A instabilidade entre os técnicos é uma das marcas desse fim de temporada na Europa

A instabilidade entre os técnicos é uma das marcas desse fim de temporada na Europa

No mercado da bola do meio do ano, é bem provável que o maior alvo dos clubes não sejam um meia criativo, um centroavante goleador e tampouco um zagueiro com boa marcação. Entre os grandes, os treinadores têm tudo para serem a bola da vez, com grandes do porte de Real Madrid, Bayern de Munique, Manchester City e Milan em dúvida sobre o futuro dos seus bancos de reservas.

A instabilidade entre os técnicos é uma das marcas desse fim de temporada na Europa. Hoje, poucos além de Luis Enrique e Massimiliano Allegri, técnicos de Barcelona e Juventus, respectivamente, estão confortáveis em seus cargos. Prova disso são os outros semifinalistas da Liga dos Campeões, eliminados nesta semana.

Carlo Ancelotti saiu do empate por 1 a 1 com a Juventus dizendo que não sabe se permanecerá no Real, embora tenha indicado que quer fazê-lo. Campeão da Liga na primeira temporada em Madri, ele tem contra si um ambiente desfavorável no clube, com torcedores pedindo a cabeça do presidente e jogadores como Bale mostrando algum desconforto. O motivo de tudo isso, é claro, é a temporada em branco da equipe, que tem tudo para ficar sem nenhum título.

Do outro lado da semifinal da Liga está o Bayern de Munique. Campeão alemão com folga, é verdade, mas atropelado pelo Barcelona no torneio mais importante. Na mesma medida que é cobiçado por times em reconstrução como Manchester City e Milan, Pep Guardiola é atacado por figuras importantes da Alemanha, como Beckenbauer e Kahn, dois críticos do trabalho do catalão.

Antes do segundo jogo contra o Barcelona, Guardiola foi taxativo e disse que fica até o meio de 2016, data do fim de seu contrato. A segunda queda seguida na semifinal da Liga dos Campeões e as brigas internas que o espanhol criou, porém, podem abreviar essa passagem. Manchester City e Milan, nesse cenário, seriam apenas alguns dos candidatos.

Os ingleses estão cansados de fracassarem no âmbito continental e nunca se empolgaram com Manuel Pellegrini. Além de Guardiola, namoram Carlo Ancelotti. A ideia é entregar para esses medalhões um elenco talentoso, com ambição e até agora sem sucesso.

É o tipo de trabalho desafiador que o Milan pode colocar na mesa de negociação. A diferença é que com os italianos o buraco é mais fundo. Longe das primeiras posições no Italiano, o time rubro-negro pode ser vendido a milionários no meio do ano, o que significaria uma considerável injeção de dinheiro. Mais uma vez, a oferta para os grandes treinadores é a da reconstrução de um gigantes que vai mal das pernas.

Chelsea e PSG, hoje, estão em outro patamar. Sob o comando de José Mourinho, o time londrino voltou a vencer o Inglês, mas fez feio na Liga dos Campeões. O português disse que quer ficar, mas pela primeira vez parece ter desapontado o russo Roman Abramovich, que esperava mais do elenco estelar que deu nas mãos do treinador. Nesse caso, porém, a chance de mudança é menor que em Paris.

Laurent Blanc sabe que não é o técnico dos sonhos do PSG, que perdeu Ancelotti a contragosto há dois anos e sempre sonhou com Mourinho. Apesar da vitória heroica sobre o Chelsea, o time francês caiu pelo terceiro ano seguido nas quartas da Liga e a direção não se satisfaz mais com o domínio no próprio país (que, aliás, esse ano foi bastante ameaçado). Por isso, também pode ir às compras em julho.

Não bastasse a ciranda que essas movimentações todas podem provocar, ainda tem gente do lado de fora que pode entrar na dança. O melhor exemplo é Jurgen Klopp. Comandante do Borussia que assombrou a Europa com o vice da Liga há dois anos, ele já disse que não seguirá em Dortmund e tem tudo para beliscar espaço em um desses grandes insatisfeitos. Fora do mercado, mas bem cotados, estão ex-jogadores como Zidane e Vieira, hoje na base de Real Madrid e City, que estão se preparando para um posto na elite caso faltem opções aos cartolas.

Foto: UOL

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