Para o fundador da equipe, valia muito mais o carro do que seu condutor

Para o fundador da equipe, valia muito mais o carro do que seu condutor

A filosofia da escuderia Ferrari mudou radicalmente a partir de 14 de agosto de 1988, dia da morte de seu fundador, o comendaro Enzo Ferrari.

Para ele, o carro, não o piloto, era sempre mais importante.

Por isso, melhor seria se o campeão com um de seus carros escarlate fosse um piloto mediano, valorizando assim a máquina.

Embora afeiçoado a Gilles Villeneuve, a conquista do bom (apenas bom) Jody Scheckter em 1979, confirmou sua teoria.

Com o sul-africano vencendo, as manchetes dos jornais italianos apontaram: "Ferrari, com Scheckter, vence o Mundial de 1979".

Se fosse o canadense, a história dos impressos poderia ter sido outra: "Villeneuve é campeão mundial de Fórmula 1 em 1979".

Em sua estada em Maranello, alguns nomes escaparam dessa máxima, casos de Juan Manuel Fangio e Niki Lauda.

Senna, que despontou como um meteoro no padocck da F1 em 1984, sobretudo após a atuação no GP de Mônaco, dificilmente assumiria um cockpit de um carro de Enzo Ferrari enquanto este estivesse por aqui. Em um jejum de títulos desde 1979, Senna, caso fosse campeão pelo time italiano, seria o protagonista e a máquina figurante.

Nelson Piquet, por exemplo, costuma dizer que era mais valorizado na Brabham do que seria caso triunfasse na Ferrari, dando o exemplo das manchetes.

"Nelson Piquet vence o GP dos Estados Unidos".

Se corresse pela Ferrari, a história seria diferente:

"Ferrari vence o GP dos Estados Unidos".

Duvido que Michael Schumacher tivesse desembarcado no time em 1996 se o comendador estivesse por lá. E, caso isso acontecesse, creio que preferiria que fosse Eddie Irvine a tirar o time da "fila", como quase fez em 1999, ano em que o alemão ficou fora de combate após quebrar a perna durante o GP da Inglaterra, em Silverstone. Ele não participou das seis corridas seguintes.

Da mesma forma, outro genial, Fernando Alonso, dificilmente seria piloto da Ferrari se, ao menos, a filosofia do comendador tivesse sido preservada.

Falando em Alonso, o espanhol é a bola da vez. A boataria corre solta e seu nome pode mesmo estampar a carenagem de um dos carros da McLaren-Honda a partir de 2015.

Após a era Schumacher com seus cinco títulos consecutivos, apenas a "zebra" de Raikkonen em 2007, que venceu muito mais pelo embate feroz entre Hamilton e Alonso na McLaren.

Há sete anos sem vencer com o Mundial de Pilotos e há seis sem vencer o de Construtores, a Ferrari está buscando voltar ao topo.

Tem duas alternativas, caso Alonso realmente deixe a escuderia: contratar um piloto que se sobreponha à máquina, como Hamilton ou Vettel ou prefira seguir os fundamentos de seu criador, optando por alguém como Jules Bianchi, que mesmo que triunfe, verá seu nome em segundo plano.

Quanto a Raikkonen, que deve ficar, melhor esquecer. Perdeu a motivação após Alonso batê-lo sem piedade no cronômetro.

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