Com o resultado, o São Paulo pode passar às quartas com um empate no Mineirão

Com o resultado, o São Paulo pode passar às quartas com um empate no Mineirão

Guilherme Palenzuela
Do UOL, em São Paulo

Pela terceira vez nesta Libertadores, o são-paulino teve de sofrer até os minutos finais para gritar gol e comemorar uma vitória. Nesta quarta, diante de um Fábio inspirado, o time tricolor tentou, correu, penou e só fez aos 37 minutos do segundo tempo, quando Centurión fez de cabeça e garantiu a vitória por 1 a 0 contra o Cruzeiro no primeiro jogo das oitavas da Copa Libertadores.

Com o resultado, o São Paulo pode passar às quartas com um empate no Mineirão. Para reverter a eliminatória sem ir aos pênaltis, o Cruzeiro precisa pelo menos de um 2 a 0. Se fizer um gol fora, o time paulista obriga os rivais a marcarem três gols para passarem.

Para os 66 mil torcedores que foram ao Morumbi, porém, o tamanho da vantagem é o de menos. No maior público do São Paulo no ano, a insistência tricolor venceu a grande noite de Fábio, que até o gol havia feito pelo menos duas grandes defesas. Era uma redenção pessoal de um goleiro que tem um longo histórico negativo contra o clube do Morumbi.

Só que Centurión e Bruno, principalmente, não permitiram que ele saísse melhor desta vez. Em uma grande jogada do lateral, carta fora do baralho nos tempos de Muricy Ramalho, o argentino apareceu livre no segundo pau para cabecear firme e finalmente vencer Fábio após mais de 80 minutos.

Foi o terceiro triunfo do São Paulo no finzinho. Na primeira fase, o torcedor tricolor tinha esperado até os minutos finais para comemorar contra San Lorenzo, no Morumbi, e Danubio, no Uruguai. Agora, agradece pelo gol e torce para que o sufoco não seja tão grande daqui em diante.

Fases do jogo:
Sem Michel Bastos, Milton Cruz teve de fazer um pequeno ajuste no esquema do São Paulo, que deixou de jogar com uma linha de quatro homens no meio-campo para se arriscar em um 4-3-3, com Wesley e Souza à frente de Denílson no trio de volantes e Ganso e Centurión atrás de Pato no ataque. Deu certo.

Ajudado por Bruno, que surpreendeu com boa atuação após ter sido escanteado com Muricy Ramalho, os homens de ataque do São Paulo criaram e levaram perigo a Fábio. Cruzamentos precisos exigiram bastante do goleiro cruzeirense. Em uma delas, uma cabeçada de Souza, ele operou um milagre com a mão direita.

O Cruzeiro não conseguia reagir. Acuado, o time mineiro perdeu a batalha do meio-campo e não conseguiu fazer a bola parar em seu setor ofensivo nem quando a zaga do São Paulo deu bobeira com passes errados e mau posicionamento. O máximo que fez foi assustar a torcida em um chute de longe que passou perto da trave direita de Rogério Ceni.

Foram algumas chances claras de gol, que ou foram para fora ou pararam na grande atuação de Fábio. A pressão aumentou tanto que o São Paulo acabou dando espaço para contra-ataques perigosos. Com a defesa tricolor exposta, os mineiros passaram perto de frustrar o Morumbi com De Arrascaeta.

No duelo entre a insistência e a ousadia, deu São Paulo. Aos 37 minutos do segundo tempo, Bruno tabelou com Boschilia, cruzou com precisão e Centurión completou de cabeça para definir a vitória são-paulina.

Melhor: Bruno. Fábio, melhor em campo até o gol, merece uma enorme menção honrosa. Só que o lateral, uma aposta de Milton Cruz, decidiu o placar com uma grande assistência que premiou uma atuação que era boa desde o apito inicial.

Pior: Meio do Cruzeiro. Willians e Henrique perderam a disputa com Wesley, Souza e Denílson, que trabalharam a bola com liberdade perto da área do Cruzeiro. Com a bola, erraram passes e não conseguiram dar volume de jogo ao time bicampeão brasileiro.

Toque dos técnicos: A mudança de esquema deixou o São Paulo com mais gente no meio-campo. A matemática simples fez com que o setor tivesse quase sempre mais tricolores do que cruzeirenses e deixou o time mineiro acuado em seu campo de defesa, apostando em ligações diretas.

Chave do jogo: Pé torto do São Paulo. Com domínio da posse de bola e espaço, o time da casa só não criou a vantagem que gostaria porque pecou nas finalizações e no último passe. A ineficiência deu coragem ao Cruzeiro, que no segundo tempo passou a buscar o gol em contra-ataques.

Outros destaques:
Torcida no Morumbi: Lotado mais uma vez, o estádio vibrou muito antes do jogo quando o sistema de som anunciou a derrota do Corinthians no Paraguai. Com a bola rolando, porém, o público ficou mais quieto do que poderia e só se manifestou com gritos de "bicha" e "mito" nos tiros de meta de Fábio e Rogério Ceni, respectivamente.

Pênalti?: No meio do segundo tempo, Rafael Tolói quase fez de cabeça após um cruzamento da direita. O zagueiro reclamou muito com o árbitro Carlos Amarilla, pois foi puxado no momento em que saltava para bater na bola.

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