Hélio Hermito Zampier Neto é um sujeito bem-humorado. Faz piada com tudo, inclusive com o nome– "meu pai quis homenagear meu avô e eu é que carrego esse nome, Hélio Hermito, conhece mais alguém assim"? – e com a profissão: "sou zagueiro do Santos, o perigo é constante" diz antes de gargalhar.
Ele se refere ao estilo superofensivo do Santos, com 39 gols nos 15 jogos da primeira fase do Paulistão. "O Osvaldo de Oliveira é um grande treinador, exige muito posicionamento e que os atacantes ajudem na marcação, façam a recomposição. Mesmo assim, a gente que fica lá atrás, precisa ter uma atenção enorme, não pode bobear nunca".
O cuidado é legítimo. O Santos tem Arouca como homem de marcação. Os outros do meio campo são Cícero e Gabriel. E o ataque tem Thiago Ribeiro, Geuvânio e Leandro Damião.
"E o Arouca, que seria o nosso volantão, é um jogador clássico, que outro dia mesmo fez um gol de voleio, dentro da área do Mogi Mirim. Por isso, a gente precisa estar muito bem fisicamente para evitar os contra-ataques".
Um tipo de postura que ele prega em todos os jogos. E que se repetirá contra a Ponte Preta, às 19h30 desta quarta-feira, nas quartas de final do Paulistão. Adrianinho é o homem que receberá todos os olhares de Neto.
"Cara, assim que ele receber a bola, eu preciso saber o que ele vai fazer com ela. Porque ele sempre faz coisa boa para a Ponte. E o lançamento vai ser para o Silvinho, aberto, ou para o Alemão na área. Pode ser também para o Ferrugem ou o Magal nas laterais. São esses quatro movimentos. Assim que ele agir, eu preciso reagir".
Pelo Guarani, seu clube anterior, Neto fez duas partidas contra a Ponte. "Empatei uma e ganhei a outra. Eliminamos o time deles e fomos para a final do Paulistão de 2012 contra o Santos. Perdemos. Agora, é hora de ser campeão".
Neto vive o melhor momento na vida. No ano passado, sofreu com tendinite e fez poucos jogos. Em 2013, a bruxa rondou Edu Dracena e Gustavo Henrique, zagueiros que se contundiram e só jogarão no Brasileiro. E ele teve a chance. Participou de 12 jogos e, no clássico contra o Palmeiras, fez o primeiro gol.
"Demorou um pouco e ainda tem gente reclamando. Não fiz falta na jogada, não. Eu saltei bem antes e, na queda, houve contato, mas já tinha cabeceado. Muito mais duvidoso foi o lance do Allan Kardec, que fez falta no Mena".
Mas é passado. Na quarta, tem novo jogo. E Neto já sabe a tática. "É como eu disse, um olho no peixe e outro no gato. Um olho no Adrianinho e outro no Alemão. O Vadão arrumou a Ponte e vamos ter muito cuidado com eles".
FOTO: UOL
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