Bernardo Gentile
Do UOL, no Rio de Janeiro
Uma geração talentosa subiu dos juniores para os profissionais e, sob o comando do então técnico Oswaldo de Oliveira, em 2012, rapidamente se firmou no time titular do Botafogo. Dória, Vitinho e Jadson não resistiram às investidas de clubes europeus e já deixaram General Severiano. Um, no entanto, segue no Alvinegro e faz jus ao símbolo que defende: a estrela solitária.
Principal amigo e xodó de Seedorf durante a passagem do holandês, Gabriel teve que dizer não à Europa para permanecer no Botafogo. Muito ligado à família, o volante havia acabado de comprar um apartamento no Rio de Janeiro e não viu com bons olhos a ida para o exterior naquele momento, orientado pelo pai Edemílson. Ofertas não faltaram. Fiorentina-ITA, Udinese-ITA, Lokomotiv Moscou-RUS, Wolfsburg-ALE foram algumas das equipes interessadas.
"Eu fico muito feliz e realizado por eles [companheiros de base, vendidos para a Europa]. É o sonho deles jogar lá. Fico feliz pela trajetória deles, mas também estou muito feliz por estar no Botafogo. É o clube que me lançou e serei eternamente grato. Meu pensamento é só no Botafogo. É o time que ficará para sempre marcado na minha vida", disse o volante ao UOL Esporte.
Com 104 jogos pelo Botafogo, Gabriel é o jogador da sua geração que mais vestiu a camisa do clube. E isso gerou uma maior identificação do volante com torcedores do Alvinegro. "Muitos jogadores falam isso, mas eu realmente penso dessa maneira. Não quero ir para a Europa e voltar no dia seguinte. Quero me estabelecer no Botafogo, ter uma história. Prefiro ter esse vínculo e vou honrar a camisa enquanto estiver aqui", afirmou.
"Jogar na Europa é o fruto do trabalho de cada um. Botafogo é quem me paga e que me deu a oportunidade da vida. Penso só no Botafogo, Europa é consequência. Quando tiver uma proposta irrecusável, até o Botafogo vai querer. Sei que um dia isso vai acontecer na minha carreira, mas vai ser da melhor maneira", completou.
Sob o comando de Vagner Mancini, Gabriel perdeu a titularidade. Entretanto, o período no banco foi curto e a volta por cima veio para provar que o treinador estava certo em dar uma nova chance. O volante é o maior ladrão de bolas do Campeonato Brasileiro: são 54 em 18 jogos, uma a mais que Cicinho, do Santos, com uma partida a mais.
"Fico feliz de voltar a jogar bem e poder ajudar meus companheiros. Trabalhei muito quando perdi a vaga. Sabia que faltava alguma coisa. Sou jogador e tenho que estar bem fisicamente. Sou um cara tranquilo, bem família. Percebi que tinha que pegar mais pesado nos treinamentos, pois estava acomodado. Jogador quando se acomoda piora muito. Minha ida para o banco foi positiva nesse sentido", explicou.
E a prova de que Gabriel ainda não se vê longe do Botafogo é que ele já pensa nas eleições de novembro. O volante mostra otimismo com o futuro do Alvinegro, mas não deixa de se preocupar com a grave financeira enfrentada pelo clube de General Severiano.
"Vejo que vai melhorar. A nova diretoria que irá assumir virá com coisas boas para tentar pagar tudo certinho e quitar os antigos. Sabemos que é difícil, mas que não ocorre só com o Botafogo. A grande maioria dos times brasileiros vivem isso. Torcemos para quem entrar possa fazer o papel e honrar os compromissos", concluiu.
Foto: UOL
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