Hoje inicio uma série sobre os principais times brasileiros de todos os tempos. Como toda a pesquisa haverá muitos que discordarão de alguns nomes e de outros que não foram lembrados

Hoje inicio uma série sobre os principais times brasileiros de todos os tempos. Como toda a pesquisa haverá muitos que discordarão de alguns nomes e de outros que não foram lembrados

No imaginário do torcedor que gosta de conhecer a história do seu time de coração e também dos adversários, montar uma equipe de todos os tempos é um dos mais agradáveis passatempos que possa ter, pois se monta o elenco mais competitivo possível, analisando-se a importância de cada jogador, além da sua categoria, explicando-se assim o porquê dele ter sido escalado. A Revista Placar sempre gostou de tais pesquisas, sendo que muitas vezes o time escolhido era alterado no passar dos anos, pois alguns eleitores mudavam. Em certos casos o saudosismo falava mais alto, pois para os antigos (e mesmo quem não tenha visto) os jogadores do passado são sempre os maiores e melhores, devido às condições de jogo, campo, bola, uniformes, a valorização dos pontas, o efeito surpresa (não se estudava os adversários como se faz hoje através da tecnologia existente) e sua abnegação ao time que defendia, já que muitas vezes passava mais de 10 anos defendendo-o, longe das propostas milionárias existentes no rico futebol atual. E têm aqueles que desprezam o passado, muitas vezes se equivocando ao afirmar que na época era mais fácil jogar, com uma marcação diferente, facilitando as grandes jogadas e o elevado volume de gols, valorizando apenas o presente, com um desenho de jogo bem diferente, havendo também técnica, mas com o preparo físico sendo algo indispensável, sem se esquecer das condições atuais serem bem mais fáceis.
Hoje inicio uma série sobre os principais times brasileiros de todos os tempos. Como toda a pesquisa haverá muitos que discordarão de alguns nomes e de outros que não foram lembrados. Para cada jogador (titular e reserva), farei um pequeno texto da sua passagem pelo clube, o porquê da sua escolha e dados dele. Não irei florear inventando posição, improvisando um meia como volante, sem ele nunca ter tido um grande poder de marcação, mas farei algumas improvisações se souber que o jogador tinha condições pra jogar em determinado setor do campo. E não costumo repetir um nome em outro time.
Um detalhe que já deixo claro é que na minha tese o jogador que tenha determinado recorde será titular automaticamente. Aquele que tiver mais anos de clube, que disputou o maior número de partidas e que tenha feito o maior número de gols, classifica o jogador em definitivo no time principal. Não escalarei um nome que tiver menos de 100 partidas pelo clube, pois entendo como desrespeito àqueles que tenham disputado mais de 300 jogos, mesmo ele tendo uma boa passagem. E também não elegerei quem tenha marcado um histórico gol, a não ser que tenha feito muito mais no seu período na equipe. Muitas vezes o fator técnica não será prioridade, mas sim a importância do jogador.
A eleição dos times paulistas será a mais fácil, pois como nasci na cidade de São Paulo e resido nela, meu conhecimento sobre os times grandes é bem maior que o das outras cidades e estados. E o fato dos 5 maiores clubes paulistas (Corinthians, Palmeiras, Portuguesa de Desportos, Santos e São Paulo) já terem o seu almanaque, facilitará (e muito) a pesquisa, tendo à minha disposição o perfil completo de todos os jogadores nas respectivas agremiações.
O ESQUADRÃO MOSQUETEIRO: Termo dado pelo jornalista Thomaz Mazzoni  ao time do Corinthians após a vitória por 3 a 1 contra o Barracas de Buenos Aires (01/05/1929). Homenagem à história de D?Artagnan e Os Três Mosqueteiro, livro de Alexandre Dumas.
CORINTHIANS DE TODOS OS TEMPOS
O Sport Club Corinthians Paulista foi fundado no dia 01 de setembro de 1910 e está atualmente com 103 anos. Por ter origem humilde, devido ao seu histórico de lutas, muitas vezes o mais importante para a sua imensa e fiel torcida é o jogador ter fibra, mesmo tendo ao longo da sua história muitos craques que vestiram a sua camisa. Segue abaixo, de acordo com a minha opinião, o Corinthians de todos os tempos, explicando-se em seguida a passagem de cada jogador e o porquê da sua escolha.

