Jogador chegou ao Inter em 2014, após passagem pela Universidad de Chile

Jogador chegou ao Inter em 2014, após passagem pela Universidad de Chile

Do UOL, em São Paulo

As autoridades fiscais da Espanha estão investigando contratações irregulares envolvendo diversos clubes pelo mundo – incluindo o Internacional. De acordo com o jornal espanhol El Confidencial, a lista de equipes conta com Granada (Espanha), Udinese (Itália) e Watford (Inglaterra) em posições de destaque, mas também inclui negociações envolvendo Atlético de Madri (Espanha), Benfica (Portugal) e Cesena (Itália), entre outros times.

O principal pivô do caso é o empresário Quique Pina, que presidiu o Granada entre 2009 e 2016. Pina teria aproveitado sua posição para interferir em transações, desviar fundos para paraísos fiscais e lavar dinheiro mediante empresas de fachada.

O Inter está presente na investigação por conta da contratação de Charles Aránguiz. Com seus direitos adquiridos pela Udinese, o jogador foi emprestado à Universidad de Chile, onde atuou entre 2011 e 2013. No fim daquele ano, teve seus direitos negociados ao Granada; no entanto, sem atuar na Espanha, foi emprestado ao clube gaúcho no início de 2014.

No meio do ano, o Internacional adquiriu Aránguiz junto ao Granada por 4,2 milhões de euros. Segundo o jornal espanhol, "a polícia também está rastreando" esta venda do jogador, que deixou o Inter em 2015 para jogar no Bayer Leverkusen.

As características são semelhantes às de outras negociações envolvendo o Granada. Transferências de jogadores como Mikel Rico (espanhol que trocou a equipe pelo Athletic Bilbao em 2013), Youssef El-Arabi (francês que chegou ao Granada em 2012) e Yacine Brahimi (que defendeu o clube entre 2012 e 2014) também são investigadas.

"A maioria das operações está relacionada com a passagem de Pina pelo Granada. Ele é acusado de fraude contra a Fazenda Pública, lavagem de dinheiro e insolvência", relata o jornal. "A investigação considera que, além do presumido desvio de comissões, (Pina) havia provocado um prejuízo ao clube subtraindo recursos que pertenciam à entidade. Contudo, as pesquisas já se ampliaram à sua gestão em outros clubes", completa.

Desde que deixou o Granada no fim da temporada 2015/2016, Quique Pina assumiu clubes como Cádiz, Lorca Deportiva (ambos da Espanha) e Sud América (Uruguai). O empresário, porém, foi preso em caráter provisório em 2 de fevereiro.

Transferência de brasileiro pagou iate
O caso de maior repercussão, porém, envolve o lateral esquerdo Guilherme Siqueira. O brasileiro se profissionalizou pela Udinese em 2006 e chegou ao Granada em 2010, antes de ser negociado com o Atlético de Madri em 2014. Na época, a chegada à capital espanhola custou 10 milhões de euros.

Em 22 de julho de 2014, o Granada recebeu do Atlético um cheque de 4,5 milhões de euros pela negociação. No dia seguinte, pouco mais de 3 milhões de euros deixaram a conta bancária do Granada para outra, da Fifteen Securitisation SARL, uma empresa com sede em Luxemburgo controlada por Gino Pozzo – o industrial italiano, atual proprietário do Watford, é filho de Giampaolo Pozzo, então dono do Granada e ainda proprietário da Udinese. Do valor restante, 363 mil euros foram enviados a uma empresa em Sydney, na Austrália, para pagar um iate registrado em nome de Elena Pina, irmã de Quique.

Segundo relata a investigação, "manifestou-se no procedimento que, nas operações de transferências de jogadores, o Granada não declarava 100% do dinheiro recebido, tributando apenas uma pequena quantidade". "Através de um contrato prévio, a empresa Fifteen, de propriedade de família Pozzo, se convertia em proprietária dos direitos econômicos do jogador", acrescenta o texto, apontando um padrão em negociações envolvendo Udinese e Granada. Os dois clubes são parceiros desde 2009.

Foto: Jeremias Wernek/UOL

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