Por Mauricio Sabará
A Ponte Preta de Campinas tem 113 anos de história. Tem alguns títulos, mas em âmbitos da sua cidade. Nos anos 70 formou fortes equipes, disputando duas finais do Campeonato Paulista e mais uma em 1981. Voltou a estar na decisão no ano de 2008 e cinco anos depois foi finalista da Copa Sul-Americana. Mesmo não sendo campeã em nenhum dos torneios, seu nome é respeitado pelos grandes jogadores que teve ao longo da sua existência e por sua torcida, a maior e mais fiel do interior paulista e brasileiro.
 
MICO: Oficialmente o nome refere-se à uma espécie de macaco, mas, de acordo com a gíria, é referente ao não cometer falhas (dar fora) e no futebol é um termo bastante utilizado. No caso da Ponte Preta, citei para se aproximar um pouco do seu famoso símbolo, a Macaca.
 
PONTE PRETA DE TODOS OS TEMPOS
A Associação Atlética Ponte Preta foi fundada no dia 11 de agosto de 1900. Costuma brigar pelo título de "clube de futebol mais antigo do Brasil na atualidade?, alegando que o Sport Club Rio Grande-RS (fundado no dia 19 de julho do mesmo ano) chegou a ter as suas atividades futebolísticas interrompidas, algo que nunca aconteceu com a Macaca.
 
TITULAR: Carlos, Bruninho, Oscar, Juninho e Odirley; Wanderley, Marco Aurélio e Dicá; Lúcio, Rui Rei e Chicão. Técnico: Zé Duarte.
 
CARLOS ROBERTO GALLO (Vinhedo, SP, 04/03/1956) - Jogou na Ponte Preta de 1974 a 1984. A única Copa do Mundo que Carlos Roberto Gallo jogou como titular foi a de 1986, quando era goleiro do Corinthians, mas sem dúvida que a grande fase da sua carreira foi na Ponte Preta. Clube que revelou o famoso arqueiro Waldir Peres e que também jogou em suas fileiras o polêmico Rafael Cammarota, teve em Carlos o mais importante de todos. Era muito bom tecnicamente e ao mesmo tempo de temperamento frio, tinha uma boa colocação e costumava executar precisas defesas, sem dispensar as pontes. Quando passou a ser titular em definitivo no ano de 1976 já vinha de alguns títulos significativos pela Seleção Brasileira, como o Pan-Americano e o Pré-Olímpico. No Campeonato Paulista de 1977 a Ponte Preta chegou pela primeira vez a uma decisão e o goleirão foi um dos destaques do time, sendo no ano seguinte um dos convocados do grupo que disputou a Copa do Mundo da Argentina. Mesmo voltando a ser vice em 1979 e 1981 era considerado um dos melhores na posição do futebol brasileiro, rendendo-lhe mais uma convocação para outro Mundial, o de 1982. Transferido ao Parque São Jorge, finalmente conseguiu ser campeão paulista (1988), mas na reserva de Ronaldo por ter se contundido, confirmando a fama de pé-frio.
 
BRUNO MORELLI ? BRUNINHO (Campinhas, SP, 01/05/1925 ? Valinhos, SP, 30/03/2005) - Jogou na Ponte Preta de 1942 a 1960, marcando 75 gols em 570 partidas. Representante do time titular que jogou antes da fase dourada da Ponte Preta, é provavelmente o jogador que disputou o maior número de jogos e anos da história da Macaca. Ponte-pretano desde a infância, nunca aceitou jogar em outro clube (teve proposta do São Paulo), atuando principalmente na lateral-direita, mas como era um jogador versátil, jogou em várias posições, inclusive na meia-esquerda. Um símbolo de amor a Ponte.
 
