O PSG, como era de se esperar, diz não ter entregado os pontos. Por trás do discurso na linha do "Eu Acredito", porém, há uma missão praticamente possível

O PSG, como era de se esperar, diz não ter entregado os pontos. Por trás do discurso na linha do "Eu Acredito", porém, há uma missão praticamente possível

O PSG, como era de se esperar, diz não ter entregado os pontos. Por trás do discurso na linha do "Eu Acredito", porém, há uma missão praticamente possível. Com uma desvantagem de dois gols, diante de um adversário poderoso fora de casa e desfalcado, o time francês joga contra quase todos os prognósticos para conseguir uma vaga na semifinal da Liga dos Campeões.

Se o grau de dificuldade é alta, a culpa é do próprio PSG, que perdeu em casa por 3 a 1, castigado por um inspirado Luis Suárez. Para avançar no torneio mais almejado do planeta, o time de Paris precisa fazer três gols em Barcelona, já que um 2 a 0 ainda dá a vaga aos catalães pelos gols marcados fora de casa.

"Nós temos de marcar e eu sinceramente acredito que podemos fazê-lo. Temos de ser mais efetivos que semana passada. O problema com o Barcelona é que você não pode sofrer gols, e não sofrer gols no Camp Nou é quase impossível. Todos os times da Europa passaram por isso, porque eles têm ótimos jogadores ofensivos", disse Laurent Blanc, técnico do PSG, que segue com desfalques de peso como Thiago Motta e Thiago Silva, embora tenha Ibrahimovic e Verratti de volta.

De fato, é difícil sair ileso do Camp Nou. Nos últimos dez anos, o Barcelona jogou 59 vezes diante da sua torcida, e em só cinco oportunidades passou em branco. Se fizer um gol nesta quarta, o time catalão força o PSG a marcar quatro gols para passar sem precisar dos pênaltis.

Além disso, o Barcelona também não costuma ser exatamente uma peneira. Nestes mesmos dez anos, só uma vez a equipe levou três gols diante de sua torcida. Foi em 2013, quando o Bayern fez 3 a 0 depois de ter começado a semifinal daquele ano com um 4 a 0 em Munique. Nas outras três derrotas que sofreu no Camp Nou, o time catalão sempre esteve a um gol do empate.

Ainda que desse a sorte de encontrar um Barcelona irreconhecível, o PSG também precisaria se superar. Desde que foi comprado pelo milionário qatari Nasser Al-Khelaifi e montou um elenco de peso, o time francês só venceu com três gols de vantagem fora de Paris em três oportunidades, e nunca contra uma equipe de peso (bateu Leverkusen, Anderlecht e Olympiakos).

Não bastasse tudo isso, ainda tem mais uma última estatística desanimadora: desde 1970, segundo o jornal L'Equipe, só 2% dos 166 times que perderam por 3 a 1 em casa na primeira eliminatória conseguiram a virada na Liga dos Campeões.

"Sou uma pessoa realista a respeito de como está a eliminatória, mas creio que podemos fazer uma boa partida. Será dificílimo. Não tivemos muito tempo para nos preparar para a partir. É uma pena", disse Blanc.

Clima de "Eu, acredito"
Os números dizem que não, mas ainda há quem apoie o PSG na busca pela semifinal.

Zidane, por exemplo, disse em entrevista que o clube "é capaz de fazer três gols no Camp Nou". Eric Cantona, animado com o time francês, apontou Javier Pastore como melhor do mundo (até o próprio argentino discordou). Na imprensa, jornalistas foram buscar um exemplo de reação em 1984.

Naquele ano, o modesto Metz perdeu por 4 a 2 em casa no primeiro jogo das oitavas da Recopa contra o Barcelona. Na volta, reagiu com um 4 a 1 inesperado e ficou com a vaga. 

Foto: UOL

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