Uma das jogadas mais bonitas do futebol é a ?tabelinha?. Aplicada geralmente por dois jogadores, consiste em toques de primeira, geralmente sem segurar a bola, com o intuito de envolver a defesa adversária e terminar em gol.

Uma das jogadas mais bonitas do futebol é a ?tabelinha?. Aplicada geralmente por dois jogadores, consiste em toques de primeira, geralmente sem segurar a bola, com o intuito de envolver a defesa adversária e terminar em gol.

Uma das jogadas mais bonitas do futebol é a "tabelinha?. Aplicada geralmente por dois jogadores, consiste em toques de primeira, geralmente sem segurar a bola, com o intuito de envolver a defesa adversária e terminar em gol. Geralmente o jogador que faz tal jogada tem que ter muita habilidade. Na década de 70 a mais famosa provavelmente tenha sido feita nas semifinais do Campeonato Brasileiro de 1976, contra o Atlético Mineiro, por Falcão e Escurinho, ambos jogavam no Internacional, em uma sensacional sequência de cabeça, resultando no gol colorado. Nos últimos tempos, Romário e Bebeto brindaram os amantes do futebol na Copa do Mundo de 1994 com as suas "tabelas?. Talvez a mais espetacular que presenciei ao vivo (pela televisão) tenha sido feita por Mário Sérgio com o centroavante Luizinho, quando ambos atuavam pelo Palmeiras, com uma incrível troca de bolas com o calcanhar. Outra fantástica que também presenciei pela TV foi na que resultou no famoso gol de Maradona contra a Grécia na Copa do Mundo dos Estados Unidos, após uma bela tabelinha dos jogadores argentinos. Conheceremos agora quem introduziu a jogada no futebol e quais foram os maiores "tabeladores?.
O ano de 1944 foi marcado por uma histórica contratação do Sport Club Corinthians, que se confirmaria de fato anos depois. No início daquela temporada havia um time de jovens da várzea paulistana, conhecido como Maria Zélia, que não perdia pra ninguém, tanto é que venceu os maiores juvenis da capital paulista, como Ypiranga, Palmeiras e São Paulo, faltando apenas o Corinthians. A partida foi realizada no Parque São Jorge, com o time corintiano contando com alguns profissionais devido à fama da equipe do bairro de Belém, mas, mesmo assim, foi derrotado. Coincidentemente era a primeira gestão do expressivo presidente Alfredo Ignácio Trindade, que ao ver aquela grande exibição, contratou todos os jogadores do forte time varzeano. Dentre eles estava Luiz Trochillo, o pequenino Luizinho, um dos maiores dribladores do futebol brasileiro em todos os tempos, que era corintiano e abraçou a contratação como luva, fazendo história nas divisões de base do clube, campeão em todas, desde o infantil, amador e no histórico time vencedor do campeonato de aspirantes de 1947/48/49, quando formava uma espetacular ala esquerda com o ponteiro esquerdo Colombo, levando muitos torcedores mais cedo ao estádio do Pacaembu, sendo que no último não jogou a decisão, pois já havia se profissionalizado.
Outra histórica contratação corintiana de 1944, mas para jogar no time profissional, aconteceu no final do ano, que foi o ponta-direita Cláudio Christovam de Pinho. Cláudio foi revelado em 1940 pelo time do Santos, que é da cidade da qual nasceu. Inicialmente era um ponta veloz e driblador, que sempre cruzou muito bem as bolas para os centroavantes, fazendo com que fosse logo convocado para o Selecionado Paulista, sagrando-se bicampeão brasileiro de seleções em 1941/42, jogando pela primeira vez na Seleção Brasileira no Campeonato Sul-Americano do ano de 1942. Quando o Palestra passou a se chamar Palmeiras, o autor do primeiro gol do clube com o novo nome foi justamente o famoso ponteiro direito, na vitória de 3 a 1 contra o São Paulo, decidindo o Campeonato Paulista de 1942. Acabou retornando à Vila Belmiro e quando foi contratado pelo Corinthians, chegou a declarar que estava realizando um sonho. Aprendeu com o veterano ponta-esquerda Hércules como bater faltas colocando efeito, tornando-se o melhor cobrador de infrações do Brasil no seu tempo ao lado de Jair Rosa Pinto. Nos seus primeiro anos de clube teve ótimas atuações, vieram alguns títulos como o Bicampeonato da Taça Cidade de São Paulo de 1947/48 jogando com craques como o ídolo Servílio, Mário Milani e Baltazar (na época era meia-direita e depois se consagraria graças a ele como centroavante), mas faltava um meia para completar a sua arte, o que aconteceria nas retas finais do Paulistão de 1949. No último ano, por sinal, sagrou-se campeão do Sul-Americano e injustamente esquecido para a Copa do Mundo de 1950, quando o técnico Flávio Costa optou em escalar na ponta-direita o defensor Alfredo II, que jogava no time que treinava, o Vasco da Gama. Por ser um especialista em bola parada, tornou-se o maior goleador da história do Corinthians, com 306 gols.