OSCAR JOSÉ BERNARDI (Monte Sião, MG, 20/06/1954) - Jogou na Ponte Preta de 1974 a 1979. É considerado o maior zagueiro da história da Ponte Preta. Revelado pelo clube, desde cedo já demonstrava as características de um bom zagueiro-central, pois tinha liderança, se antecipava bem aos atacantes e aprimorou o cabeceio. Ao lado do quarto-zagueiro Polozzi formou uma excelente zaga que fez muito sucesso no Campeonato Paulista de 1977, tanto é que ambos foram convocados para a Copa do Mundo de 1978, mas somente Oscar jogou como titular, sendo eleito o melhor beque do Mundial. Moisés Lucarelli não conseguia mais segurá-lo, fazendo com que fosse vendido ao Cosmos de Nova York, time que Pelé encerrou a carreira dois anos antes. Em 1980 retorna ao Brasil pra jogar no São Paulo ao lado do quarto-zagueiro Darío Pereyra, vivendo outra grande fase da sua carreira, com três títulos paulistas e um brasileiro, além de ter disputado mais duas Copas do Mundo. Mas foi na Ponte Preta que se revelou para o futebol, tornando-se o dono da camisa 3 na Seleção Brasileira no lugar do consagrado Luís Pereira.
 
ALCIDES FONSECA JÚNIOR ? JUNINHO (Olímpia, SP, 29/08/1958) - Jogou na Ponte Preta de 1977 a 1983. Digno sucessor de Oscar, que também formou outra grande zaga, ao lado de Nenê. Da mesma forma que o seu antecessor jogava de forma firme e tinha espírito de liderança, mas em compensação era mais violento em campo. Também não teve a sorte de ser campeão paulista, sendo vice nos anos de 1979 e 1981. E foi o seu reserva na Copa do Mundo da Espanha, pois já tinha jogado alguns jogos pela Seleção Brasileira. Vendido ao Corinthians em 1983, sagrou-se no mesmo ano campeão paulista pela primeira e única vez.
 
ODIRLEY MAGNO (Curitiba, PR, 28/03/1952) - Jogou na Ponte Preta de 1976 a 1982. Mesmo tendo apenas 24 anos já era um jogador rodado quando chegou a Campinas. Lateral-esquerdo de boas qualidades técnicas que defendia e atacava muito bem.  Eleito o melhor jogador do Brasil na posição em 1978. Nunca foi convocado pra jogar na Seleção Brasileira, algo considerado injusto pelos torcedores campineiros. Jamais foi campeão paulista pelo esquadrão ponte-pretano, sendo três vezes vice. De 1982 a 1984 jogou na Portuguesa de Desportos, outra boa passagem, mas também não conseguiu vencer o Campeonato Paulista. Outro vice foi no Bangu, na decisão do Brasileirão de 1985.
 
WANDERLEY PAIVA MONTEIRO (Três Corações, MG, 07/04/1946) - Jogou na Ponte Preta de 1977 a 1980. Se for analisar pelo nome da cidade, pode-se afirmar que Wanderley nasceu em um berço de ouro futebolístico, já que é de Três Corações, que nem Pelé. Por dez anos foi o volante do Atlético Mineiro, onde se sagrou campeão mineiro em 1970 e brasileiro no ano seguinte, mas prefiro optar por ele na Ponte Preta porque o Galo teve muitos bons jogadores na posição. Jogava ao estilo antigo, com liderança, classe, boa marcação e lançando os companheiros. Formou com Marco Aurélio e Dicá o maior meio de campo da história da Ponte. Mas conseguiu ser duas vezes vice-campeão paulista, perdendo ambas as decisões para o Corinthians.
 
MARCO AURÉLIO MOREIRA (Muriaé, MG, 10/02/1952) - Jogou na Ponte Preta de 1976 a 1982. Campeão carioca de 1973 pelo Fluminense. Esteve presente nos três vice-campeonatos da fase áurea da Ponte Preta. Pelo estilo dinâmico era de suma importância ao timaço da Ponte, com habilidade, marcação, excelente preparo físico e boa quantidade de gols. Meia-direita, poderia não ser o melhor da equipe, mas foi fundamental por muitas grandes vitórias do seu time. Sagrou-se campeão brasileiro em 1985 pelo Coritiba, contra o Bangu, time que jogava o seu ex-companheiro Odirley, vencendo o Campeonato Paranaense no ano seguinte. Atualmente é um conceituado treinador.
 