TITULAR:
Ronaldo, Zé Maria, Amílcar (Capitão da equipe), Brandão e Wladimir; Roberto Belangero e Sócrates; Cláudio, Luizinho, Baltazar e Neco. Técnico: Oswaldo Brandão.
RONALDO SOARES GIOVANELLI (São Paulo, SP, 20/11/1967) ? Camisa 1 - Jogou no Corinthians de 1988 a 1998 e disputou 602 partidas. Foi revelado nas Categorias de Base do clube. Era um goleiro ágil e preciso, mas se destacou muito pela forte personalidade, sendo que na sua primeira importante partida, contra o São Paulo, defendeu um pênalti do zagueiro Darío Pereyra, um jogador de categoria e experiente. Assumiu a titularidade em um time que tinha dois grandes goleiros, que eram o Waldir Peres e o Carlos, com passagens por Copas do Mundo. Foi campeão paulista (1988, 1995 e 1997), brasileiro (1990) e da Copa do Brasil (1995). Mesmo na sua posição tendo tido antes goleiros melhores, considero-o como o mais identificado de todos, talvez o único que tenha sido o maior ídolo da torcida em determinados anos e também o que mais disputou partidas na posição, sendo o terceiro jogador em todos os tempos.
JOSÉ MARIA RODRIGUES ALVES ? ZÉ MARIA (Botucatu, SP, 18/05/1949) ? Camisa 2 - Jogou no Corinthians de 1970 a 1983, marcando 17 gols em 599 partidas. Corintiano de berço, veio da Portuguesa de Desportos para fazer história no Parque São Jorge. Lateral-direito de muita força física e um marcador difícil de ser batido, chegando num momento complicado com a fila sem conquistas estaduais tendo atingido 15 anos, sofreu com a perda do Paulistão de 1974, mas consagrou-se no título paulista de 1977, com a jogada do gol de Basílio tendo sido iniciada com ele, cobrando a falta, centrando a bola para a área adversária. A conquista do Campeonato Paulista de 1979 ficou marcada por estar com a camisa sangrando na final. E teve uma boa participação na Democracia Corintiana. Jogou nas Copas do Mundo de 1970 e 1974.
AMÍLCAR BARBUY (Rio das Pedras, SP, 29/04/1893 ? São Paulo, SP, 24/08/1965) ? Camisa 3 - Jogou no Corinthians de 1912 a 1924, marcando 89 gols em 219 partidas. O primeiro exemplo de um jogador mais antigo. Jogava futebol na várzea paulistana antes mesmo do Corinthians ser fundado. Teve papel muito importante no início do time nas disputas do Campeonato Paulista, vencendo o torneio em 1914, 1916 e 1922/1923. Jogava inicialmente na posição de centroavante, atuando a partir de 1918 como centromédio (atual médio volante), função que seria considerado o melhor do Brasil nos anos 20. Dotado de grande técnica, atuava bem em qualquer posição que fosse escalado, sempre jogando com fibra, muita classe e como capitão. Pioneiro corintiano foi o primeiro jogador do clube a atuar pela Seleção Brasileira, além de ter contribuído na construção do primeiro estádio em 1918. Um problema com um dirigente fez com que saísse do Corinthians justamente para o futuro maior rival, o Palestra Itália, sem manchar a sua história, pois mesmo a rivalidade ainda não sendo tão forte, deixava um legado importante para o que viria a ser o Time do Povo. Também foi técnico do Corinthians.