O São Paulo foi o campeão paulista de 1949, mas muitos já perceberam o potencial da nova ala direita que o time do Corinthians estava formando. Cláudio e Luizinho, individualmente, eram muito bons, mas quando passaram a jogar juntos, tornaram-se impossíveis de serem marcados. Quando o jovem talentoso meia-esquerda e canhoto foi aconselhado a jogar definitivamente pelo lado direito ao lado do ponta-direita, aceitou de imediato, pois o importante era estar em campo. No primeiro Torneio Rio-São Paulo oficial, o de 1950, a dupla já mostrou serviço, fazendo do time o primeiro campeão da competição. Foi justamente aí que começaram a ensaiar a famosa jogada da "tabelinha?, nunca executada antes, que servia de base na armação das jogadas, muitas vezes indo até o gol adversário, desesperando as defesas adversárias. Luizinho era um fantástico driblador e Cláudio centrava com grande precisão para Baltazar, o Cabecinha de Ouro, completar, além de também ser fenomenal cobrador de faltas, pênaltis e escanteios. Com os dois em campo muitos títulos vieram, como três Campeonatos Paulistas (1951/52 e 1954), mais dois Torneios Rio-São Paulo (1953/54), um Torneio Mundial (1953), duas Taças dos Invictos (1956/57) e a mais longa sequência de vitórias contra equipes estrangeiras (32, sendo 25 fora do Brasil). O entrosamento de ambos era tão perfeito que a ala direita foi considerada a melhor do país de 1950 a 1957, quando Garrincha e Didi passaram a se destacar no Botafogo do Rio de Janeiro. Cláudio encerrou a carreira no Corinthians (início de 1958) e Luizinho perdeu o seu grande parceiro em campo, sendo que coincidentemente o time não foi mais o mesmo. Até na Seleção Brasileira o Pequeno Polegar repetiu a jogada da "tabelinha?, em uma espetacular sequência de oito passes com o Mestre Zizinho sob a cabeça de um zagueiro bem alto, goleando no Pacaembu a Tchecoslováquia por 4 a 1, em 1956.
Nílton Coelho da Costa, conhecido pelo apelido de Bodinho, é considerado até hoje como um dos maiores atacantes da história do Internacional de Porto Alegre. Foi ao lado de Escurinho o maior cabeceador da história do Colorado e um dos maiores do futebol gaúcho, fazendo jus ao nome que te chamavam, pois cabeceava forte como um bode. Nascido em Pernambuco, iniciou a carreira no Íbis, passando pelo Sampaio Corrêa do Maranhão e Flamengo, chegando ao Rio Grande do Sul para jogar durante um curto período no Nacional. Inicialmente era ponta-direita. No seu primeiro ano no Inter, atuando como centroavante, conseguiu ser campeão estadual em 1951, repetindo a dose nos anos de 1952/53. Mas com toda essa fome de gol e títulos seguidos ainda lhe faltava um parceiro ideal, que chegaria em 1954.
A primeira participação Seleção Brasileira de futebol nos Jogos Olímpicos aconteceu no ano de 1952, em Helsinki, capital da Finlândia. O time foi representado por jogadores que ainda não haviam se profissionalizado. Foi uma boa participação, mas, devido à inexperiência, os brasileiros acabaram sendo eliminados pela Alemanha Ocidental. No comando do ataque jogava o pernambucano Vavá, centroavante do Vasco, futuro bicampeão do mundo. E ao seu lado atuava Larry, que era do Fluminense e que teria uma grande passagem pelo futebol gaúcho.