OSCAR SALLES BUENO FILHO ? DICÁ (Campinas, SP, 13/07/1947) - Jogou na Ponte Preta de 1966 a 1971 e de 1976 a 1984, marcando 154 gols. O maior e melhor jogador da história da Ponte Preta e do futebol de Campinas. Um Camisa 10 autêntico, clássico, muito habilidoso, exímio lançador e um dos mais perfeitos cobradores de falta da sua geração. Revelado no próprio clube e se destacando na conquista do Campeonato Paulista da Segunda Divisão (1969), fez sucesso no ano seguinte com a brilhante campanha no Paulistão, atuando com grandes jogadores como Manfrini, Nélson, Samuel, Teodoro e Roberto Pinto. Despertou o interesse do Santos de Pelé e foi contratado em 1971. Na temporada de 1972 foi jogar na Portuguesa de Desportos ao lado de Enéas e conquistou no ano seguinte o seu único título paulista na Primeira Divisão. Retorna à Ponte em 1976 para ser o principal nome do maior time que o clube já produziu, fazendo de Campinas a capital do futebol brasileiro de 1977 a 1979, já que o Guarani também tinha uma bela equipe e outro grande meia-esquerda (Zenon). Dicá estava em uma fase tão boa que muitos exigiam a sua convocação para a Seleção Brasileira, da qual nunca jogou, sendo injusto não ter ido à Copa do Mundo de 1978. Foi vice-campeão paulista em 1977, 1979 e 1981. É o jogador que marcou mais gols pela Ponte Preta (154). Encerrou a carreira profissional no Araçatuba, em 1985.
 
LÚCIO ALVES POMPEU DE CAMPOS (Várzea Grande, MT, 02/10/1955) - Jogou na Ponte Preta de 1975 a 1980. Autêntico ponta-direita, que driblava curto e longo, veloz, goleador e que ia à linha de fundo para centrar aos seus companheiros, em especial o centroavante Rui Rei. Veio à Ponte Preta bem recomendado por suas boas atuações no futebol mato-grossense.   Era a arma secreta do esquadrão ponte-pretano, sempre recebendo os lançamentos precisos de Dicá. Foi duas vezes vice-campeão paulista. Curiosamente outra grande fase da sua carreira aconteceu em 1982, jogando no rival Guarani.
 
RUI REI DE ARAÚJO (Rio de Janeiro, RJ, 17/01/1953) - Jogou na Ponte Preta de 1976 a 1978. Centroavante habilidoso e catimbeiro, o mais folclórico jogador que passou na Ponte Preta. Revelado pelo Flamengo, sagrou-se campeão carioca em 1974 e teve uma boa passagem na Portuguesa de Desportos. Chegando à Campinas já tinha fama de polêmico, mas caiu como luva no timaço da Ponte, sendo depois de Dicá o mais importante jogador da equipe. Era uma das atrações na incrível campanha do Campeonato Paulista de 1977, sendo que a sua expulsão na decisão com o Corinthians é motivo de assunto até hoje, pois nunca se soube a causa, com muitos achando que estava comprado, se bem que só viria a jogar no Parque São Jorge cinco meses depois, pois foi a partir daí que vieram de fato os questionamentos. Campeão paulista em 1979 e podendo afirmar com orgulho que venceu os Estaduais nas duas maiores torcidas do Brasil. Jogou em diversos outros clubes, mas sem dúvida o momento mais importante foi na Ponte, tanto pela polêmica quanto na qualidade técnica.
 
FRANCISCO CARLOS MARTINS VIDAL ? CHICÃO (Rio Brilhante, MS, 04/09/1962) - Jogou na Ponte Preta de 1981 a 1987, marcando 105 gols. O mais importante goleador da Ponte Preta na década de 80 e um dos três maiores da sua história. Logo em seu primeiro ano já foi vice-campeão paulista. Era um típico centroavante, raçudo, trombador e sempre presente na área. Foi ao lado de Sócrates o segundo artilheiro do Campeonato Paulista de 1983. Sua fase era tão boa que acabou sendo convocado para disputar as Olimpíadas de 1984, conquistando uma honrosa medalha de prata. Outra boa fase da sua carreira foi no Coritiba, quando venceu o seu único título estadual, em 1989. No Botafogo Carioca também teve destaque no Brasileirão de 1992, sendo o artilheiro do time na competição.
 