JOSÉ AUGUSTO BRANDÃO (Taubaté, SP, 21/04/1911 ? 20/07/1989) ? Camisa 5 - Jogou no Corinthians de 1935 a 1946, marcando 13 gols em 298 partidas. Começou a se destacar no Juventus da Mooca, teve também uma boa passagem pela Portuguesa de Desportos, mas foi no Corinthians que se consagrou em definitivo. Da mesma forma que Amílcar (a quem chamava de mestre), destacou-se na posição de centromédio, atuando também como zagueiro. Era clássico, tinha muita técnica, além de ser raçudo, caindo como luva no coração da torcida corintiana, que sempre exigiu tais predicados aos seus jogadores.  Foi o capitão e líder da equipe na segunda metade da década de 30 e primeira da de 40. Ganhou os campeonatos paulistas em 1937/38/39 e no ano de 1941. A linha média campeã de 1941 formada por Jango, Brandão e Dino é considerada a melhor da história corintiana. Ao lado do ponta-direita Lopes foi o primeiro jogador corintiano a ser convocado para disputar uma Copa do Mundo, a de 1938, na França.
WLADIMIR RODRIGUES DOS SANTOS (São Paulo, SP, 29/08/1954) ? Camisa 4 -  Jogou no Corinthians de 1972 a 1986 e em 1987/1988, marcando 34 gols em 805 partidas. Mais um histórico Prata da Casa. Foi o maior lateral-esquerdo da história do Corinthians. Mesmo sendo baixinho, não se intimidava na marcação dos pontas-direitas, através de carrinhos precisos e de ter uma boa técnica, tornando-se um dos jogadores mais regulares que já passaram pelo Parque São Jorge.  Aos poucos foi se firmando como titular e mesmo com a decepção da perda do título paulista de 1974, era um dos jogadores mais aceitos pela exigente torcida corintiana, pois o seu desempenho agradava muito. Muita coisa boa viria pela frente, com a invasão da torcida corintiana no Maracanã contra o Fluminense, pelas semifinais do Campeonato Brasileiro de 1976. Quase fez o gol do título de 1977, pois depois da bola chutada na trave pelo ponta-direita Vaguinho, deu uma cabeçada que pegou na cabeça do zagueiro Oscar, da Ponte Preta, resultando no chute do Pé de Anjo Basílio. Estava no time campeão de 1979, compondo a defesa formada apenas por jogadores negros, com Jairo, Zé Maria, Mauro, Amaral e Wladimir. E foi ao lado de Sócrates e Casagrande um dos articuladores do Movimento da Democracia Corintiana, ganhando o Bicampeonato Paulista de 1982/83. No ano seguinte perdeu a final para o Santos e em 1985 fracassou com todo o time na chamada Seleção de Papel. Jogou em outros clubes, retornando ao Corinthians para disputar a Copa União de 1987, atuando mais na posição de quarto-zagueiro. É o recordista de jogos pelo clube. Ídolo inesquecível.
ROBERTO BELANGERO (São Paulo, SP, 28/06/1928 ? 30/10/1996) ? Camisa 6 - Jogou no Corinthians de 1947 a 1961, marcando 22 gols em 453 partidas. Revelado pelo time da Vila Maria Zélia, equipe varzeana de juvenis do bairro do Belém (São Paulo, SP) que se destacava nos anos 40 vencendo bons times, inclusive os grandes. O médio volante talentoso foi levado para as Categorias de Base do Corinthians, fazendo história e principalmente a partir do final da década de 40 no time principal. Junto com uma boa fornada de valores, ganhou os principais títulos do clube nos anos 50, como o Campeonato Paulista (1951/52 e 1954), Torneio Rio-São Paulo (1950 e 1953/54) e a Pequena Taça do Mundo (1953). Craque no domínio de bola e nos lançamentos, segundo o lateral-esquerdo Nílton Santos, do Botafogo-RJ, de todos os jogadores que viu, foi o que mais bonito batia na bola. Mesmo sendo bem querido pela torcida corintiana por causa do seu talento, exigiu-se dele mais rigor na marcação, com Roberto correspondendo ao que os torcedores queriam. Era conhecido pelo apelido de Professor, por ser um mestre na sua posição e também por dar aulas de inglês. Para ter-se uma ideia do seu valor, foi o volante mais vezes convocado à Seleção Brasileira entre 1955 e 1958 (18 vezes), um período em que a rivalidade entre paulistas e cariocas era bem acentuada, mas uma contusão em 1957 fez com que o seu sonho de disputar a Copa do Mundo da Suécia fosse abreviado, quando era apontado por todos como o possível titular. Em 1961 foi vendido ao Newell?s Old Boys, da Argentina, encerrando a carreira dois anos depois. Foi treinador do Corinthians no Campeonato Paulista de 1964.