Larry Pinto de Farias nasceu na cidade de Nova Friburgo (RJ). Quando criança, nos anos 40, era fã do ponta-direita Tesourinha, que atuava no Internacional de Porto Alegre, sem jamais imaginar que jogaria no mesmo time na década seguinte. Era um centroavante diferenciado, dono de um futebol muito técnico e refinado, não batendo de frente com os zagueiros, mas preferindo servir os companheiros de ataque com passes açucarados. Quando passou a ser jogador profissional em 1953, não teve muito espaço, pois o titular era o centroavante Waldo, de estilo mais trombador, mas que seria futuramente o maior goleador da história do clube. No ano seguinte foi vendido ao Sport Club Internacional.
Quando chegou ao Rio Grande do Sul, muitos duvidavam se daria certo, por ser um jogador do Rio de Janeiro, com um futebol que tinha um estilo de jogo bem diferente, alem da forma de ser do povo carioca e clima da cidade. No Estadual deste ano o campeão foi o Renner, do goleiro Valdir, mas Larry aos poucos ia se entrosando com o seu companheiro de ataque, o meia-direita Bodinho. O centroavante carioca, também um goleador, geralmente preparava para o meia pernambucano completar, tornando-se assim o jogador que tem a melhor média de gols da história colorada. A jogada mortal dos dois era justamente a "tabelinha?, que desnorteava qualquer defesa adversária. No seu primeiro Grenal, o terceiro jogo do Estádio Olímpico do Grêmio, simplesmente esteve irresistível, marcando quatro gols na inesquecível goleada de 6 a 2 do Internacional em cima do maior rival. No Campeonato Gaúcho de 1955, o Inter de Larry e Bodinho novamente esteve irresistível e faturou mais um título. O entrosamento da dupla era muito grande, tanto é que em 1956 formaram o ataque da Seleção Brasileira que venceu o Campeonato Pan-Americano, com uma equipe formada por jogadores dos times gaúchos. Mas a partir deste ano a situação começou a mudar, com o Grêmio sendo o campeão já contando com um grande time do formidável zagueiro Aírton Pavilhão, que se tornou uma pedra no sapato de Larry. Em 1957 Oreco é vendido ao Sport Club Corinthians Paulista e Ênio Andrade à Sociedade Esportiva Palmeiras. No ano seguinte Chinesinho também vai para o Palmeiras. E em 1959 Bodinho também sai do time. Mesmo ainda sendo campeão no ano de 1961, o domínio do Internacional, que já vinha desde os anos 40, tempos de Tesourinha, já não existia mais, fazendo com que o Grêmio dominasse os estaduais de 1956 a 1968. Mas aí é uma história para outro dia.
Muitos torcedores e ex-jogadores que acompanham o futebol brasileiro a partir da década de 50, independente do time que torçam, costumam afirmar que o melhor centroavante que viram jogar foi Pagão, que fez sucesso no Santos Futebol Clube. Seu nome era Paulo César Araújo e foi revelado pela Portuguesa Santista. Nos anos 50 a Briosa era conhecida por ceder muitos dos seus jogadores ao Santos e com Pagão não foi diferente, sendo contratado em 1955. No mesmo ano, depois de 20 anos, o time voltava a ser campeão paulista, mas o hábil jogador ainda não era titular absoluto. Mas a partir de 1956 passou a ser o Camisa 9 da equipe, tornando-se o principal jogador e ganhando o bicampeonato pelo seu time. Dono de um jogo altamente técnico, seus destaques eram os belos dribles curtos em alta velocidade, a facilidade com que aplicava chapéus com o seu calcanhar e chutava muito bem, com um estilo clássico único, preferindo mais servir os companheiros do que marcar, da mesma forma que fazia Larry. Infelizmente, devido ao físico franzino (ficou conhecido pelo apelido de Canela de Vidro), não conseguia manter uma grande sequência de partidas. Venceu o Campeonato Brasileiro de Seleções de 1956, pelo Selecionado Paulista, sendo disputado no início de 1957 e no mesmo ano teve as suas duas únicas oportunidades de jogar pela Seleção Brasileira, vencendo Portugal em amistosos, mas sem marcar gol. Muitos consideraram injusto dele ter sido esquecido pra disputar a Copa do Mundo de 1958. Mesmo assim brilhou no Campeonato Paulista, sendo mais uma vez campeão, formando dupla com o maior jogador de todos os tempos. No ano seguinte disputou mais uma partida pela Seleção Paulista. Continuou a fazer parte do elenco santista, ganhando importantes títulos estaduais, nacionais e internacionais, mas havia um jovem centroavante que já tinha ocupado o espaço como titular. Pagão acabou sendo vendido ao São Paulo Futebol Clube em 1963, realizando uma bela temporada, não sendo campeão, mas dando um show de bola na goleada de 4 a 1 sob o seu ex-time. Retornou aos dois clubes que defendeu, mas sem o mesmo esplendor de antes. Tentou também jogar nos Estados Unidos, sem êxito. É o maior ídolo do compositor Chico Buarque, que chegou a declarar que ia a campo principalmente para ver Pagão jogar.