JOSÉ DUARTE ? ZÉ DUARTE (Campinas, SP, 19/10/1935 ? 23/07/2004) - Foi técnico da Ponte Preta em 1966/1967, 1969/1970, 1976, 1977/1978, 1979/1980 e em 1984/1985. As várias passagens de Zé Duarte pela Ponte Preta já o credenciaram a ser o treinador de todos os tempos, além de comandar as maiores equipes que o clube já teve. Graças à conquista invicta do Campeonato Paulista da Segunda Divisão (1969) é que o time passou a figurar com destaque no cenário estadual e brasileiro dos anos 70. Mesmo a Ponte tendo um esquadrão nos anos de 1977 e 1979, tem grande importância na sua formação, por ter muitos conhecimentos táticos. Com passagens por várias equipes do Brasil, era muito querido em Campinas pelos dois grandes clubes, pois teve um papel importante na formação de ótimos jogadores da década de 70. Um momento interessante da sua carreira foi quando treinou a Seleção Brasileira Feminina de Futebol na década de 90.
 
COMO JOGARIA O TIME DA PONTE PRETA?
Praticamente a forma de jogar da Ponte Preta seria igual a dos anos 70, já que o time da época é a base, apenas acrescentando dois jogadores que não fizeram parte, um que jogou antes e o outro depois. O goleiro Carlos, um dos melhores do Brasil de 1977 a 1988, seria a segurança e sobriedade no gol da Ponte. Bruninho jogaria como um lateral-direito defensivo, já que o time teria um ponta-direita autêntico. A zaga, constituída por Oscar e Juninho, não atuou junta, mas pelo fato dos dois terem um estilo de jogo um pouco semelhante, é garantia de uma defesa bem segura. Odirley seria um lateral-esquerdo ainda mais ofensivo que na sua época, já que na minha equipe de todos os tempos não teria um ponta-esquerda como o Tuta, além de também dar continuidade na sua firme marcação pelo setor esquerdo. O meio de campo ponte-pretano manteria a mesma qualidade, com a boa marcação de Wanderley e Marco Aurélio marcando e auxiliando nas ações de ataque, alem do genial Dicá com seus precisos lançamentos e encarregado nas cobranças de falta e penalidades. Lúcio faria a festa pela ponta-direita e cruzaria para dois autênticos centroavantes, que são o Rui Rei e o Chicão.
 
RESERVA: Ciasca, Jair Picerni, Samuel, Nenê e Nelson; Renato Cajá, Mafrini e Fellipe Bastos; Tuta, Cilas e Washington.
 
RINALDO CIASCA (1928 ? 06/2000) - Jogou na Ponte Preta de 1950 a 1958, disputando 166 partidas. Mesmo sendo de uma época mais antiga, Rinaldo Ciasca era bem diferente do sério titular da minha Ponte Preta de todos os tempos, o goleiro Carlos. Foi uma espécie de Higuita dos anos 50, pois não gostava do fácil, preferindo fazer defesas impossíveis que assustavam a sua torcida, mas sendo tão ousado, sempre dava conta do recado. Atuou no gol por ter sido jogador de basquete. Longe da época do walkman e celular, costumava levar uma sonata nos treinos e algumas partidas com os seus discos de rotação 78 para ouvir música clássica, provando que tinha bom gosto musical. Possuía uma facilidade impressionante pra defender penalidades, sendo que no Campeonato Paulista de 1954 agarrou 16 em 22 cobranças. Conseguiu defender duas contra o rival Guarani e uma contra o ponta-direita Cláudio (Corinthians), que nunca perdia uma cobrança e seria o campeão daquele ano. Seu estilo de jogar lhe rendeu uma contusão que o deixou afastado por três anos. Encerrou a carreira com apenas 29 anos. Para muitos foi o melhor goleiro da história da Ponte. Era irmão do ex-jogador Nardo.
 
