João Henrique Marques
Do UOL, em São Paulo
A quinta-feira foi de comemoração dupla para Petros. Horas depois de ter a pena de agressão reduzida de 180 dias para três partidas, o meia do Corinthians foi o autor do gol da vitória contra o Atlético-MG, no Itaquerão, pela 20ª rodada do Campeonato Brasileiro. Liberado para atuar pelo fato da decisão judicial ser publicada somente no dia seguinte, o destaque do confronto agora cumpre a punição definitiva do STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva) nos confrontos contra Flamengo, Chapecoense e São Paulo.
Petros não viajou ao Rio de Janeiro para se defender da pena imposta pela trombada no árbitro Raphael Claus em duelo contra o Santos, dia 10 de agosto, na Vila Belmiro. Ele ficou na concentração com o time à espera da decisão. Foi uma bela decisão do Corinthians que agora pula para a terceira colocação do Brasileiro, com 36 pontos, três atrás do vice-líder São Paulo. O Atlético-MG segue em oitavo, com 30.
O alívio da torcida corintiana é grande já que o time volta a vencer após três jogos no Brasileiro – dois empates e uma derrota -. A melhor defesa do campeonato prevaleceu novamente e impulsionou o time ao triunfo.
O resultado do Corinthians se torna ainda mais expressivo pelo fato de Mano Menezes ter colocado Guerrero no banco de reservas. O atacante foi poupado por conta do cansaço acumulado após jogar os 90 minutos de dois jogos com a seleção do Peru em uma semana e retornado ao Brasil somente na véspera do confronto. O uruguaio Lodeiro também começou o jogo no banco. Gil e Elias, que viveram o mesmo problema por estarem com a seleção brasileira nos Estados Unidos até quarta-feira começaram jogando, assim como Diego Tardelli, do Atlético-MG.
Fases do jogo:
Se engana quem pensa que o Corinthians teve o domínio na partida. O Atlético-MG, principalmente nos minutos iniciais exerceu pressão no campo de ataque e teve duas boas chances em cabeçada de Jô defendida por Cassio e um chute de fora da área de Luan.
O Corintians sofria com Romero isolado e sem ter a posse da bola. O que pesou em favor do time mandante foi a eficiência. Na primeira boa oportunidade com troca de passes, penetração de volantes e meias, saiu o gol. Romero recebeu pela esquerda da área e cruzou rasteiro para Petros marcar.
Os donos da casa atuaram constantemente com dez jogadores atrás da linha da bola, somente com Romero à frente, mas sofreram sem a força nos contra-ataques principalmente pelos erros de Elias em passes vitais e a má atuação de Luciano, errando passes fáceis e sem ganhar duelos individuais.
O Atlético-MG também sofria, pois Diego Tardelli parecia sem força para jogar atrás dos volantes corintianos, exercendo a já característica função de meia sob o comando de Levir Culpi. A dificuldade era tanta que na volta do intervalo o treinador sacou o atacante revelado na base, Carlos, e colocou Guilherme para jogar no papel do 10. Tardelli foi atuar com liberdade na frente, explorando mais o lado direito da defesa corintiana.
A armação atlética foi a grande dificuldade enfrentada pelo time mineiro na partida.Desde o começo foram três atacantes em campo com pouca ajuda de volantes e laterais. Assim, foi presa fácil para a melhor defesa do campeonato.
O jogo permaneceu bastante equilibrado na maior parte do tempo muito por conta da falta de ousadia do Corinthians. Só que um bom lance de contra-ataque no segundo tempo, Renato Augusto acertou um chute com pouco ângulo no travessão.
Para o trecho final da partida, Guerrero já estava em campo ao substituir o sacrificado Romero. O Corinthians seguiu atuando da mesma maneira. A tranquilidade da segundo tempo foi tanta, que Cassio sequer fez alguma defesa difícil.
O pior: Levir Culpi merece o posto pela inoperância ofensiva do Atlético-MG. O treinador tentou de poucas formas arrumar o defeito. Adiantou Tardelli, ao colocar Guilherme na armação e tirar o rápido ponta Carlos. As alterações finais, no entanto, foram catastróficas, tendo trocado um "9" por outro, saindo Jô e entrando André, e sacado o volante Leandro Donizete para a entrada de outro, Eduardo. Este último com característica mais ofensiva, mas sem um posicionamento mais à frente em campo.
O melhor: O Corinthians teve belas atuações da dupla de zaga, Renato Augusto e Romero. Só que o mérito maior da vitória é mesmo de Petros. O meia ajudou muito na marcação e foi o elemento surpresa na área no gol. Certamente fará muita falta durante a ausência.
Toque do técnico: Mesmo sem Guerrero, Mano Menezes manteve um posicionamento padrão no Corinthians ao colocar Romero como centroavante. Desta forma, a equipe não ficou desestruturada e soube conduzir quase toda a partida da maneira que bem quis. A escolha também deu certa por conta da boa atuação do paraguaio que ganhou muitos confrontos pelo alto contra os atleticanos.
Para lembrar:
Atraso da Fiel: O jogo foi marcado às 19h30 e deu trabalho para os torcedores. O local em que fica a principal torcida organizada corintiana estava vazio até o início do confronto. A demora de diversos torcedores a chegar foi tanta que boa parte deles perdeu o gol de Petros.
Doutor Osmar: A torcida corintiana fez homenagem ao corintiano declarado Osmar de Oliveira, morto há dois meses. Uma bandeira com a imagem do médico e comentarista esportivo foi estampada na arquibancada.
Desfalques: técnico Levir Culpi tem um time inteiro de jogadores machucados, Giovanni, Réver, Emerson, Pedro Botelho, Lucas Cândido, Pierre, Josué, Rafael Carioca, Marion, Maicosuel e Dátolo.
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