SÓCRATES BRASILEIRO SAMPAIO DE SOUZA VIEIRA DE OLIVEIRA (Belém, PA, 19/02/1954 ? São Paulo, SP, 04/12/2011) ? Camisa 10 - Jogou no Corinthians de 1978 a 1984, marcando 172 gols em 297 partidas. É o maior jogador do Corinthians nos últimos 35 anos. Sua família mudou-se para Ribeirão Preto (SP) quando era criança, iniciando a sua carreira no Botafogo da mesma cidade. Conciliava o futebol com a faculdade de medicina, tornando-se médico e ganhando o apelido de Doutor, por causa da sua profissão e pela sua categoria em campo. Por ser alto e magro desenvolveu o toque de calcanhar, usando a jogada com muita facilidade, sendo que o Rei Pelé chegou a declarar que ele jogava de costas melhor do que muitos jogadores jogam de frente. Em 1978 o presidente corintiano Vicente Matheus o contratou. Talvez, em toda a história do clube, tenha sido o jogador que chegou ao momento mais certo, sem a responsabilidade de conquistar um título que não vinha há 22 anos, podendo impor um estilo de jogo frio e cerebral, além das suas ideias, sendo bem diferenciado quando era entrevistado por algum repórter, por ser dono de uma inteligência invejada. Fez dupla com o atacante Palhinha, desenvolvendo tabelinhas que não eram vistas desde a época de Pelé e Coutinho. Ganharam o Campeonato Paulista de 1979. No início dos anos 80 era titular absoluto da Seleção Brasileira sob o comando do treinador Telê Santana, com o time encantando o mundo na Copa do Mundo da Espanha, mas infelizmente sem conquistar a taça. Já no Corinthians foi o líder do Movimento da Democracia Corintiana, que criava no clube um sistema democrático que não se via na própria política brasileira. Através de tais ideias, com o time jogando muito bem, veio o Bicampeonato Paulista de 1982/83. Em 1984 Sócrates foi vendido à Fiorentina da Itália, deixando a torcida corintiana órfã por um bom tempo, pois nunca mais viu no seu time um jogador tão técnico com a bola nos pés (Zenon era quem mais se aproximava). Ainda disputou a Copa do Mundo de 1986, mas sem o mesmo brilho da anterior. Retornou ao Brasil para jogar no Flamengo, Santos e encerrar a carreira no clube que o revelou. Pensador como o filósofo grego que tinha o mesmo nome, era atração quando falava de futebol como jogador e depois de encerrada a carreira. Ganhou um busto no Parque São Jorge em 2012.
CLÁUDIO CHRISTOVAM DE PINHO (Santos, SP, 18/07/1922 ? 01/05/2000) ? Camisa 7 - Jogou no Corinthians de 1944 a 1958, marcando 306 gols em 554 partidas. Iniciou a sua carreira profissional no time do Santos em 1940, tendo destaque logo cedo. Jogou no Parque Antarctica no ano de 1942, sagrando-se campeão paulista e sendo autor do primeiro gol do Palmeiras quando o clube deixou de se chamar Palestra. Retornou à Vila Belmiro, sendo contratado pelo Corinthians no final de 1944, onde faria história como maior ponta-direita corintiano de todos os tempos. Teve como primeiros parceiros os jogadores Servílio e Mário Milani, mas foi a partir de 1949 quando o meia Luizinho passou a jogar ao seu lado e tendo Baltazar como centroavante, que o time engrenou de vez, tornando-se o maior papão de títulos nos anos 50. Formavam a ala-direita que armava as jogadas da equipe, inventando a jogada da tabelinha que geralmente terminava com um centro preciso do ponta para a área adversária, com Baltazar saltando e completando de cabeça, ou o meia-esquerda Carbone marcando com os pés. Cláudio era um jogador extremamente técnico e disciplinado, mas destacou-se mesmo por suas precisão nos chutes a gol e em especial nas cobranças de falta com efeito (aprendeu com o ponteiro esquerdo Hércules quando estava encerrando a carreira no Corinthians em 1945), batendo escanteios com precisão cirúrgica e dificilmente perdia uma cobrança de pênaltis. Tal importância fez dele o maior goleador corintiano de todos os tempos, único que marcou mais de 300 gols. Foi o capitão do time nas conquistas dos Paulistões (1951/52 e 1954), Rio-São Paulo (1950 e 1953/54) e do Torneio de Caracas (1953), conhecido pelo apelido de Gerente (era um líder) e devido à sua pequena estatura também era chamado de Baixinho. Ao encerrar a carreira tornou-se técnico do time e chegou a jogar no São Paulo em 1959. Ganhou um busto no Parque São Jorge (07/09/1997).
