Alexandre Pato no Morumbi e Jadson no Parque São Jorge. O troca-troca envolvendo Corinthians e São Paulo foi um mau negócio para clubes e jogadores. Nesta negociação não existem “vencedores”, todos, sem exceção, perdem. Explico...

Tanto Pato como Jadson foram contratados a peso de ouro. A saída desta maneira de seus clubes deixa claro que ambos fracassaram em seus projetos. Nos novos clubes terão problemas. A motivação estará presente, mas a realidade será cruel.

Pato só poderá estrear no São Paulo na Copa do Brasil. Assistirá o Paulistão de camarote até poder entrar em campo com a camisa tricolor. Dentro das quatro linhas, formará uma dupla de ataque ao lado de Luis Fabiano, que já causa arrepios nos amigos mais chegados tricolores.

Pato não é jogador de decisão. Luís Fabiano nem se fala. Pato saiu do Corinthians em baixa. Não creio que só a motivação fará ele reencontrar o futebol no São Paulo. Pato será marcado de perto pela nação são-paulina, assim como foi com a camisa do Corinthians.

Já Jadson tem o mesmo perfil de Pato. Bom jogador, mas que não chama a responsabilidade. É um jogador que sabe jogar, bom tecnicamente, mas que se abate diante das dificuldades.

No Corinthians, Jadson terá a pressão como aliada. O Alvinegro atual vive um desmanche em meio ao Paulistão, que diferentemente de Pato, Jadson poderá atuar no Estadual.

O Corinthians não é mais um time formado, em que Jadson entraria como uma luva para atuar do meio para a frente. Mano luta para formar um time, mas nem elenco por ora possui nas mãos. A realidade alvinegra é cruel.

Pensar que Jadson poderá superar tudo isso com futebol e personalidade é acreditar em gnomos e tudo que envolve o mundo do faz de conta.

Os clubes também perdem na negociação. Corinthians e São Paulo jogaram milhões em cima dos jogadores, que agora saem num troca-troca sem envolver dinheiro. Pato custou mais de R$ 40 milhões e ainda voltará para o Corinthians em 2016. Já Jadson não tinha mais contrato com o São Paulo e assinará um novo vínculo agora com o Corinthians.

Corinthians contratou Pato para ser a referência dentro e fora de campo. Ser uma espécie de bibelô da Fiel e garoto propaganda do clube nas agências de publicidade. Pato não foi nem uma coisa, nem outra.

Com Jadson a mesma coisa. Jogador viveu apenas de lampejos no São Paulo. Nunca foi o craque do Atlético-PR e da seleção brasileira. E cá entre nós, jogador que vive de bons momentos tem de sempre de ser olhado com desconfiança.

Enfim, se há algo que possa ser festejado é a atitude dos dirigentes, que passaram por cima da rivalidade idiota que existe hoje no futebol e partiram para o troca-troca. Algo que era muito normal nos anos 80 e agitava clubes e torcidas.

Oxalá mais negociações assim sejam feitas. Pelo menos no quesito atração, o futebol paulista pode festejar.

Foto: UOL