O "não-tratamento especial" não significa falta de cuidado. É, na verdade, uma estratégia

O "não-tratamento especial" não significa falta de cuidado. É, na verdade, uma estratégia

Breno ateou fogo à própria casa e passou três anos preso na Alemanha. Dois anos depois de ter assinado contrato com o zagueiro quando ele ainda estava detido, o São Paulo conta com o jogador no seu dia-a-dia pela primeira vez em seis anos. No retorno, o clube entende que o melhor tratamento especial é, justamente, não dar nenhum tratamento especial.

Como os demais companheiros, o zagueiro se reapresentou na última quinta para uma bateria de testes físicos. Só que os companheiros vêm de um mês de férias, enquanto ele ainda vive seus primeiros momentos de liberdade em longos anos.

Breno ateou fogo à própria casa em 2011, quando ainda estava no Bayern de Munique. Um ano depois, foi condenado pela Justiça alemã a três anos e nove meses . Em 2014, foi liberado em condicional após ter cumprido dois terços da pena. Era de se esperar que, no retorno ao Brasil, o clube tivesse dedos para lidar com o jogador, que já admitiu que o alcoolismo afetou a carreira e sua vida pessoal.

Na prática, deve ser o contrário. O São Paulo diz que Breno tem acesso à psicóloga do clube, mas como todos os outros jogadores, sem encontros de maior regularidade. Na rotina de campo, ainda que precise de tempo para voltar à melhor forma física e técnica, ele deve ser tratado como os demais.

"Além de dar chance ao ser humano, a gente acha que é um jogador que vai dar retorno. A gente está tratando dele normalmente. Claro que tem um trabalho sério com a nossa psicóloga, mas não é muito rígido, é leve. Ele está cercado de gente que gosta dele, com a estrutura que tem. E não vamos estabelecer prazos para voltar a jogar ou algo assim", disse Muricy Ramalho.

O "não-tratamento especial" não significa falta de cuidado. É, na verdade, uma estratégia. Breno é um caso tão à parte no São Paulo que chega ao clube com apenas seis meses de contrato restantes. Seu compromisso com o clube data de 2012, quando o então diretor de futebol Adalberto Baptista foi à Alemanha dar apoio ao zagueiro, que estava preso.

Recentemente, foi Gustavo Vieira, gerente de futebol, que foi ao país europeu se aproximar de Breno e seu estafe. "Ele está tendo isso [acompanhamento dos dirigentes] desde a época em que estava na Alemanha. Em relação a treinar com o elenco, é normal. Me surpreenderia se fosse fazer algo diferente", disse Alexandre Soares, empresário do zagueiro. 

Foto: UOL

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