JAIR PICERNI (São Paulo, SP, 20/10/1944) - Jogou na Ponte Preta de 1976 a 1978, marcando 3 gols em 54 partidas. Sua escolha deu-se principalmente por ter sido o lateral-direito da histórica Ponte Preta de 1977. Antes havia jogado por cinco anos no Nacional da Comendador de Souza e no rival Guarani. Sua carreira como treinador foi mais marcante, passando por vários clubes, sendo inclusive vice-campeão paulista pela Ponte em 1981 e técnico da Seleção Brasileira nas Olimpíadas de 1984.
 
JOSÉ LUIZ SANTANA ? NENÊ SANTANA (Rincão, SP, 17/07/1957) - Jogou na Ponte Preta de 1977 a 1981. Prata da casa. Chegou à Ponte Preta em 1973 e era reserva do time vice-campeão paulista de 1977. Quarto-zagueiro que formou com Juninho uma zaga tão boa quanto a anterior, que tinha Oscar e Polozzi. Sempre se referiu com muito amor à Ponte, sendo inesquecíveis pra ele os momentos que viveu como vice-campeão paulista em 1979 e a boa campanha no Brasileirão de 1981, quando o time saiu nas semifinais, mas não disputou a decisão do Campeonato Paulista no mesmo ano porque havia sido contratado pelo Palmeiras. A partir de 2000 teve novas passagens pelo seu time de coração, mas na função de treinador.
 
JOSÉ FERNANDO POLOZZI (Louveira, SP, 01/10/1955) - Jogou na Ponte Preta de 1974 a 1979 e em 1983. Revelado pela Ponte. Quarto-zagueiro que foi o grande parceiro de Oscar com o seu estilo clássico, excelente marcador e bom nas bolas altas, embora fosse um pouco lento. Da mesma forma que o companheiro, destacou-se na brilhante campanha do time vice-campeão paulista de 1977, tanto é que os dois foram convocados à Copa do Mundo de 1978, mas Polozzi não teve a mesma sorte que o parceiro, permanecendo na reserva. Teve também uma boa fase no Palmeiras, mas sem ser campeão, embora a equipe em 1979 fosse muito boa. Retornou ao Moisés Lucarelli no ano de 1983, mas sem o mesmo sucesso da primeira fase.
 
NÉLSON BAPTISTA JÚNIOR (Campinas, SP, 22/07/1950) - Jogou na Ponte Preta de 1969 a 1971. Mesmo sendo mais conhecido na função de treinador e pelo apelido de Nelsinho, foi um destacado jogador dos anos 70. Optei em escalá-lo na posição de lateral-esquerdo, embora atuasse mais pelo lado direito. Bom jogador que cumpria bem as suas funções dentro de campo, com técnica e perseverança. Pela Ponte Preta foi um dos destaques do forte time campeão paulista da Segunda Divisão de 1969 e que fez uma bela campanha no Paulistão do ano seguinte. Desde 1965 a Ponte vinha investindo nas divisões de base e revelando ótimos valores. Teve boas fases em outros clubes, como o São Paulo (campeão estadual em 1975), Santos (novamente vencendo um Campeonato Paulista, o de 1978) e Juventus (vencedor da Taça de Prata em 1983).
 
RENATO ADRIANO JACÓ MORAIS ? RENATO CAJÁ (Cajazeiras, PB, 15/09/1984) - Jogou na Ponte Preta em 2008/2009 e em 2011/2012. Mesmo jogando pouco tempo fiz questão de escalá-lo no time da Ponte por ser o representante da equipe vice-campeã paulista de 2008 e principal jogador daquele time. Era o maior ídolo da torcida ponte-pretana e mesmo passando por outros clubes ainda tem muito carinho pela Macaca, tanto é que quando marcou um gol contra o ex-clube jogando pelo Vitória não quis comemorar, declarando que ainda tem muito carinho pelo clube de Campinas.
 
