É penta!

É penta!

Em 1991, a seleção de Figo e Rui Costa impediu que a ótima geração de Roberto Carlos, Élber e Paulo Nunes de conquistar o Mundial Sub-20, erguendo o título do torneio pela segunda vez. Foram necessários vinte anos para que Brasil e Portugal se reencontrassem em uma decisão. Mas desta vez, na "revanche" jogada predominantemente por meninos nascidos naquele mesmo 1991, o canarinho voou mais alto, e em um jogo decidido na prorrogação, a seleção brasileira bateu a portuguesa por 3 a 2, garantindo o pentacampeonato da categoria. Uma final cujo grande nome, inexplicavelmente, não foi nem relacionado para o prêmio da Bola de Ouro do Mundial: Oscar.
Para a decisão, Ney Franco não trouxe novidades em relação ao time que despachou o México, mantendo Casemiro mais próximo de Bruno Uvini e Juan, Fernando desarmando e ligando a Oscar e Philippe Coutinho, e Henrique e William José adiante. Portugal, por sua vez, novamente foi a campo com cinco homens no meio - Alex mais adiantado, tornando-se um segundo atacante sem a bola - e Nelson Oliveira à frente. A novidade era a volta de Saná ao time titular, no lugar de Júlio Alves, para dar mais velocidade. Mas como era de se esperar, foi o Brasil que se alçou ao ataque. Com Coutinho (mais uma vez) apagado, coube a Oscar articular as jogadas brasileiras.
O meia só não fez chover diante de Portugal. E foi o camisa 11 que, aos 4 minutos, conseguiu fazer o que Uruguai, Camarões, Nova Zelândia, Guatemala, Argentina e França não foram capazes: furou a muralha lusitana. Oscar cobrou falta para a área, a bola resvalou em Sérgio Oliveira e morreu nas redes de Mika. Mas a equipe canarinho nem teve tempo de comemorar, já que aos 8 minutos, a equipe das Quinas aproveitou uma brecha que se mostraria evidente ao longo da partida: o lado esquerdo da defesa brasileira. Por lá, Nelson Oliveira avançou, deixando Gabriel Silva e Juan para trás e cruzou rasteiro para Alex, livre da marcação de Danilo, mandar para o gol.
Apesar de sofrer o empate, o Brasil seguiu com mais presença ofensiva. No lance seguinte, Nuno Reis cortou um cruzamento, a bola bateu na trave e, em um lance muito rápido, chegou a cruzar a linha, mas Mika conseguiu cortar para fora. A equipe canarinha continuou em cima, mas à medida que a primeira etapa correu, Portugal foi se arrumando em campo e encaixando a marcação que até aquela final não havia deixado passar nada. Aos poucos, o meio-campo tuga bloqueou a saída de jogo da defesa brasileira, obrigando a zaga a apelar para lançamentos e, de quebra, passando a apostar na aproximação de Saná e Alex com Nelson Oliveira, que saia da área para ajudar e buscar faltas.
Para sanar os problemas na posse de bola no ataque, Ney Franco fez duas alterações. Uma delas, a habitual troca de William por Negueba, com o intuito de dar mais velocidade à equipe - o que de fato ocorreu, obrigando Mário Rui a ficar mais preso à marcação do flamenguista. A outra substituição foi a de Gabriel Silva por Allan. O vascaíno assumiu a lateral direita, Casemiro se aproximou ainda mais da zaga e Juan foi à lateral esquerda. Mas aí foi Portugal que agradeceu, já que aproveitando a lentidão de Juan, Nelson Oliveira - que já vinha dando trabalho ao defensor colorado -, aos 14, partiu em velocidade, invadiu a área e bateu para o gol, contando com uma falha terrível de Gabriel para virar o placar.
Como era de se esperar, Portugal voltou a se fechar, e a julgar pelo Mundial, era difícil imaginar que a muralha lusa voltaria a ser rompida. Mas Ilídio Vale teve um problema: Cédric sentiu uma lesão e precisou deixar o campo. Sem um lateral direito de origem, o treinador português colocou Júlio Alves no meio e recuou Pelé à ala. E foi a vez do Brasil agradecer. Ney Franco tirou um ineficiente Philippe Coutinho e colocou o "talismã" Dudu para jogar em cima do improvisado lateral. E o cruzeirense foi decisivo. Aos 33 minutos, Dudu recebeu de Negueba pela esquerda, passou por Pelé e bateu cruzado. Mika rebateu para dentro da área, nos pés de Oscar - ele, de novo - que desviou para as redes.
