A Lusa divulgou uma nota sobre o caso na manhã desta quarta-feira

A Lusa divulgou uma nota sobre o caso na manhã desta quarta-feira

Vagner Magalhães

Do UOL, em São Paulo

A Comissão de Ética da Portuguesa ainda espera ouvir o ex-presidente do clube, Manuel da Lupa, nos próximos dias. Ele é esperado para falar do "caso Héverton", que culminou com o rebaixamento do time para a Série B em 2013. O clube pretende propor mais três datas ao ex-mandatário se explicar. Caso contrário, vai concluir a investigação sem a palavra de Da Lupa e definir as punições.

A Lusa divulgou uma nota sobre o caso na manhã desta quarta-feira. O presidente do Conselho Deliberativo, Marco Antonio Teixeira, afirmou que a comissão de Ética do time irá propor as datas para que Da Lupa compareça ao Canindé. Ele será o último a ser ouvido na investigação interna. Segundo o informe, "caso o ex-presidente se omita novamente, o Conselho tomará as providências para que a Comissão exponha os fatos e encaminhe o caso para apreciação do Conselho, que irá concluir o processo e colocar em votação possíveis punições aos envolvidos no "Caso Héverton".

A Lusa reclama que foram "incontáveis justificativas do ex-presidente para não comparecer ao seu depoimento". Desde que o caso começou a ser investigado, o ex-presidente tem alegado problemas de saúde para não ir ao Canindé.

O clube informou ainda que aguarda a finalização das investigações do Ministério Público sobre o caso para se pronunciar oficialmente. A nota afirma que a atual gestão, do presidente Ilídio Lico, está comprometida em esclarecer os fatos. Manuel da Lupa foi procurado pelo UOL, mas não foi localizado.

Paralelamente às investigações internas feitas pelo clube, o Ministério Público do Estado de São Paulo --que também atua no caso-- tem fortes indícios de que houve suborno para que a Portuguesa escalasse o meia Héverton de maneira irregular na última rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado. O caso fez com que a Lusa perdesse quatro pontos e fosse rebaixada para a Série B.

Dentro do MP, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), investiga a movimentação financeira de pessoas que poderiam ter interesse no rebaixamento da Portuguesa, dentro e fora do clube. Se houve mesmo o suborno, descobrir o caminho do dinheiro é a chance de se chegar com precisão aos possíveis envolvidos.

O promotor Roberto Senise Lisboa, que investiga o caso do rebaixamento da Portuguesa, afirmou ao UOL Esporte, nesta quarta-feira, que ainda não chegou a nenhuma conclusão sobre se houve corrupção dentro do clube na escalação do atacante Héverton contra o Grêmio, o que levou ao rebaixamento do clube. Segundo ele, as investigações até agora apontam que houve uma série de erros de funcionários da agremiação que levaram ao uso do atleta. Não há comprovação de que alguém tenha recebido dinheiro irregular para prejudicar a Portuguesa e favorecer terceiros.

"Estamos no estágio de investigação que já relatei antes a todos", afirmou. Segundo ele, para que seja comprovado um caso de corrupção, tem ser identificado o pagamento de uma entidade ou pessoa para um terceiro. E até agora isso não aconteceu. Ainda serão quebrados os sigilos bancários de envolvidos.

Entre os dados já coletados, o MP comprovou que a Portuguesa recebeu e-mail da CBF avisando sobre o julgamento e houve conversas entre o advogado do clube e seu departamento jurídico.

Nessa linha de investigação, trabalha-se com a possibilidade de o dinheiro estar fora do país. Paraísos fiscais como as Ilhas Cayman, no Caribe, ou Punta del Este, no Uruguai, estão no radar. Entre as dezenas de depoimentos colhidos até agora, há indícios de pelo menos um crime financeiro.

FOTO: UOL

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