Diretores do São Paulo já falam em entrar na Justiça contra a Penalty, sua fornecedora de material esportivo desde 2013

Diretores do São Paulo já falam em entrar na Justiça contra a Penalty, sua fornecedora de material esportivo desde 2013

Adriano Wilkson
Do UOL, em São Paulo

Diretores do São Paulo já falam em entrar na Justiça contra a Penalty, sua fornecedora de material esportivo desde 2013, que na quarta-feira convidou a imprensa a um evento de "despedida de Rogério Ceni". Tanto o clube quanto o jogador reagiram de maneira indignada ao que consideraram "um erro grotesco" da empresa.

De acordo com o clube, o evento anunciado deveria ser apenas o lançamento de uma camisa comemorativa ao fim da carreira do goleiro, o que já estava acertado há um mês.

Mas, no texto do convite, o marketing da Penalty informou que o goleiro confirmaria no evento sua aposentadoria, o que ele vem evitando fazer enquanto o time ainda disputa partidas importantes.

Indignado, o departamento jurídico tricolor estuda as possibilidades de ação contra a empresa e não descarta abrir um processo judicial. A diretoria vê que o contrato de patrocínio foi desrespeitado pela precipitação da empresa.

"Eu me junto à indignação de outros diretores no sentido de repudiar a atitude da empresa. Já estamos estudando como agir juridicamente a partir de agora para evitar que atos assim voltem a acontecer", afirmou o diretor jurídico do São Paulo, Leonardo Serafim dos Anjos.

O motivo da indignação da diretoria foi a criação de um "fato novo" no dia de decisão para o time na temporada. Horas depois do anúncio da Penalty, o São Paulo enfrentaria o Atlético Nacional pela semifinal da Copa Sul-Americana. O time acabou perdendo, apesar de Rogério ter feito defesas importantes.

"Ninguém tem direito de dizer dia, escolher data... não entendo da onde surgiu isso", afirmou o goleiro depois do jogo. "Não sei como uma pessoa pode criar uma coisa dessas. É a primeira vez na vida que eu vejo isso acontecer."

A dúvida sobre a data de aposentadoria de Ceni foi alimentada principalmente depois que o técnico Muricy Ramalho ter dito que o goleiro está repensando a decisão de parar no fim de 2014.

Um dos cartolas chegou a definir o gesto da Penalty como "uma facada nas costas". A diretoria proibiu a empresa de entrar em contato com Rogério, que soube do evento em que supostamente anunciaria sua aposentadoria dentro da concentração em Medellín.

Acompanhando a delegação na Colômbia, o presidente Carlos Miguel Aidar apareceu em público com um agasalho da Reebok, antiga patrocinadora do São Paulo e concorrente da Penalty. O gesto foi visto como uma provocação à atual parceira

Em entrevista à TV Fox Sports, Aidar chegou a questionar o lançamento da camisa, que havia sido acertado entre clube, Rogério e empresa há um mês. Outros diretores dizem que não há nenhum clima para um evento festivo na semana que vem, e ele deve ser cancelado.

O problema é que a camisa em questão já está em pré-venda desde o dia 8 de novembro, mesmo sem ter seu desenho revelado. A Netshoes, uma das varejistas que trabalha com o produto, disse não ter um plano B caso a produção seja abortada.

Penalty x São Paulo

O clube tem relações estremecidas com sua parceira, com quem tem contrato desde o ano passado. Em 2014, a diretoria chegou a abrir negociações com concorrentes para romper o contrato, reclamando de atrasos no pagamento de parcelas do patrocínio. Depois, voltou atrás e decidiu cumprir o contrato até o fim.

O episódio da quarta-feira foi o mais grave entre todos os entreveros que já vieram a público entre as duas partes.

No final da noite, a Penalty lançou um comunicado pedindo desculpas ao São Paulo e a Rogério Ceni pelo que considerou uma falha de comunicação.

"A Penalty esclarece que o convite distribuído à imprensa, para a apresentação da camisa do Rogério Ceni, não teve o intuito de oficializar a data de encerramento da carreira do ídolo são-paulino, uma vez que esta decisão e comunicação cabe única e exclusivamente ao próprio Rogério."

Foto: UOL

Últimas do seu time