LUIZ TROCHILLO ? LUIZINHO (São Paulo, SP, 07/03/1930 ? 17/01/1998) ? Camisa 8 - Jogou no Corinthians de 1948 a 1961 e de 1964 a 1967, marcando 175 gols em 606 partidas. Para as gerações mais novas talvez seja difícil entender a importância de um jogador como Luizinho, que atuou em uma época que temos hoje poucas imagens e por nunca ter jogado uma Copa do Mundo. Mas para quem o viu jogar garante que foi o maior jogador da história do Corinthians. Corintiano de nascimento, como o companheiro Roberto, veio do time Maria Zélia em 1944, passando por todas as Categorias de Base do Parque São Jorge, nos Infantis, Juvenis e Aspirantes, sagrando-se campeão em todas elas. Seu destaque maior foi na Equipe dos Aspirantes Tricampeã Paulista de 1947/48/49 jogando na posição de meia-esquerda (era canhoto), formando uma espetacular ala com o ponteiro esquerdo Colombo que levava muitos torcedores mais cedo ao estádio do Pacaembu nas preliminares que antecediam aos jogos principais. Fez alguns amistosos no time de cima em 1948, mas foi a partir de 1949 que de fato ganhou uma vaga, jogando poucos jogos na sua posição original, sendo logo escalado na meia-direita ao lado de Cláudio, formando assim a maior dupla do clube em todos os tempos. Armava o jogo tanto pelo lado direito como esquerdo, sem lançamentos de 40 metros (era muito franzino), mas vindo com a bola dominada devido à sua habilidade. Ficou conhecido pelo apelido de Pequeno Polegar, pois era pequenino, o que não o intimidava de marcar muitos gols de cabeça. Mas o seu forte era o drible curto, executado com uma precisão impressionante, travando grandes duelos com marcadores bem maiores e fortes que ele, em especial o volante argentino Luiz Villa, que atuava no Palmeiras, jogador muito técnico, mas que foi vítima das suas fintas, chegando a cair sentado no gramado e de ver o meia corintiano sentar-se na bola diante dele. Foi o maior carrasco do time palmeirense, impondo um tabu no Campeonato Paulista de 1951 a 1958, com o maior adversário não conseguindo vencer o esquadrão corintiano. A inspiração e regularidade do time resultaram na conquista de três títulos paulistas (1951/52 e 1954), três conquistas interestaduais (1950 e 1953/54) e na conquista do primeiro título internacional do clube (1953), competição em que foi eleito o melhor jogador. O gol mais importante da sua carreira aconteceu no dia 06 de fevereiro de 1955, de cabeça, na decisão do Campeonato Paulista do IV Centenário da Cidade de São Paulo de 1954, contra o Palmeiras, no empate de 1 a 1 que dava o título ao Corinthians. Em 1961 recebeu passe livre pra jogar no Juventus da Mooca, o que considerou uma injustiça, retornando três anos depois. No ano de 1967 encerrou a carreira de jogador, dedicando-se depois no auxílio dos treinadores e chegando a vencer como técnico a primeira Copa São Paulo de Futebol Júnior (1969). Nos anos 70 chegou a comandar o time principal no momento que algum treinador saía, mas o seu negócio mesmo era jogando no campo. Em 1993, esquecido, concedeu uma entrevista ao programa Grandes Momentos do Esporte da TV Cultura, ganhando um busto no ano seguinte e jogando uma partida de despedida no ano de 1996.
