São Caetano e São Paulo se enfrentaram no dia 27 de outubro de 2004

São Caetano e São Paulo se enfrentaram no dia 27 de outubro de 2004

O São Caetano tem em sua sala de troféus algo diferente, lá está guardada a chuteira que o ex-jogador de futebol Serginho utilizou no dia de sua morte.

São Caetano e São Paulo se enfrentaram no dia 27 de outubro de 2004, quando aos 14 minutos do segundo tempo o Serginho caiu em campo e sofreu um parada cardiorrespiratória, algumas horas depois seu óbito foi decretado.

"Eu estava presente no hospital no momento da morte do Serginho, estava do lado dele. Ele estava com uniforme do São Caetano todo rasgado por conta das intervenções médicas, tiveram de abrir o peito dele. Fui tirar a chuteira do pé, só queria ela. Acabei ficando com ela, e pus dentro de um quadro aqui na nossa sala de troféus. É a única lembrança física que tenho do Serginho. Guardo como uma forma de homenagem", disse Nairo Ferreira de Souza, presidente do São Caetano em entrevista ao UOL Esporte.

Muita gente não sabe que a chuteira está guardada no clube. "Tinha um carinho muito grande pelo Serginho. Tratava ele como um filho. Quando falo do Serginho, me emociono ao lembrar de seu caráter. Era um bom marido, um bom pai, um bom filho. Uma pessoa maravilhosa, que tinha muita história para contar, adorava fazer piada. Era 'o cara', e falo isso porque tenho esta liberdade", afirmou Nairo, relembrando que a indicação para o São Caetano contratar Serginho partiu de Luis Carlos Martins, que era treinador do clube na época e comandará o time em 2015.

Nairo se emociona ao lembrar do caso."Foi um momento muito difícil e triste. A gente lembra todos os episódios. A saída para ir ao Morumbi jogar contra o São Paulo, um jogo bom, importante. Tudo passa pela memória, foi muito comovente ver o Morumbi todo gritando o nome do Serginho. Foi um começo de noite bom e um fim muito triste", afirmou o presidente do São Caetano.

Nairo nega negligencia do clube. "O resultado surpreendeu a todo mundo. Tanto que o Dr.Paulo (Forte) tem um documento emitido pelo Incor falando que foi uma fatalidade. Da arritmia sabíamos, fui alertado pelo cardiologista. Mas esta arritmia não era nada que o impedisse de jogar futebol, correr, levantar peso. Nunca foi falado no São Caetano que ele estava proibido de jogar. Por isso estava em atividade normal. Na época foi falado por aí que ele tinha 1% de chance de morrer, mas isso nunca existiu", garante o presidente.

Nairo comentou sobre a punição aplicada pelo STJD na época. "Foi exagero do STJD de querer pegar um clube e fazer sensacionalismo e mostrar algo para o futebol brasileiro, mesmo porque fomos absolvidos na Justiça Comum. Nos tiraram 24 pontos, quase caímos naquele ano. Naquele momento, acho que foi mais um ato do STJD para querer mostrar algo para o povo brasileiro do que analisar tudo. Não tínhamos culpa de nada. Qual era função do São Caetano? Era fazer os exames. Poderíamos pagar se tivesse negligência de nossa parte. Mas cumprimos com todas normas legais para ter o atleta em atividade", afirmou.

E para encerrar Nairo comentou sobre a relação do clube com a viúma de Serginho. "O São Caetano honrou os 13 meses restantes em contrato. Pagamos o salário em dia para não deixar a famíla desamparada. O São Caetano deu toda a assistência enquanto o contrato permanecia. A Elaine nunca precisou do São Caetano, mas estaríamos sempre persentes pelo que ele (Serginho) representava para nós. Estamos sempre às ordens da família", concluiu.

Foto: UOL

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