houve um minuto de silêncio em homenagem ao radialista Sebastião Pereira de Jesus, 70 anos, mais conhecido como 'Tião das Rendas', figura folclórica do futebol mineiro, que fazia estimativa e confirmava público e renda nos jogos em Belo Horizonte para a Rádio Itatiaia.

Artilheiro inesperado.Jogador revelado pela base do Atlético-MG, arquirrival do Cruzeiro, o volante Rafael Miranda marcou, contra o líder Cruzeiro, seu primeiro gol no atual Brasileirão. Fazer gol nunca foi o forte do jogador, que fez apenas quatro tentos pelo time atleticano em 153 partidas.

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