Ao final da sexta rodada, faltando apenas o jogo de segunda-feira para sua conclusão, arrisco dizer que os dois clubes que terminaram o domingo na primeira e segunda colocação (Atlético MG e Flamengo) não devem permanecer lá por muito tempo, uma vez que não estão entre as melhores equipes do momento, que a meu ver se acham representadas por Corinthians, Palmeiras e Grêmio. 

 

Por falar em Grêmio, assistiu-se a mais um tropeço do tricolor gaúcho no empate sem abertura de contagem com o lanterna Paraná, na Vila Capanema, algo que até poderia ser atribuído aos desfalques se não fosse a bobeada de Renato Portaluppi, fazendo substituições acertadas, mas de forma retardatária, como é do seu feitio, que não resultaram em gols por absoluta falta de tempo.  

 

Se nos primeiros 45 minutos de jogo, seu time teve o domínio territorial da partida, mas não levou perigo à meta do adversário , o lógico era que o técnico gremista voltasse para a etapa final com as modificações que julgasse necessárias para dar mais mobilidade ao ataque e encontrar o caminho do gol. 

 

Mas Renato preferiu continuar com o mesmo ataque inoperante até a metade do segundo tempo, insistindo numa formação ofensiva que parava sistematicamente no forte esquema defensivo montado pelo técnico Rogério Micale. 

 

Só aos 22 minutos da etapa completar, Portaluppi se deu conta de que do jeito que estava não poderia continuar e então acordou para a realidade, fazendo duas modificações ao mesmo tempo. 

 

Mandou Cícero a campo, no lugar de Jaílson, e colocou o garoto Pepê na vaga que vinha sendo ocupada por Maicosuel .

 

Essa mexida, por si só, já deu uma nova fisionomia ao ataque gremista, que começou a se aproximar mais da área do adversário, mas ainda faltava aquele jogador mais agudo para criar jogadas de profundidade que  ameaçassem desmontar a muralha defensiva da equipe dona da casa.

 

Essa falta foi suprida quando  Renato, com menos tempo ainda para tentar movimentar o placar, lançou mão do jovem atacante Lima, tirando Léo Moura de Campo e deslocando Ramiro para a Lateral. 

 

A partir daí, as chances de gol que não vieram em toda a primeira etapa e na metade da segunda começaram a aparecer, duas delas em lançamentos preciosos do agora lateral Ramiro, e outra com Cícero, que desperdiçou uma grande oportunidade para abrir o placar. 

 

O crescimento gremista foi de tal sorte notório, nos minutos restantes do jogo, que o goleiro Thiago Silva, com duas excelentes defesas que salvaram o Paraná da derrota, acabou se tornando o melhor jogador da partida. 

 

Diante do que se viu do primeiro ao último minuto desse jogo, é correto dizer que, se Renato Portaluppi tivesse mexido na equipe no intervalo da partida, o Grêmio teria saído de Curitiba com a vitória, talvez até com dois gols de diferença, o que lhe permitiria terminar o domingo na terceira colocação do certame. 

 

Focando agora a metade vermelha do futebol dos Pampas, este final de domingo não foi nada camarada com a torcida colorada, que vai acordar amanhã tendo seu time do coração flutuando no "mar tenebroso" da Zona de Rebaixamento. 

 

Coube ao Vitória mais uma vez empurrar o colorado gaúcho para o Z-4, ao vencer o Ceará nesta domingo pelo placar ajustado de 2 a 1.

 

Parece que o clube baiano tornou-se a touca colorada dos últimos tempos. Foi responsável pela queda do Inter, no Brasileirão do ano passado, recentemente o eliminou da Copa do Brasil e agora sai da Zona de rebaixamento, passando o bastão ao time do Beira-Rio.

 

Isso torna a partida do Inter amanhã, diante da perigosa Chapecoense no Beira-Rio,  um desses confrontos que se costuma chamar de jogo de vida ou morte, no qual o dono da casa precisa garantir pelo menos o empate para sair do Z-4.

 

Se vencer com 1 gol de diferença, salta para a 11ª colocação na tabela. Se conseguir uma vitória com saldo no placar superior a 2 gols, acaba a rodada classificado em 10º lugar, com apenas 1 ponto atrás do rival Grêmio. 

 

Em caso de derrota para o visitante catarinense, o que não deve passar pela cabeça dos colorados nem por hipótese, o Inter aguardará a próxima rodada na sofrível Zona de rebaixamento.

 

Se essa desgraça acontecer, dificilmente Odair Hellmann deixará de perder o emprego no Beira-Rio, pois há quem diga, como a apresentadora Renata Fan, que esse treinador não está à altura daquilo que o Inter precisa para se tornar um time efetivamente vencedor.