Marcus Alves
Colaboração para o UOL Esporte, de Lisboa (POR)
Ainda descontente com o seu rendimento na temporada, o São Paulo foi atrás de peças no mercado para dar maior velocidade ao seu time e procurou o Porto pelo empréstimo do meia Otávio. Foram duas consultas, em momentos diferentes, mas os portugueses descartaram ceder o atleta.
Conforme apurado pelo UOL Esporte, ele entrou em pauta após sugestão do técnico Dorival Júnior, demitido recentemente e que deu lugar a Diego Aguirre. Os dois trabalharam juntos no Inter. Para tentar convencer os europeus, a cúpula tricolor sinalizou que o jovem jogador de 23 anos, que havia se lesionado em dezembro, poderia concluir a sua recuperação no clube e voltar à vitrine com uma sequência maior no Morumbi.
Até então, Otávio havia sido titular em apenas um jogo com o técnico Sérgio Conceição na Liga Portuguesa, ainda em setembro.
Mesmo assim, com um elenco considerado curto e em mais de uma frente no calendário, o Porto rechaçou a saída do brasileiro neste momento.
Como mostra de sua confiança no meio-campista, os portistas, inclusive, deixaram a situação financeira delicada de lado e desembolsaram 2,1 milhões de euros (R$ 8,23 milhões) na compra de 15% dos direitos econômicos, que pertenciam ao jogador paraibano. O pagamento foi feito a uma empresa de intermediação chamada GE assessoria.
Com a transação, a equipe elevou agora o seu percentual para 67,5%.
O investimento tem sido recompensado, com Otávio surgindo como um dos destaques do Porto desde que retornou a campo em fevereiro e sendo decisivo para tentar pôr fim ao domínio de quatro anos do Benfica na briga pelo título português. Ele ainda foi titular em um dos confrontos com o Liverpool, pela Liga dos Campeões.
Ao lado do também conterrâneo Tiquinho Soares, que chegou a ser oferecido ao Corinthians, cresceu na segunda parte da temporada e balançou as redes contra o Portimonense, no fim de fevereiro.
Influência do BMG no Porto
Com contrato renovado até 2021 e multa rescisória ao redor de 60 milhões de euros (R$ 235 milhões), Otávio é comparado ao luso-brasileiro Deco, que brilhou no Estádio do Dragão, e teve de rodar pelo Vitória de Guimarães no processo para se adaptar ao novo país. Hoje estabelecido, ele é mais uma mostra da influência do Banco BMG no Porto.
Além de ter comprado o naming rights de seu museu, a instituição foi responsável pela saída controversa do meio-campo do Inter.
Representado pelo empresário Giuliano Bertolucci no futebol, o BMG comprou 50% dos direitos econômicos do camisa 25 que pertenciam ao time colorado por R$ 7 milhões em 2014. Em seguida, o Coimbra, que hospeda os atletas do banco e adquiriu ainda outros 15% a um fundo de investimento, negociou 33% dos seus 65% por 2,5 milhões de euros (R$ 9,8 milhões, na cotação atual) ao Porto.
Um acordo que permitiu recuperar rapidamente o dinheiro investido e deve trazer ainda mais frutos para o Coimbra e seus parceiros num futuro próximo.
Foto: REUTERS/Miguel Vidal (Retirada do Portal UOL)
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