Leandro Miranda
Do UOL, em São Paulo

A eliminação nas semifinais da Copa do Brasil diante do Cruzeiro tirou do Palmeiras a possibilidade de disputar um título e foi bastante lamentada dentro do clube, mas também teve reflexos positivos para a sequência da temporada. Ainda vivo na briga pelo Brasileirão e pela Libertadores, o time comemora as duas semanas sem jogos na quarta-feira que ganhou no calendário, já que os "respiros" em uma agenda tão cheia podem ser decisivos para a reta final da temporada.

Na semana passada e nesta, enquanto Corinthians e Cruzeiro decidem a final da Copa do Brasil na quarta-feira, o Palmeiras descansa. Para combater o calendário congestionado, o técnico Luiz Felipe Scolari vinha implantando um sistema de rodízio, usando praticamente duas equipes diferentes para as partidas de meio e final de semana, em uma estratégia que vinha dando certo para manter os jogadores descansados e ao mesmo tempo motivados.

Sem um jogo de meio de semana, porém, Felipão teve que mudar o planejamento e ajustar o cronograma. Em vez de "compensar" a falta dos jogos de meio de semana com um aumento na carga de treinos, como outras equipes costumam fazer, houve um controle maior para distribuir as atividades ao longo da semana. A avaliação é que o resultado foi bom e ajudou bastante a recuperação não só física, mas também mental dos atletas.

A última vez em que o Palmeiras teve um intervalo maior entre um jogo e outro havia sido há incríveis seis meses. Foi entre um jogo com o Botafogo, em 16 de abril, uma segunda-feira, e outro contra o Internacional, no dia 22, um domingo. Desde então, houve sempre duas partidas por semana. Vale lembrar que o calendário brasileiro de 2018 ficou ainda mais congestionado por causa da parada de um mês para a disputa da Copa do Mundo, entre junho e julho.

O plano de dosar mais as sessões de treino, portanto, deve ser repetido nesta semana, já que o Palmeiras só volta a campo no domingo (21), contra o Ceará, no Pacaembu. Esta, aliás, pode ser a última janela maior para treinamentos e recuperação de jogadores do ano: se o alviverde passar pelo Boca Juniors e chegar à final da Libertadores, não haverá mais nenhuma semana livre até o final da temporada.

O tempo livre será positivo para atletas que têm sofrido mais com o acúmulo de desgaste por causa dos jogos seguidos e para nomes como Gustavo Scarpa e Diogo Barbosa, que acabaram de se recuperar de lesões e ainda buscam uma volta à melhor forma. O Palmeiras tem atualmente dois jogadores no departamento médico: Marcos Rocha, com uma lesão na panturrilha, e Artur, com uma fratura no braço.

Foto: AP Photo/Andre Penner (via UOL)