Nascido em Piracicaba, Antônio Wilson Honório, conhecido pelo apelido de Coutinho, é considerado o maior centroavante da história do Santos Futebol Clube. Menino precoce, com apenas 14 anos já realizava os seus primeiros jogos no time principal. Tinha como grande ídolo justamente o atacante Pagão, que sempre comentou ter sido a sua grande inspiração e o melhor da posição em todos os tempos. Fazendo parte de uma constelação de craques, aprendeu rápido, fazendo com que ganhasse a posição do seu herói. Considerado por muitos que o viram jogar, o centroavante mais frio e preciso na área adversária, marcou 370 gols pelo time da Vila Belmiro. Ganhou uma impressionante sequência de títulos, os principais da história do clube, na sua fase dourada, como os estaduais de 1960/61/62, 1964/65 e 1967, o penta da Taça Brasil em 1961/62/63/64/65 e o bicampeonato da Libertadores e Mundial Interclubes de 1962/63. Esteve presente na Seleção Brasileira Bicampeã Mundial de 1962, mas uma contusão às vésperas da Copa do Mundo fez com que perdesse a vaga para Vavá, campeão do Mundial anterior. Da mesma forma que Pagão, não conseguiu manter uma carreira tão longa, sendo que, diferente do seu antecessor, não foi pelo físico franzino, mas sim por engordar com facilidade.
Em 1956, Edson Arantes do Nascimento, o Rei Pelé, chegava à Vila Belmiro, trazido pelo ex-jogador Waldemar de Brito. Como ainda era muito novo e a equipe jogava um futebol excelente, somente no ano seguinte passou a fazer parte do time profissional. Pra sorte do futuro Rei do Futebol, teve como parceiro o melhor centroavante da América do Sul (Di Stefano, argentino que jogava no Real Madrid, era o mais perfeito do mundo), o excepcional Pagão. Os dois entenderam-se muito bem e foi aí que o meia-esquerda iniciou as suas primeiras "tabelinhas?, que tanto o marcaram ao longo da sua vitoriosa carreira, inclusive chegando a executá-la nas pernas dos adversários. Como Pagão era um centroavante que jogava mais recuado, costumava deixar Pelé na cara do gol, não sendo a toa que o já Rei foi campeão e artilheiro do Campeonato Paulista de 1958 com incríveis 58 gols, um recorde na artilharia de uma competição que dificilmente será igualado ou ultrapassado por algum outro jogador. Havia o chamado PPP, pois além dos dois, também tinha o ponta-esquerda Pepe. Infelizmente, devido às contusões de Pagão, a dupla não pode jogar por muito tempo junta.
