Jogadores e técnico se mostram operários da bola, funcionários dedicados que trabalham para o time do povo

Jogadores e técnico se mostram operários da bola, funcionários dedicados que trabalham para o time do povo

Ex-zagueiro comum, sem destaque na carreira de jogador, Fábio Carille se encontrou como treinador.

Especialista em categorias de base, Carille passou pelo Grêmio Barueri antes de chegar ao Corinthians em 2009, onde foi auxiliar-técnico de vários treinadores, com destaque para Mano Menezes e Tite.

Quando Tite treinava o Corinthians, Carille era responsável por comandar a parte defensiva do Timão, sua especialidade como técnico profissional hoje em dia.

Foi montando boas defesas que o ex-zagueiro conquistou a confiança do clube ao ponto de merecer uma chance como treinador principal.

Logo que chegou, Carille foi recebido de braços abertos pelos jogadores que o conheciam e o respeitavam.

No início do Campeonato Paulista, o Corinthians foi visto como a quarta força da competição, pelos jogadores considerados fracos e pelo fato de seu treinador ser desconhecido e não ter experiência como profissional.

Diziam que Carrile nunca foi um bom jogador e não estava preparado para assumir um time do tamanho do Corinthians.

A cada vitória, principalmente nos clássicos, o ex-zagueiro foi conquistando a confiança do torcedor e principalmente recuperando jogadores como Balbuena e Rodriguinho, que estavam em baixa no clube.

Balbuena foi deslocado para jogar como zagueiro central e cresceu absurdamente de produção. Rodriguinho deixou de ser volante e passou a atuar como meia-armador, criando grandes jogadas e marcando gols importantes.

Maicon, um garoto da base, conquistou uma chance no profissional e não saiu mais do time. O lateral-esquerdo Guilherme Arana vem crescendo muito com o técnico Carille.

Hoje, maio de 2017, o Corinthians é o time mais organizado da América do Sul, não é o melhor tecnicamente, mas se tratando de obediência tática e disposição, é insuperável.

O Corinthians deste ano me faz lembrar o Atlético de Madri do técnico argentino Diego Simeone, que tecnicamente não figura entre os melhores da Europa, mas em disposição e tática, joga de igual para igual com qualquer equipe do mundo.

O dilema dos mosqueteiros, ‘Um por todos e todos por um’, vale perfeitamente para o Corinthians. Os jogadores se entregam em campo a cada partida e o treinador os abraça.

Não é vergonha o centroavante Jô ajudar na marcação, o atacante Romero deixar a vida em campo para ajudar seu time e até o badalado Jadson voltar para recuperar bola perdida.

Não por acaso, jogadores e técnico se mostram operários da bola, funcionários dedicados que trabalham para o time do povo.

*Este texto é uma reprodução de minha coluna de ontem no jornal Cruzeiro do Sul.

Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

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