OSWALDO SILVA ? BALTAZAR (Santos, SP, 14/01/1926 ? São Paulo, SP, 25/03/1997) ? Camisa 9 - Jogou no Corinthians de 1945 a 1957, marcando 267 gols em 409 partidas. Para muitos foi o melhor cabeceador brasileiro de todos os tempos, tanto é que o seu apelido era Cabecinha de Ouro. Baltazar era o nome do irmão de Oswaldo Silva, que passou a ser chamado assim, acompanhando-o por toda a sua carreira. Outro apelido que teve era Batata. Chegou ao Parque São Jorge em 1945, vindo do Jabaquara da cidade de Santos, para tornar-se o maior centroavante corintiano. Inicialmente jogava na meia-direita, mas quando Luizinho passou a jogar na posição, foi escalado para o comando do ataque e, mesmo não sendo técnico com a bola nos pés, era um centroavante perfeito, devido à sua fibra, espetacular impulsão e cabeçadas perfeitas após os milimétricos cruzamentos de Cláudio. O Corinthians ganhou o Torneio Rio-São Paulo de 1950, com ele sendo o artilheiro da competição com 9 gols e convocado para disputar a Copa do Mundo daquele ano. Participou de praticamente todos os títulos do Corinthians da década de 50. Costuma dizer que nunca foi muito bom com a bola nos pés, mas com a cabeça nem Pelé era melhor que ele (dizem que marcou 150 gols de cabeça). Sua popularidade era tanta, que ganhou um concurso para se souber quem era o jogador mais querido do Brasil. Quando o seu carro queimou na estrada foi presenteado com outro pela torcida corintiana. Ganhou uma marchinha de Alfredo Borba, cuja letra inicial começava com "Gol de Baltazar, salta o Cabecinha, 1 a 0 no placar?! Foi artilheiro do bicampeonato paulista de 1952 e das Eliminatórias da Copa do Mundo de 1954, chegando a disputar o Mundial. Saiu do Corinthians em 1957 para jogar no Juventus da Mooca, mas longe de repetir os mesmos feitos. Como treinador fez um bom Campeonato Brasileiro comandando o Corinthians em 1971. Da mesma forma que os companheiros Cláudio e Luizinho, recebeu um busto no Parque São Jorge, mas, diferente deles, não estava presente, pois já havia falecido.
MANUEL NUNES ? NECO (São Paulo, SP, 07/03/1895 ? 31/05/1977) ? Camisa 11 - Jogou no Corinthians de 1913 a 1930, marcando 239 gols em 313 partidas. Uma das maiores injustiças do futebol é quando o passado bem antigo é ignorado pelas gerações mais recentes. Muitos desconhecem a importância de Neco para o Corinthians. Foi ele quem deu a segunda bola ao clube e em 1911 já fazia parte dos quadros inferiores, ganhando uma vaga no time principal no ano de 1913, atuando na ponta-esquerda, sua posição original. Em 1914 está na equipe que vence pela primeira vez o Campeonato Paulista, sendo também o primeiro artilheiro corintiano na competição. Vence o Paulistão de 1916 quando já era um jogador de Seleção Brasileira. É campeão dos três primeiros tricampeonatos do clube, em 1922/23/24 e 1928/29/30. Baixinho, era um jogador completo, que buscava a bola na defesa para driblar todos os adversários que surgissem na sua frente, arrematando com força e precisão para marcar os gols do Corinthians. Quando atuava na posição de meia costumava armar as jogadas para os companheiros. Era um jogador muito raçudo, que não aceitava perder. O Corinthians deve a ele a mística da raça corintiana e o seu crescimento no futebol. Costumava usar uma cinta, da qual os torcedores gritavam para tirar, intimidando os adversários (jogadores e até mesmo juízes) ou para dar uma surra em quem tentasse prejudicar o seu time do coração. Foi o primeiro jogador do futebol brasileiro que ganhou um busto (12/10/1929). Jogou 17 anos pelo Corinthians, um recorde jamais igualado no clube. Como treinador corintiano venceu o Campeonato Paulista de 1937. Um símbolo que não pode ser esquecido.