Como já foi comentado, Coutinho começou a jogar futebol precocemente. E atuando ao lado de Pelé, que já era o maior de todos, não houve dificuldade para crescer, ainda mais pelo seu inquestionável talento. Diferente das jogadas feitas com Pagão, Pelé e Coutinho jogavam mais juntos um do outro, tanto é que as "tabelinhas? eram executadas do meio do campo até a área adversária e são até hoje consideradas como as mais perfeitas de todos os tempos, fazendo do centroavante o maior parceiro do Rei. Sua genialidade era tanta, que chegou a ser por muitas vezes confundido com Pelé. Cláudio e Luizinho, os verdadeiros criadores da jogada, executavam-na de forma mais difícil, próxima da linha lateral. Já os atacantes santistas não tinham essa dificuldade, pois era feita em um espaço de campo maior, mas a jogada era mais longa nos toques. Muitos títulos do Santos foram construídos através da desconcertante "tabelinha?, fazendo com que o ataque formado por Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe fosse considerado como o mais famoso de todas as épocas. Depois surgiu Toninho Guerreiro, ex-jogador do Noroeste de Bauru, um grande parceiro de Pelé no Santos, que também chegou a "tabelar? com ele, mas as "tabelinhas? que de fato marcaram foram ao lado de Pagão e, principalmente, com Coutinho. O Camisa 9 jogou também no Vitória (BA), Portuguesa de Desportos (SP), Bangu (RJ), Saad (SP) e Atlas (México), sem jamais repetir as mesmas atuações. Iniciou novo no futebol e também terminou assim, com menos de 30 anos.
No final da primeira metade da década de 60 o Cruzeiro Esporte Clube, de Minas Gerais, começava a se destacar por formar um time com talentosos jovens jogadores. Os dois principais eram, sem sombra de dúvidas, Tostão e Dirceu Lopes. Ambos, individualmente, eram dois gênios, mas quando estavam juntos, jogavam um futebol insinuante, envolvendo as defesas contrárias com incríveis trocas de passes e também fantásticas "tabelinhas?.  Juntos, ganharam muitos títulos pelo Cruzeiro.
Eduardo Gonçalves de Andrade, o famoso Tostão, iniciou a carreira na Associação Esportiva dos Industriários, indo jogar depois nos juvenis do América de Minas. Em 1963, reconhecido como um talento precoce foi jogar no Cruzeiro, tornando-se, para muitos, o maior jogador da história do clube, jogando um futebol habilidoso e de grandes jogadas em espaços curtos. No ano de 1965 ganhou o seu primeiro título estadual. Já no ano seguinte era convocado para jogar a Copa do Mundo e ganhou a Taça Brasil, vencendo nos dois jogos finais justamente o Santos de Pelé. Manteve a sequência de conquistas mineiras em 1966/67/68/69. Reconhecido como um dos principais jogadores brasileiros era constantemente convocado à Seleção Brasileira, sendo bicampeão da Copa Rio Branco em 1967/68. Foi o principal destaque nas Eliminatórias da Copa em 1969. Mas no mesmo ano, em uma disputa de bola com o zagueiro Ditão, do Corinthians, acabou machucando o seu olho esquerdo, deslocando a retina. Mesmo assim conseguiu jogar no Brasil Tricampeão de 1970, no México, sendo um dos principais destaques do timaço, tornando-se mais um grande parceiro do Rei Pelé. Conseguiu ainda vencer a Copa Rocca no ano seguinte. Devido a desentendimentos com o técnico Yustrich, não tinha mais clima no Cruzeiro, sendo vendido ao Vasco da Gama em 1972. Em São Januário, continuou a jogar muito bem, tanto é que no mesmo ano que foi negociado conquistou a Taça Independência. Devido ao seu problema na vista, decidiu abandonar em definitivo a carreira de jogador no ano de 1973. Cursou medicina, ficando durante muitos anos longe de entrevistas sobre futebol. Anos depois voltou a aparecer, tornando-se um dos melhores comentaristas, além escrever muito bem sobre o esporte bretão.
