Ainda falta muito. Mesmo.

Ainda falta muito. Mesmo.

Todo mundo que saca futebol percebe quando algo de muito bom (ou muito ruim) está para acontecer em um clube. Quando Ney Franco reclamou publicamente da atitude de Rogério Ceni. Quando Leonardo Silva trocou o vencedor Cruzeiro pelo Galo meio no escuro. Quando o Santos vendeu Neymar com acordos de sigilo.
Você duvidava que Ney teria vida curta, que o Atlético Mineiro estava montando um projeto sério e que tinha azeitona na empada da diretoria do Santos e do Comitê Gestor?
Pois é. Isso tudo para dizer que o time da Vila, apesar de ter uma boa geração, tá mal das pernas.
O Santos começou a partida contra o Corinthians em ritmo de velório catalão. E, aos 3 minutos, puseram uma pá de terra sobre o caixão do Peixe em um erro infantil demais da defesa. Demais. Aliás, me avisem se alguém achar um replay em que o Durval aparece marcando alguém. Sorte do time da Vila que Montillo deu uma acordada no segundo tempo e achou um lindo passe para William José, clone piorado, emagrecido e ampliado do poste André (de 2012, não aquele maravilhoso de 2010!).
Léo parou de acrescentar. Arouca jogou um pouco mais a frente com a entrada de Alisson (do jeito que não rendia com Muricy). William José caiu na pilha dos fala-muito corintianos e parecia um agente antibombas decidindo se cortava o azul ou o vermelho: fazia quase nada certo.
A zaga é questionada, enquanto os jovens Gustavo, Jubal e Neto pedem passagem (e sempre que entram, vão bem). William José saiu para entrar Giva há umas rodadas, para preparar o time para jogar com Thiago Ribeiro. Mas aí voltou o William José. Cicinho jogava há um ano na Ponte como meia e foi resolver o problema na lateral. Mena, titular da boa seleção do Chile, é reserva do inoperante ídolo Léo.
Claudinei, o quase-técnico, não é interino, tampouco efetivo. É "funcionário do clube?. Isso me dá a sensação de que qualquer dia ele vai ser visto cortando uma grama, trocando uma lâmpada. Sei lá, menos treinando o time. Um cara nessa condição consegue se impor diante de tanto malandro no futebol? Claro que não. Um cara desse bota o dedo na cara dos veteranos e barra? Claro que não. Até tenho gostado do trabalho dele, mas a atitude que parecia que tinha de sobra, começou a faltar. Só tiro meu chapéu para o cutucão que ele deu em Ronaldo Nazário sobre a "mancha? na vida pessoal (se você não sabe, dá um Google: Claudinei responde a Ronaldo e divirta-se).
O bom presidente Laor parece ter perdido o leme do barco junto com sua saúde. O interino Odílio tampouco parece ter apreço pelo leme. O interino à beira do gramado parece que não tem cacife ainda para comandar o time do Santos, que tem atacantes interinos, um camisa 10 interino ? que acabou de dizer que se fizer gol no Cruzeiro não vai comemorar em respeito (ah, vá!) ? um zagueiro canhoto interino, que foi vendido, não quis ir para não tirar os filhos da escola, o time não renova o contrato, deixa claro que ele vai embora ao final do ano mas ele esta lá, firme e forte, mesmo sabendo que tem seus dias contados. Ou seja, o zagueiro tá enxugando gelo...
O Santos, hoje, é um time interino. Para quem até outro dia tinha um dos maiores jogadores de futebol do mundo no elenco, é pouco. Ok, o time está se reestruturando. Mas falta pulso para isso aí dar certo.
Rafael Gonçalves ? http://www.twitter.com/faelgo - é jornalista, locutor, escritor de fundo de gaveta, chef de churrasqueira, cantor de chuveiro, ex-goleiro nas horas vagas. Amante de futebol das bolas redonda e oval, do baseball e de quatro rodas acelerando. Palpiteiro e roqueiro apaixonado por Michael Jackson e Frank Sinatra.
Imagem: @CowboySL

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