Dassler Marques
Do UOL, em São Paulo
Não foi como nos tempos de Carlitos Tevez, que teve o carro chutado no adeus em 2006, ou como Edílson, encurralado no Parque São Jorge em 2000, depois da eliminação na Copa Libertadores para o Palmeiras. Mas a participação de torcedores organizados também foi importante para que Paolo Guerrero deixasse o Corinthians sem uma despedida. Em especial, por causa de ameaças via WhatsApp.
Na manhã de segunda-feira, depois de Guerrero perder um gol feito contra o Fluminense e ter divulgado seu acerto com o Flamengo, funcionários do departamento de futebol ficaram preocupados com mensagens que chegaram por telefone celular. Um alerta já havia sido feito ao peruano, na noite de domingo: cinco membros de uma organizada, no aeroporto, cobraram o jogador em virtude do lance no Maracanã. A partir dali, a pressão nos bastidores, sobretudo pelo WhatsApp, só cresceu.
Alertado pelo clima ruim no início da semana, Guerrero avisou que estava disposto a jogar, mas pouco a pouco se irritou e foi convencido a abdicar da despedida. Na terça-feira, com essa decisão já encaminhada, ele treinou com os companheiros e mostrou semblante irritado. De acordo com o gerente Edu Gaspar, o estafe do jogador pediu que ele não atuasse no clássico.
É com esse sentimento de mágoa, segundo quem trabalha por perto, que Paolo encerra sua trajetória no Corinthians. Ele se irritou, por exemplo, com a declaração de Andrés Sanchez, superintendente de futebol do clube, que disse: "que vá para o Palmeiras, Flamengo ou São Paulo".
A atitude foi vista como uma tentativa de desgastar a relação de Guerrero com as arquibancadas. Já diante da rescisão na terça-feira, Alondra García, noiva de Paolo, escreveu no Instagram: "o defeito mais grave do homem é a ingratidão". Para ser liberado, Guerrero deve abrir mão de cerca de R$ 600 mil que tem a receber em salários.
Situações parecidas à de Guerrero ocorreram também recentemente com mais dois jogadores. No caso de Elias, a diretoria do Corinthians deu sinal verde ao Flamengo para negociar, mas foi informada pelo jogador que não havia interesse na transferência. O meio-campista, então, disse à diretoria que não estava disposto a arcar com a cobrança de torcedores e possíveis acusações de mercenário, como agora escuta Paolo. Assim, tudo esfriou.
Já com Matheus Cassini, o processo aconteceu em ordem distinta. A diretoria do Corinthians encaminhou a transferência para o Palermo-ITA, mas se assustou com a repercussão negativa da venda de um jogador que sequer estreou nos profissionais e fez bastante força para reverter a saída dele. Inclusive, ofereceu valores semelhantes aos do atacante Malcom. No Twitter, Andrés Sanchez disse que sair foi opção de Cassini.
Foto: UOL
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