Boa parte dos torcedores e ex-atletas que viram Dirceu Lopes Mendes jogar consideram-no como o melhor jogador do futebol mineiro em todos os tempos. Era muito rápido, dono de dribles curtos, chutava bem e seus passes eram fantásticos, além de ser extremamente habilidoso. Foi revelado junto com Tostão e também começou a se destacar logo cedo. Participou junto com o companheiro do pentacampeonato mineiro de 1965/66/67/68/69 e da Taça Brasil de 1966. Pela Seleção Brasileira ganhou a Copa Rio Branco de 1967 e até 1970 era presença constante nas convocações. Mesmo havendo outros grandes Camisas 10 como Pelé, Rivellino e Ademir da Guia, era considerado um dos melhores meias-esquerdas do Brasil, tanto é que fazia parte das Feras de Saldanha. Infelizmente quis o destino que o técnico João Saldanha saísse da Seleção, pois discordava das intromissões do presidente brasileiro Emílio Garrastazu Médici, que insistia na convocação do centroavante Dario. O treinador Mário Jorge Lobo Zagallo assumiu o cargo, convocando o atacante do Atlético Mineiro e deixando Dirceu Lopes de fora. A equipe brasileira foi tricampeã, mas não tinha o príncipe cruzeirense no grupo. Mesmo com a euforia da conquista, muitos consideraram um absurdo a sua ausência no time. Voltou a ser convocado por duas vezes em 1972, mas dois anos depois estava novamente de fora da Copa, coincidentemente com Zagallo ainda como técnico. E voltou a ser convocado no ano de 1975, com Oswaldo Brandão como treinador, em uma partida formada praticamente por jogadores do Cruzeiro e Atlético Mineiro, com exceção do zagueiro Amaral, que atuava no Guarani. Mas se na Seleção Brasileira Dirceu não se firmava, no Cruzeiro era um Rei, pois diferente do companheiro Tostão, permaneceu no clube até 1977, sendo tetracampeão estadual em 1972/73/74/75 e campeão da Libertadores da América de 1976, sagrando vice-campeão mundial no final do ano.
Outro jogador marcante do Cruzeiro nos anos 70 foi Wanderley Eustáquio de Oliveira, o mais famoso Palhinha do futebol. Surgiu justamente no período de ouro do clube (1968) e participou das conquistas finais da Era Tostão. Mas foi mais marcante na década de 70, quando fez parte da segunda fase dourada cruzeirense, ganhando o tetra mineiro e a Libertadores. Em 1977 é contratado pelo Sport Club Corinthians Paulista que, diferente do seu time de origem, vivia uma fase sem títulos. Logo em seu primeiro ano ganhou o histórico Campeonato Paulista que há 22 anos não aparecia na imensa sala de troféus corintiana. Teve grande destaque no primeiro jogo das três finais contra a Ponte Preta, quando marcou um gol de nariz. Virou um ídolo corintiano, permanecendo no clube até 1980, sendo ainda campeão paulista no ano de 1979, justamente contra a mesma Ponte. Teve depois uma boa passagem pelo Atlético Mineiro, sagrando-se bicampeão mineiro em 1980/81 e vice-nacional no ano que chegou.
Um dos maiores jogadores da história do Corinthians foi Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira. Nascido em Belém do Pará, foi criado na cidade paulista de Ribeirão Preto e revelado para o futebol no Botafogo local na década de 70. Teve grande destaque no time, além de ser estudante em medicina, formando-se anos depois. Interessou a vários clubes, mas foi o clube do Parque São Jorge que conseguiu contratá-lo em 1978. Longe da pressão pela falta de títulos, pode impor o seu estilo de jogo cerebral, clássico, chutes precisos e incomparáveis toques de calcanhar. Já no ano seguinte sagrou-se campeão paulista. Era presença constante na Seleção Brasileira, destacando-se muito na Copa do Mundo de 1982, jogando também em 1986, mas já como jogador da Fiorentina. Mas a sua grande fase foi no bicampeonato paulista de 1982/83, quando era o principal responsável do Movimento da Democracia Corintiana, devido à sua inteligência e grandes ideias.
No bicampeonato paulista de 1982/83 Casagrande foi o grande companheiro de Sócrates, não somente dentro de campo, mas principalmente na sua participação no momento de transição do clube. Mas talvez o jogador que mais se entendeu com o Doutor tenha sido Palhinha. Quando o craque do Botafogo de Ribeirão Preto chegou ao Corinthians, encontrou-se novamente com o seu companheiro Geraldão. Mesmo com tanto entrosamento, seu parceiro ideal foi o atacante mineiro, pois logo no primeiro ano já jogavam o melhor futebol de São Paulo, com grandes jogadas e, em especial, desconcertantes "tabelinhas?, fazendo lembrar muito a Pelé e Coutinho. E através delas, Sócrates (na época sem barba e bigode) e Palhinha ganharam juntos o Paulistão de 1979, sendo que muitos gols foram construídos através da fantástica jogada.

Imagem: @CowboySL

Últimas do seu time