Guilherme Costa e Vagner Magalhães
Do UOL, em São Paulo
Dois secretários estaduais, o presidente do metrô e o presidente do Corinthians estavam presentes em reunião realizada no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Mas foi Andrés Sanchez, ex-mandatário do time alvinegro e atual gestor do Itaquerão, o único a conversar com a imprensa na última terça-feira (29). E isso, na avaliação do governo, transformou uma alteração contundente na operação de transporte público da capital paulista em um palanque político.
No fim deste ano, Andrés será candidato a deputado federal pelo PT (Partido dos Trabalhadores) em São Paulo. Segundo o governo, o ex-presidente do Corinthians foi o grande vencedor do novo esquema do metrô.
A mudança no horário da operação comercial do metrô era um pleito antigo em São Paulo, mas só houve uma articulação em torno disso depois do primeiro jogo do Corinthians como mandante em Itaquera às 21h50 de uma quarta-feira – vitória por 3 a 0 sobre o Bahia na semana passada, em duelo válido pela Copa do Brasil.
Depois desse jogo, a diretoria do Corinthians conseguiu agendar reunião com o Governo do Estado de São Paulo. O encontro foi realizado na última terça-feira, no Palácio dos Bandeirantes. Mario Gobbi, presidente do Corinthians, e Andrés Sanchez, responsável pela gestão do estádio, estiveram com Julio Semeghini, secretário Estadual de Planejamento e Desenvolvimento Regional, e Jurandir Fernandes, dos Transportes Metropolitanos. Luiz Antonio Carvalho Pacheco, presidente do Metrô, também participou do encontro.
A reunião durou cerca de 1h30. O governo concordou em ampliar até 0h30 a operação de estações de metrô que ficam próximas aos estádios. O novo formato valerá apenas para dias com jogos às 21h50, com início nesta quarta (30).
A avaliação do governo é que a medida, por incluir todos os estádios, não será encarada como uma vitória do Corinthians. É algo que vai beneficiar também as torcidas de Palmeiras, Santos e São Paulo em partidas realizadas na capital paulista.
Os secretários que estavam na reunião e o presidente do Metrô seguiram na sala após o término do encontro. Nenhum deles quis conversar com a imprensa. Mario Gobbi saiu com Andrés, mas também pediu para não falar. Segundo ele, assuntos do estádio devem ser tratados pelo ex-mandatário do clube.
Por toda essa conjuntura, que aliou coincidências e a decisão de Gobbi, o governo avaliou que Andrés foi o principal vitorioso da mudança no metrô. Sobretudo porque isso aconteceu a menos de três meses da eleição em que ele tentará ser deputado federal.
Andrés foi o único porta-voz do encontro. O ex-presidente do Corinthians foi abordado pela reportagem depois da rápida entrevista coletiva, mas não quis nem ouvir outros questionamentos.
FOTO: UOL
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