Nos últimos dias, as declarações no clube alvinegro não estão sendo tranquilas. A nova polêmica e maior aconteceu na sexta-feira, entre Alexandre Kalil e Levir Culpi

Nos últimos dias, as declarações no clube alvinegro não estão sendo tranquilas. A nova polêmica e maior aconteceu na sexta-feira, entre Alexandre Kalil e Levir Culpi

Bernardo Lacerda

Do UOL, em Vespasiano (MG)

O Atlético-MG começou a emplacar no Brasileirão. O time encostou nos quatro primeiros colocados e somou sete dos último nove pontos disputados. Porém, os bastidores do clube têm se mostrado bastante conturbado nos últimos dias. Além das dificuldades financeiras, o técnico Levir Culpi entrou em rota de colisão com o presidente Alexandre Kalil e alguns jogadores.

Nos últimos dias, as declarações no clube alvinegro não estão sendo tranquilas. A nova polêmica e maior aconteceu na sexta-feira, entre Alexandre Kalil e Levir Culpi. O treinador, em sua entrevista coletiva, criticou o planejamento da diretoria, ao contratar três reforços para a lateral esquerda, Pedro Botelho, Emerson Conceição e Douglas Santos, que não estreou ainda.

Pouco depois, o presidente atleticano utilizou o Twitter para rebater. "No Atlético é o seguinte: do porteiro ao presidente, se tiver ruim, é só pedir pra ir embora. Sem drama e sem conversinha", escreveu Alexandre Kalil.

Porém, a reclamação de Levir em cima da chegada de mais um reforço para o lado esquerdo já se iniciou antes do anúncio da contratação de Douglas Santos, que veio da Udinese. Internamente, o comandante se disse contra investir alto em reforços e não quitar os salários atrasados. O Atlético deve os dois últimos meses e ainda parte de premiações.

"Ninguém consegue contratar lateral-esquerdo, temos dois com porte físico bom, o Botelho está aqui, o Emerson não teve regularidade de nota sete para cima, mas não foi para baixo. Difícil encontrar laterais com regularidade melhor do que eles. Tudo bem, vai lá e busca lateral, quanto custa, quatro, cinco milhões de euros, ficamos com três e um fora do banco. Aí chega no final do mês e você não recebe", observou Levir.

O treinador não escondeu o incômodo com a falta de pagamento aos atletas, mesmo ressaltando ter confiança na diretoria. "A conta não está fechando, os clubes estão pagando muito para os treinadores e jogadores e não estão pagando ninguém", afirmou.

Além do lateral-esquerdo, chegaram ao clube o zagueiro Tiago, indicação do treinador, e o volante Rafael Carioca. Levir, porém, voltou a afirmar que não desejava grandes reforços. "Não fiquei ansioso pela falta de reforços. Sempre elogiei o elenco. Precisa do trabalho do técnico", disse.

"O elenco é muito bom, muito qualificado. Pontualmente você busca alguma coisa no mercado. A gente pode fazer boa campanha, assim como fez o Lanús, com elenco mais controlado no aspecto financeiro. Acho que está fechado, podemos terminar o ano sem mais contratações", ressaltou o comandante.

O discurso truncado do comandante já havia batido de frente com Marcos Rocha, ao final da partida contra o Palmeiras, no domingo. O lateral-direito revelou que os defensores estão encontrando dificuldades com a marcação de bola parada, que é feita em zona. Ao ser questionado em sua coletiva, o comandante disse que se sentiu traído com a declaração e que iria resolver em uma conversa com o grupo.

Na sexta-feira, o treinador voltou a comentar sobre o assunto e adotou tom irônico para falar sobre os treinos de bola parada. "Resolvemos a crise. Tivemos reunião com presidente, ele veio, resolvemos a crise da bola aérea", afirmou Levir.

"Resolvemos sem solução, pois vamos continuar levando gol de bola aérea e vamos marcar. É a física, não estudamos, mas sabemos que dois corpos não pode ocupar o mesmo espaço. Mandei gravar os gols da última rodada, acho que sete foram assim", acrescentou.

FOTO: UOL

Últimas do seu time