Os portugueses sentiram o empate. Nelson Oliveira, principal artífice do ataque tuga, já estava cansado e sentia a coxa. Vale, então, colocou o veloz Caetano no lugar de Sérgio Oliveira para que este fosse o homem a receber os contra-ataques. O Brasil, por sua vez, animou-se com o gol e seguiu investindo nos avanços com Dudu, Oscar e Negueba, mas o empate persistiu nos 90 minutos. Mais inteira, a seleção brasileira dominou o tempo extra. Mas aos 6 minutos, Caetano teve a grande chance de colocar Portugal em vantagem. O atacante aproveitou um erro na linha de impedimento brasileira e, cara a cara com Gabriel, tentou por cobertura - para grande defesa do brasileiro.
O castigo aos tugas veio no segundo tempo da prorrogação, e saiu dos pés do homem da noite. Pela direita, Oscar cruzou para a área. A bola, despretensiosa, tomou o rumo do gol, e Mika, que até aquela final não havia sido vazado nenhuma vez - e que se foi enganado por Sérgio Oliveira no primeiro gol, falhou ao rebater a bola nos pés de Oscar, no lance do empate brasileiro - acabou batido. Brasil 3 a 2, diante de um Portugal que não tinha mais forças para correr. O meia do Inter entrava para a história ao ser o primeiro jogador a marcar três vezes em uma decisão. No final do jogo, Henrique ainda perdeu um gol incrível, na cara do arqueiro português. Mas não fez falta, e o Mundial Sub-20 veio, pela quinta vez, para o Brasil!
Ficha técnica
Brasil 3 x 2 Portugal
Gols: Oscar, aos 4 minutos do primeiro tempo; Alex, aos 8 minutos do primeiro tempo; Nelson Oliveira, aos 14 minutos do segundo tempo; Oscar, aos 33 minutos do segundo tempo e aos 6 minutos do segundo tempo da prorrogação.
Brasil
Gabriel; Danilo, Bruno Uvini, Juan e Gabriel Silva (Allan); Fernando e Casemiro; Philippe Coutinho (Dudu), Oscar e Henrique; Willian José (Negueba)
Treinador: Ney Franco.
Portugal
Mika; Cédric (Júlio Alves), Roderick, Nuno Reis e Mário Rui; Danilo, Pelé, Saná (Ricardo Dias), Sérgio Oliveira e Alex (Caetano); Nelson Oliveira.
Treinador: Ilídio Vale.
Árbitro: Mark Geiser (EUA)
Local: El Campín, em Bogotá.
Cartões amarelos: Henrique e Juan (Brasil); Roderick, Pelé, Sérgio Oliveira, Saná, Júlio Alves e Nelson Oliveira (Portugal)
Notas do Brasil
Gabriel - 5
Danilo - 5
Bruno Uvini - 6
Juan - 4,5
Gabriel Silva - 5
(Allan) - 7,5
Fernando - 7,5
Casemiro - 6,5
Oscar - 10
Philippe Coutinho - 5,5
(Dudu) - 9
Henrique - 7
Willian José - 6,5
(Negueba) - 7,5
MÉXICO 3 x 1 FRANÇA: LA TRI VIRA E ARREBATA O BRONZE
Campeão mundial sub-17, o México ficou pelo caminho na luta pela dobradinha. Contudo, um mês após o título no torneio sediado em casa, La Tri voltou ao pódio, desta vez no terceiro lugar, depois de bater a França por 3 a 1 de virada, também no El Campin. Os Bleus, aliás, sairam na frente com Alexandre Lacazette - que depois de ser reserva durante praticamente toda a campanha francesa, acabou alçado à titularidade apenas na rodada final e ainda ficou com a Chuteira de Bronze. Logo aos 8 minutos, o camisa 19 aproveitou cruzamento de Timothee Kolodziejczak e abriu o placar, marcando seu quinto no Mundial Sub-20.
Mas o empate veio quatro minutos depois, em uma pixotada do goleiro Jonathan Ligali. Ulises Davila arriscou de longe e a bola passou por baixo das pernas do arqueiro. E apesar da França deter mais a posse de bola, os europeus encontravam dificuldade para acertar os chutes - foram 21 arremates, mais só três ao gol. Os mexicanos, por sua vez, apostando na velocidade e na eficiência, se serviram disso e viraram o marcador aos 5 minutos da etapa final. Depois de um escanteio, Jorge Enriquez aproveitou a falha da marcação dos Bleus e colocou a Tri em vantagem. E aos 26, Edson Rivera, de cabeça, garantiu o bronze ao bravo time da América do Norte.
Foto: iG/AFP
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