Encerra-se assim um período, cujos treinadores tinham status de intocáveis e pintavam e bordavam à frente dos clubes

Encerra-se assim um período, cujos treinadores tinham status de intocáveis e pintavam e bordavam à frente dos clubes

O futebol brasileiro apresentava até pouco tempo atrás um grupo de treinadores conhecidos como “intocáveis”. Comandantes que atingiram um patamar de sucesso e não eram em hipótese alguma contestados pelos seus clubes. Não eram, pois agora são e acabam demitidos como qualquer outro técnico do país.

Só neste ano, Muricy Ramalho, Felipão, Luxemburgo e Abel Braga receberam cartão vermelho dos seus clubes. Muricy aproveitou a saúde fragilizada para sair de cena do São Paulo, mas não resistiria aos péssimos resultados da equipe. Já Felipão, Luxa e Abel Braga foram mesmo demitidos de seus clubes. Sem clemência.

Encerra-se assim um período, cujos treinadores tinham status de intocáveis e pintavam e bordavam à frente dos clubes. Respeito todas as opiniões, mas vejo essa nova fase como algo salutar para o futebol brasileiro, sobretudo para as agremiações.

Treinador com plenos poderes é um perigo, pois deixa o clube refém do comandante. Isso não é bom. É preciso entender e respeitar a cultura do futebol brasileiro. Por exemplo: um treinador é contratado em cima de uma convicção de trabalho, no entanto, nem sempre os resultados (leia-se vitórias) acontecem.

Resultado: a demissão torna-se a única saída. A pressão é enorme. O próprio treinador muitas vezes não aguenta a cobrança para cima do seu trabalho e, por mais que a diretoria dê respaldo, ele acaba roendo a corda.

É preciso uma democratização maior entre os técnicos de futebol. Em outras palavras, é preciso de uma “oxigenação” no quadro de treinadores no Brasil. Temos muitos comandantes com esquemas ultrapassados e uma forma de comandar repetitiva. É preciso se especializar. Só com sangue novo o futebol brasileiro poderá viver uma nova fase de treinadores bons, valorizados e até intocáveis.

Não podemos esquecer que Tite, um dos técnicos mais vencedores e badalado dos últimos tempos, também levou cartão vermelho da diretoria do Corinthians que, depois, arrependida, trouxe o treinador de volta.

Sem falar de Mano Menezes. O treinador, que um dia dirigiu a seleção brasileira, amarga o desemprego no futebol brasileiro, mesmo com o nacional a pleno vapor.

O futebol dá voltas, é fato. No entanto, os técnicos brasileiros, sobretudo aqueles rotulados de ponta, milionários, precisam se reciclar para sobreviver à disputa. Uma nova geração tem potencial e briga também por um lugar ao sol.

Oxalá os novos treinadores consigam cavar espaço. O futebol brasileiro agradece...

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Foto: UOL

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