ANTÔNIO MANFRINI NETO (São Paulo, SP, 26/06/1950) - Jogou na Ponte de 1967 a 1972. Um dos maiores talentos revelados pela Ponte. Jogava como meia avançado e centroavante, formando uma excelente dupla com Dicá. Tinha um estilo semelhante ao de Tostão, pois jogava com muita habilidade, marcava gols, se deslocava bem e abria espaços onde não havia. Era um dos principais jogadores da brilhante safra que foi campeã paulista da Segunda Divisão de 1969 e do time que ficou em segundo lugar no Paulistão do ano seguinte. Teve uma excelente passagem pelo Fluminense, sagrando-se campeão carioca em 1973, mas chateou-se muito por não ter sido convocado para a Copa do Mundo da Alemanha, pois estava gastando a bola. Quando Roberto Rivellino jogou no Fluminense em 1975 impressionou-se com o talento de Manfrini, chegando a declarar que foi o mais inteligente jogador com que jogou em toda a sua carreira.
 
FELLIPE RAMOS IGNEZ BASTOS ? FELLIPE BASTOS (Rio de Janeiro, RJ, 01/02/1990) - Joga na Ponte Preta desde setembro de 2013, emprestado pelo Vasco da Gama. Jogador rodado, principalmente no futebol carioca e português, está na Ponte Preta por empréstimo, tornando-se o representante da histórica campanha da Macaca na Copa Sul-Americana de 2013, com o time sendo vice-campeão da competição, perdendo a final para o Lanús, da Argentina. Obviamente que com tão pouco tempo de clube não poderia ser o titular, mas os momentos no torneio internacional foram tão marcantes que se foi necessário um representante daquela campanha, ainda mais por ser um bom cobrador de faltas, fazendo jus estar escalado na reserva do lendário Dicá. Infelizmente depois da perda do título a Ponte voltou à realidade, sabendo que não disputaria a Libertadores da América de 2014 e que no mesmo ano terá que disputar a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro, já que foi rebaixada, algo que só agora caiu a ficha, pela empolgação de todos de uma possível inédita conquista internacional. Provavelmente Fellipe Bastos retornará ao Vasco, mas ficou marcado pelos momentos mágicos vividos no final de 2013.
 
JOSÉ MARGARIDO TORRES ALVES ? TUTA (Botucatu, SP, 31/08/1950) - Jogou na Ponte Preta de 1971 a 1979. Seus oito anos de clube provam que foi muito marcante na Ponte Preta. Sua escalação na reserva no meu time de todos os tempos foi mais por opção tática, já que Tuta está na ponta-direita, portanto optei em escalar o Lúcio como titular, pois atuava pelo lado direito. Irmão de Zé Maria e revelado nas categorias de base do Corinthians, chegou a disputar uma partida no time principal em 1970, mas não conseguiu se firmar, provavelmente pela cobrança que deve ter recebido. De 1976 a 1979 teve praticamente a mesma função do companheiro que atuava da outra ponta, sendo municiado pelos precisos lançamentos de Dicá.
 
AMADEO VEGANNI ? CILAS (Campinas, SP, 10/05/1923) - Jogou na Ponte Preta de 1941 a 1946, marcando 86 gols. Um dos maiores goleadores da história da Ponte. Centroavante que foi artilheiro do Campeonato Campineiro de 1942 (4), 1943 (10) e em 1944 (6), sagrando-se campeão da cidade no último ano. Era um atacante corajoso, que tinha habilidade, bom pra driblar e cabecear, além de chutar com violência. Tinha facilidade para atuar nas duas pontas. Em 1942 foi premiado com uma medalha pela Federação Paulista de Futebol pelo belo futebol apresentado na Ponte Preta. Teve também uma boa passagem pelo Clube Atlético Ypiranga, tornando-se artilheiro do Paulistão de 1948 com 19 gols. Jogou no Palmeiras de 1951 a 1953, anotando 9 gols em 19 partidas.
 
