Depois dos 7a1, seleção de Dunga investe no sistema "porteira fechada"

Depois dos 7a1, seleção de Dunga investe no sistema "porteira fechada"

O gol está para o futebol assim como a velocidade está para uma corrida automobilística.
 
Sem esses elementos essenciais, nada terá valido a pena nos espetáculos dessas duas atividades esportivas.
 
Imaginemos uma autódromo com placas de sinalização estabelecendo limites de velocidade nas curvas,  sob a justificativa de evitar acidentes, como acontece nas rodovias.
 
Isso seria - é claro - uma mistura de coisa ridícula com coisa frustrante, posto que soaria como um brutal contra senso em relação ao que de mais importante existe na plasticidade dessa prática esportiva. 
 
O mesmo aconteceria se, por conta de um ataque de maluquice aflorado nas mentes dos que escrevem e reescrevem as regras do futebol, fosse criada uma lei limitando a quantidade máxima de gols por parte de cada equipe nos noventa minutos de jogo.
 
É claro que,  tanto no que se refere ao automobilismo quanto no que diz respeito ao futebol, não existe a menor hipótese de que isso viesse a acontecer, porque seria um atestado de insanidade apto a levar direto para o hospício aquele que a tanto se atrevesse. 
 
Recorri a essa metáfora para dizer que a coisa mais abominável que existe no futebol, relativamente aos seus múltiplos fundamentos táticos,  é a chamada retranca.
 
Ela tem como filosofia de ação a política do anti gol, ou seja, não deixar o adversário marcar para conquistar o direito de poder derrotá-lo,  fazendo o mínimo de gols possível.
 
O retorno de Dunga à seleção, sem nenhuma razão plausível, posto que nada mostrou de positivo no exercício da função de treinador, depois da experiência fracassada na Copa de 2010, representou a volta de um futebolista que foi razoavelmente bom com a bola no pé e nem um pouco eficaz no comando de equipes de futebol.
 
Não se pode esquecer que,  nem na Canarinho nem no Internacional, o carrancudo técnico inventado pela CBF havia deixado saudade, pelo pouco ou quase nada que realizou na seleção e no clube que o projetou.
 
Infelizmente somos um país de gente que, na sua maioria, se contenta com pouco.
 
Saindo da trilha do futebol, queixamo-nos de que a saúde pública no Brasil é um caos, mas esse ponto de vista é facilmente mutável ante a notícia de que alguém sobreviveu a uma operação delicada patrocinada pelo SUS, ainda que isso seja exceção à regra.
 
Diante de uma informação como essa, os mesmos que criticam com veemência o padrão assistencial do país são bem capazes de alardear aos quatro ventos que  o Brasil possui o melhor sistema de saúde do mundo. 
 
Faço essa analogia para confessar minha decepção com esses foguetes que estão sendo soltados, comemorando aquilo que classificam de campanha convincente da seleção comandada por Dunga, que nesses jogos por laranja chamados de "preparativos" conseguiu a "extraordinária façanha" de sofrer apenas 2 gols nos 8 jogos realizados, o que dá uma média de 0,25 (1/4 de gol) por partida. 
 
E tem mais. Ouvi gente dizendo por aí que já temos até alguma razão para esquecer parte da superioridade da seleção da Alemanha, plasmada naqueles 7 a 1 que nunca mais esqueceremos.
 
Motivo: ficou se sabendo que os nossos carrascos de 2014  já levoram 9 gols depois da Copa do ano passado, ou seja, 7 a mais do que levamos na temporada pós Mundial. Parece piada, mas não é.
 
Essas coisas saltam aos olhos de qualquer observador medianamente perspicaz, como um sinal inequívoco de que estamos de novo sendo engambelados pelos resultados enganosos dos jogos amistosos, a ponto de  acreditar que agora sim iremos para a Copa de 2018, na Rússia, habilmente preparados para recuperar  o prestígio que a incompetência de cartolas e treinadores de araque jogaram na lata do lixo.
 
O pior é que essa triste ilusão pode ser ratificada por duas conquistas de caráter oficial, tão secundárias quanto qualquer certame da Série  B, algo em que o Brasil tem se especializado na última década. 
 
