O meio-campista fez parte do elenco do Internacional que venceu a Copa Libertadores da América de 2006 e o Mundial de Clubes da Fifa do mesmo ano

O meio-campista fez parte do elenco do Internacional que venceu a Copa Libertadores da América de 2006 e o Mundial de Clubes da Fifa do mesmo ano

Cleiton Eduardo Vicente, 36 anos, campeão do mundo e jogador de confiança de um treinador que chegou à seleção brasileira. Ainda assim, a imagem que ficou para muitos torcedores é a de um jogador fora de forma, de pouca qualidade técnica e que fazia parte de grandes elencos pelo perfil agregador e "amigão" de todos. Mas essa não é a sua opinião.

"Eu deixava os caras na cara do gol e muitos ficaram ricos. Mas foi sempre assim, ´o Perdigão era mal, era barrigudo´, só sabiam falar isso de mim", falou ao UOL Esporte o ex-volante Perdigão, com passagens por Internacional, Corinthians e Vasco, entre outros.

O meio-campista fez parte do elenco do Internacional que venceu a Copa Libertadores da América de 2006 e o Mundial de Clubes da Fifa do mesmo ano. "Lá eu conquistei tudo. Fiz 96 jogos e por pouco não cheguei à marca centenária", gaba-se.

Seu estilo "fanfarrão" e de grupo faziam ser um jogador querido. Mas ele rebate que isso era o seu diferencial por ser um jogador limitado. "O Perdigão, além de ser parceiro e gente boa, ganhava títulos, chama taças e joga pra caramba. Modéstia a parte, eu jogava pra caralh...fui um jogador mal compreendido", se defendeu.

"Eu colecionava taças por onde passava. Hoje em dia aí qualquer moleque que toca a bola de lado já ficam falando que é craque", continuou.

Perdigão sumiu dos grandes clubes depois de passar pelo Corinthians, em 2008, ao ficar marcado por um erro em um duelo contra o Santos, no Campeonato Paulista, em derrota por 2 a 1 na Vila Belmiro. Tropeçou, não conseguiu fazer o domínio da bola e viu o time da Baixada marcar depois de seu vacilo. Foi para a reserva e quase não jogou mais.
Apesar de admitir o erro, ele não perdoa o então técnico do time, Mano Menezes, que comanda agora novamente o clube do Parque São Jorge. Perdigão acha que pagou o pato e faltou compreensão do comandante de quem havia quebrado alguns galhos como atleta.

Perdigão fora jogador de Mano Menezes antes no Caxias e 15 de Novembro de Campo Bom-RS. Diz acreditar que outros jogadores recusaram o convite de Mano para o projeto corintiano, enquanto ele aceitou. E ainda assim foi rifado pelo técnico depois da falha.

"Ajudei o Mano no Caxias, no 15 de Novembro, e tenho certeza que antes de ligar pra mim ele tentou uns quatro ou cinco jogadores para ir pro Corinthians. Todo mundo quer jogar no Corinthians, mas naquele momento era pra atuar na Série B, deve ter tomado alguns ´nãos´ na cara", falou.

"Eu era titular absoluto, e a torcida me abraçou. Aí veio aquela fatalidade (na Vila) que acontece com qualquer jogador. Depois disso, o Mano acabou virando as costas pra mim", falou, magoado.

Diz que gostaria de reencontrar Sidnei Lobo, auxiliar de Mano, para conversar. Mas não tem vontade nenhuma de falar mais com o treinador. "Não conversei mais com ele, e, na verdade, não faço questão."

Perdigão vive hoje em Curitiba e não exerce nenhuma outra atividade. Diz que pensa em ser treinador ou fazer algo no futebol, mas ressalta que agora é momento apenas de curtir a família. "Hoje não faço praticamente nada da vida, só cuido da minha esposa e das minhas duas filhas. Estou vivendo do que construí na carreira. Não foi muito, mas estou me virando."

FOTO: UOL

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