Não existe como categorizar equipes

Não existe como categorizar equipes

O Corinthians vai ser campeão paulista. Merecidamente. Foi a equipe que desempenhou mais e melhor durante toda a competição. Mas isso não coloca o time do técnico Fábio Carille como a primeira força do estado. E nem como a segunda, nem como a terceira e nem como a quarta. Sabe por que? Porque não existe como categorizar equipes. Nem antes, nem durante e nem depois de campeonatos. Na avaliação dos dezoito jogos do Paulistão, o Corinthians vai ter apresentado uma performance que o coloca como campeão. E ponto. Nada além disso.

Em início de temporada, é normal ouvirmos avaliações de qual time, teoricamente, é melhor e qual é o pior. Porém essas análises se baseiam em reforços, em contratações, em quem do ano anterior permaneceu no elenco e no currículo do treinador da equipe em questão. E aqui já aparece o primeiro equívoco. Futebol é coletivo e não individual. Nem sempre quem tem o melhor time vence. Sucesso em qualquer esporte coletivo deriva da soma das individualidades e da maneira que elas interagem. Fica praticamente impossível classificar um time como melhor ou pior sem vê-lo jogar. Por mais que um único jogador tenha sido contratado. Muitas vezes apenas uma peça pode fazer todo um conjunto ou render mais ou render menos.

Futebol é um caos imprevisível. Resolver os problemas do jogo resulta de um mix físico, técnico, tático e emocional. E aí caímos no velho clichê: futebol é momento. Para se conquistar um campeonato é necessário que o grupo de jogadores, envoltos por membros comissão técnica, diretoria e até torcida, vivam uma sinergia. Como exemplo, cito que é raro times com salários atrasados ganharem alguma coisa. Ou seja, se os dirigentes não fizerem sua parte não há time bom no papel que conquiste objetivos na prática. Como esquecer do Flamengo de Vampeta: fingem que pagam, fingimos que jogamos.

O técnico Fábio Carille se queixou publicamente do fato de o Corinthians ser apontado como o pior time grande de São Paulo antes do Paulistão começar, mas as atitudes deles falaram tão mais alto que eu quase nem ouvi essas queixas. Ele tratou de criar o melhor jeito de jogar com as peças que ele tinha a disposição. Das ideias de jogo implementadas, vimos a melhor versão de Jadson, Rodriguinho e Jô, que foram tão importantes nas partidas decisivas. Isso conta. Não análise antes de a bola rolar.

Foto: Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians

 

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