Nem precisaria dizer que me refiro à Copa América e a das Confederações, torneios insignificantes que o Brasil logrou conquistar com Duga, antes  da Copa de 2010, e com Felipão nos meses antecedentes à Copa de 2014. 
 
Lembro-me como se fosse hoje de algumas manchetes que enalteciam com ênfase total aquele "ouro de tolo" que ganhamos com o time de Felipão na Copa das Confederações de 2013, passando fácil, de goleada, pelo bicho papão espanhol, que havia papado o Mundial de 2010.
 
Aquele mesmo que derrubou Dunga, hoje de volta ao comando do onze canarinho, como se aquela derrota para a Holanda que nos tirou da Copa tivesse sido não mais do que mero acidente de percurso.  
 
Perdoem se me torno repetitivo em relação a comentários feitos neste mesmo espaço, antes das Copas de 2010 e 2014.
 
Pelo andar dessa carruagem mais uma vez condizida por Dunga, temos tudo para ganhar de novo a Copa América e a das Confederações, o que se torna viável . mesmo com esse time que leva poucos gols para não ter que fazer muitos.
 
Mas temos tudo para repetir também na pátria do Ballet Bolshoi, em 2018, as decepções de 2010 e 2014, quando os enganadores Dunga e Felipão nos deram "carne de pescoço" e serviram "filé mignon" à 'Laranja  Mecânica' e  aos patrícios de  Franz Beckenbauer.
 
Admito que, no lugar desse comentário repetitivo acerca desse filme repetido chamado "seleção de Dunga", eu poderia estar me reportando  aqui sobre o andamento dos nossos campeonatos regionais, que afinal de contas são o aperitivo de cachaça ruim da temporada futebolística deste país 'bairrista pela própria natureza'.
 
Mas, quando penso nisso, me pergunto "dizer o quê ?".  Que em São Paulo os quatro grandes (São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos) lideram os seus respectivos Grupos no Paulistão ?
 
Que no Gauchão o "fogo de palha" dos pequenos já foi apagado e os dois gigantes que dividem o Pampa gaúcha em uma metade azul e outra vermelha já se acamparam na ponta da tabela, mesmo que o Inter,  em segundo lugar a apenas 1 ponto do Grêmio, tenha atuado com equipes mistas, poupando seus titulares para os jogos da Libertadores ?
 
Que em Minas, "para variar", Cruzeiro e Atlético disputam o título mais uma vez, com a Caldense nos calcanhares,  tentando o milagre de David contra Golias,  nessa luta de Galo com Raposa, na qual nem o Coelho tem se arriscado a entrar, percebendo que  nessa disputa não passa de um colelhinho de páscoa ?
 
Ou quem sabe não seria uma boa eu contar para todo o Brasil que o Madureira está em terceiro na corrida da Taça Guanabara (1º turno do Cariocão), a apenas 2 pontos do Líder Flamengo e com o mesmo número de pontos do vice-líder Botafogo, mas acima do Vasco e do Fluminense, que aliás são os únicos grandalhões do G-4 do futebol brasileiro que estão vendo um anão pelas costas ?
 
Embora admita que melhor seria ter ficado calado diante de tamanha obviedade, até que me estendi bastante acerca dos nossos charmosos certames regionais. Não acham ?
 
 
Fale com o colunista : Portal Terceiro Tempo(http://terceirotempo.bol.uol.com.br/colunistas/colunas/lino-tavares) - E-Mail(jornalino@gmail.com) - Twitter (@twitter.com/jornalino)  - Facebook (https://www.facebook.com/lino.tavares.5?fref=ufi) -  Lino Mídia Celebrities (https://www.facebook.com/lino.midiacelebrities?ref=hl)- Linototícia Portal International (http://portalino1945.dihitt.com/)  - On Line Jornal Porto Alegre (http://linotavares.com.br/) - Semanário Virtualino (http://linotavares.blogspot.com.br/) -  Revista Eletrônica Gibanet.com (http://gibanet.com/entrevista-2/) - Portal Rádio Cotidiano Em Foco (http://www.radiocotidianoemfoco.com/) -  Jornal Expresso Minuano (http://www.alegrete.com.br/jornalexpressominuano/)

Últimas do seu time