Aranha, do Santos, foi vítima de atos racistas de torcedores gremistas, durante duelo do Santos com o Tricolor gaúcho, no sul do país

Aranha, do Santos, foi vítima de atos racistas de torcedores gremistas, durante duelo do Santos com o Tricolor gaúcho, no sul do país

Racismo enoja, causa repúdio e deve ser combatido com a força da Lei. Quem desconhece, então fique sabendo que o racismo é um ato inafiançável, ou seja, o racista deve ser trancafiado na cadeia, sem dó.

Só assim atos como este serão controlados em nossa sociedade. Não devemos ser hipócritas de acreditar que o racismo acabará no mundo. No entanto, o que mais enoja é o racismo camuflado e que as autoridades aceitam de forma passiva. Isso não pode acontecer.

Racismo e futebol estão intimamente ligados no Brasil e no mundo, infelizmente. Os episódios são vários e a cada semana explode uma revolta num canto do planeta. Jogadores negros repudiam os atos racistas, a sociedade se mobiliza contra a atitude e assim deve ser. A indignação tem que estar na pauta sempre que o racismo vir à tona.

O jogo Grêmio x Santos, nesta quinta-feira, em Porto Alegre, apresentou parte da torcida tricolor atacando o goleiro Aranha, do Santos, com ofensas e gestos racistas. O goleiro se revoltou contra a torcida e a polêmica veio à tona. É preciso agora arregaçar as mangas e agir como manda a Lei.

Uma torcedora foi flagrada, xingando o goleiro de “macaco”. Essa merece a cadeia. As autoridades gaúchas devem fazer a valer a Lei e prender a torcedora racista.

Em tempo: as autoridades devem agir e não nós, cidadãos. A indignação nos cabe, mas com bom senso e equilíbrio. Se repudiamos o ato racista, então estamos acima desta torcedora racista. Não devemos linchá-la nas redes sociais, isso é errado, e não nos cabe, apenas nos rebaixando ao nível dela.

Defendo também punição ao clube. O ato racista é individual e deve ser combatido com a cadeia, como manda a Lei, é fato. No entanto, o clube deve sofrer também represália. Explico...

A atitude de punir os clubes por objetos arremessados dentro do campo deu certo e fez com que os torcedores passassem a vigiar uns aos outros na busca por impedir que o clube fosse punido.

No caso do racismo será a mesma coisa. Ao punir o clube, os torcedores “de bem” passarão a repudiar os racistas infiltrados em meio à massa. A revolta será tamanha que possivelmente estes torcedores poderão ser entregues à autoridade dentro do estádio.

E quando peço punição ao clube, defendo portões fechados. Jogar distante da sede do clube não é punição. Muitas vezes os clubes jogam em outras praças e, além de arrecadarem milhões, obrigam o rival a se deslocar também, o que acaba sendo uma punição indireta ao adversário que nada ter a ver com o episódio.

Já o árbitro Wilton Pereira Sampaio, que não havia relatado na súmula as ofensas racistas ao goleiro, fez nesta manhã de sexta-feira - orientado ou não - um adendo via e-mail sobre o ocorrido. Menos mal.

O racismo está em pauta. A revolta não pode adormecer, tampouco as autoridades devem se acomodar, sentando em cima do ato nojento. É preciso tomar uma atitude forte e com o rigor da lei.

Já que o racismo veio à tona agora no futebol, aproveito para dizer que a bola está com as autoridades. As imagens apontam os racistas e flagram a dor do goleiro Aranha, que é ser humano, cidadão, pai, filho e merece respeito.

Acesse o Blog Salgueiro FC

Twitter: @salgueirofc

Foto: UOL

Últimas do seu time