WASHINGTON STECANELA CERQUEIRA (Brasília, DF, 01/04/1975) - Jogou na Ponte Preta em 1998 e de 2000 a 2002. Nunca se destacou pelo talento, mas com certeza foi um dos principais goleadores do futebol brasileiro na primeira década de século XXI, tanto é que marcou 34 gols pelo Atlético Paranaense no Brasileirão de 2004, a maior artilharia da história da competição. Mas foi na Ponte Preta que Washington surgiu para o futebol, algo sempre citado por ele, pois estava no clube quando jogou pela Seleção Brasileira em 2001 e 2002, tem uma história fantástica, torce sempre pelo time e tudo o que é no futebol deve à Macaca. Na Ponte também foi artilheiro do Campeonato Paulista (16 gols) e da Copa do Brasil (11 tentos) em 2001. Boas passagens no Internacional, Paraná, Fluminense e São Paulo.
 
OS ESQUECIDOS
O goleiro Aranha começou na Ponte Preta e foi o melhor no Campeonato Paulista de 2008, quando o time sagrou-se vice-campeão. O apelido veio do treinador Aílton Custódio quando jogava em uma escolinha de futebol, em homenagem ao lendário goleiro soviético Lev Yashin, o Aranha Negra, além de ser ágil como o inseto predador. Disputou mais de 100 jogos pela Ponte. Também atuou pelo Atlético Mineiro e atualmente está no Santos.
 
SAMUEL ARRUDA (Mogi Guaçu, SP, 31/03/1949 ? Campinas, SP, 05/02/2006) - Jogou na Ponte Preta de 1969 a 1971. Fez parte do bom time da Ponte Preta que se destacou no Campeonato Paulista de 1970. Teve também bons momentos no São Paulo e Palmeiras, sendo campeão estadual em ambos. Morreu novo por causa de problemas no coração.
 
O bom time do final da década de 60 teve também o volante Teodoro, que jogou os próximos dez anos no São Paulo. E sem jamais se esquecer de Roberto Pinto, sobrinho do famoso Jair Rosa Pinto, com grandes passagens no Vasco e Bangu, tornando-se um dos principais jogadores da histórica equipe da Ponte de 1969 a 1971.
 
Houve um jogador conhecido como Paulinho que, segundo uma pesquisa que realizei, é o segundo maior goleador da Ponte Preta em todos os tempos, com 137 gols. Infelizmente não encontrei dados dele, fazendo com que optasse em citá-lo como um dos esquecidos.
 
O ponta-direita Sabará também fez sucesso com a camisa ponte-pretana no início dos anos 50, mas tem uma história muito maior no Vasco da Gama, que coincidentemente possui um uniforme bem semelhante.
 
Por último, como jogador, cito o goleador Luís Fabiano, revelado profissionalmente pela Macaca com atuações de 1997 a 2000. Claro que o seu período de mais destaque foi no São Paulo.
 
Sem se esquecer dos ex-jogadores Sérgio Guedes e Jorginho, que tiveram um representativo papel nos vices de 2008 (Campeonato Paulista) e 2013 (Copa Sul-Americana). Além de boa parte do elenco no torneio internacional, que se emocionaram por não terem conquistado o título.
 
E para finalizar cito o treinador Cilinho, grande estrategista do futebol brasileiro e que revelou muitos jogadores consagrados.
 
A Associação Atlética Ponte Preta tem uma história gloriosa sim. Grandes jogadores passaram ao longo da sua longe existência de 113 anos, formou excelentes equipes e disputou importantes decisões. Infelizmente faltou um título de expressão. O que incomoda é o "jamais? citado do seu passado. A Ponte Preta ganhou muitos torneios, mas mais em nível de Campinas e outros com um valor menor que uma competição interestadual, nacional e internacional. Outra questão importante é que a Ponte já disputava jogos internacionais desde 1946 e em 1978 fez a sua primeira partida fora do Brasil, portanto a Sul-Americana é "a primeira ?competição? internacional do clube?.

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