Adriano Wilkson
Do UOL, em São Paulo
O São Paulo precisou de seis minutos e duas conclusões perfeitas de um zagueiro e de um atacante para começar a construir a vitória sobre o Goiás nesta segunda-feira, no Morumbi. Edson Silva, de cabeça, e Luis Fabiano, oportunista dentro da área, marcaram antes do sétimo minuto de jogo. No segundo tempo, Alan Kardec fez o terceiro para fechar o triunfo seguro por 3 a 0. O começo arrasador derrubou psicologicamente os jogadores do Goiás, que passaram o resto do jogo tentando se recompor, mas encontraram um esquema seguro que pôde neutralizar as poucas ameaças ao gol de Rogério Ceni.
A vitória é importante porque devolve ao São Paulo a vice-liderança do Campeonato Brasileiro, que havia sido perdida para o Atlético-MG. Os três pontos aliados ao tropeço do Cruzeiro no fim de semana fazem a diferença entre líder e vice cair para apenas cinco pontos (61 a 56). Assim, o time tricolor, que contou com bastante torcida para uma segunda-feira fria, continua sonhando com o sétimo título nacional. Para o Goiás, a derrota, apesar de dolorosa, não é o fim do mundo: o time está consolidado na metade da tabela.
Fases do jogo. Trilado o apito inicial, o São Paulo não permitiu ao Goiás nem sequer respirar. Logo no primeiro avanço, o time da casa conseguiu uma falta perto da bandeira de escanteio, que Michel Bastos cobrou na cabeça de Edson Silva. O zagueiro foi preciso e abriu o placar aos 3min. No lance seguinte, ao pressionar a saída de bola, o São Paulo foi presenteado por um erro do zagueiro esmeraldino Jackson. Michel Bastos a recuperou e passou para Luis Fabiano fazer o segundo aos 6min.
Os gols-relâmpago ditaram o ritmo do jogo a partir daí. O São Paulo, prudente, recuou o time e conseguiu anular bem as investidas goianas, apostando em contra-ataques. No segundo tempo, Alan Kardec matou o jogo ao completar de cabeça um escanteio cobrado por Michel Bastos. A torcida se inflamou, o São Paulo se mostrou tranquilo e só controlou o jogo até o fim.
O melhor: Michel Bastos. O meia, substituto do suspenso Kaká, não fez feio. Ligado desde o começo, ele correu por todos os lados do campo, deu três assistências e apareceu como elemento-surpresa na área do Goiás. Pecou, porém, na finalização. Se não tivesse perdido duas chances claras, o São Paulo poderia ter feito 4 a 0 ainda no primeiro tempo.
O pior: Jackson. Foi uma noite trágica para o bom zagueiro do Goiás. Falhou na marcação de Edson Silva no primeiro gol e errou um passe na intermediária que gerou o segundo. Pediu desculpas aos companheiros, que o abraçaram depois dos gols.
Chave do jogo. O sufoco no começo. Se a partida se anunciava como um duelo difícil no Morumbi, tudo mudou quando o time da casa conseguiu aproveitar duas oportunidades e fazer dois gols logo no começo. O susto abalou os jogadores do Goiás, que demoraram para se organizar novamente.
Toque dos técnicos. Com a vitória parcial, Muricy Ramalho percebeu que Michel Bastos estava em uma noite inspirada e posicionou para aproveitar o contra-ataque. Em uma jogada puxada por ele, surgiu um escanteio que originou o terceiro gol, que matou a partida.
Para lembrar:
O recorde de goleiro. A vitória fez Rogério Ceni se tornar o jogador profissional com o maior número de vitórias na carreira De acordo com as contas do São Paulo, Ceni alcançou a 590ª vitória nesta segunda-feira. Ele ultrapassa assim o galês Ryan Giggs, que de acordo com o Guinness, tem 589.
Mais um. Rogério já tem três marcas reconhecidas pelo livro dos recordes: o jogador que mais atuou pelo mesmo time, o que mais foi capitão e o goleiro que mais fez gols.
Centenário. Luís Fabiano chegou ao seu centésimo gol no Campeonato Brasileiro. Foram três pela Ponte Preta e 97 pelo São Paulo.
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