OSWALDO BRANDÃO (Taquara, RS, 18/09/1916 ? São Paulo, SP, 29/07/1989) ? Foi técnico do Corinthians de 1954 a 1958, 1964 a 1966, 1968, 1977/1978 e em 1980/1981, comandando o time em 442 partidas. É disparado o treinador que mais vezes dirigiu o Corinthians, além de ser o mais carismático de todos. Ex-jogador de futebol, como técnico teve boas passagens no Palmeiras e Portuguesa de Desportos, além de também ter comandado o Santos e São Paulo. Assim que chegou ao Parque São Jorge em 1954 ganhou o terceiro Torneio Rio-Sâo Paulo do time. Mas o fato mais marcante na sua primeira passagem foi a conquista do título do IV Centenário. Após a perda do Campeonato Paulista de 1957 retornou ao Palmeiras, clube que também teve várias passagens marcantes, sendo que coincidentemente foi o treinador que mais vezes comandou o time, com 580 jogos. Apesar de também ganhar importantes títulos no rival, foi no Corinthians que se tornou o eterno técnico, tendo outras passagens na década de 60. Mas foi o título de 1977 que consagrou a sua passagem na história corintiana, que não era conquistado desde 1954 (era ele o treinador), do qual contribuiu muito, em uma época que se dedicava ao kardecismo, quando o seu filho estava com câncer. Na noite antes do jogo decisivo teria sonhado que Basílio marcaria o gol do título. Teve uma última passagem no início dos anos 80, mas não muito feliz. Foi supervisor do time quando Rubens Minelli era treinador. Quando faleceu foi enterrado com a bandeira do Corinthians.
COMO JOGARIA O TIME DO CORINTHIANS?
O goleiro Ronaldo lideraria a defesa com a sua forte personalidade e manteria a agilidade e precisão que o consagraram no seu início de carreira. Os laterais Zé Maria e Wladimir não subiriam muito ao ataque, já que o time tem à sua disposição dois pontas, com ambos se preocupando mais na marcação, algo que eram especialistas. A zaga composta por Amílcar (improvisado) e Brandão seria bem firme, pois os dois jogavam com dureza e técnica, tinham impulsão e distribuiriam as bolas com categoria aos companheiros do meio de campo. Roberto Belangero e Sócrates armariam o jogo pelo meio, com Roberto desarmando as jogadas adversárias neste setor e lançando a bola para os pontas, além do Doutor (também sabia marcar) que daria os seus refinados toques de calcanhar e também avançando ao ataque, sendo a segunda opção nas cobranças de pênaltis. Cláudio (o encarregado das cobranças de falta, pênalti e escanteio) e Luizinho armariam as jogadas pelo lado direito através das suas tabelinhas, tendo também o show a parte do Pequeno Polegar, com o ponta centrando a bola para a área sendo concluída pelo alto por Baltazar ou qualquer outro jogador disponível para finalizar com os pés. Cláudio, Luizinho e Baltazar formavam a Santíssima Trindade. E Neco, através da sua velocidade, técnica e fibra seria um perigo pelo lado esquerdo, tanto pela ponta como se infiltrando na meia-esquerda, concluindo a gol ou dando passes açucarados.
RESERVA: Cabeção, Idário, Luiz Carlos, Grané e Del Debbio; Paulinho e Neto; Marcelinho, Servílio, Teleco e Biro-Biro.
LUIZ MORAIS ? CABEÇÃO (São Paulo, SP, 21/08/1930) - Jogou no Corinthians de 1949 a 1954 e de 1958 a 1966, disputando 330 partidas. Goleiro que tem uma história no Parque São Jorge de mais de 75 anos, pois desde criança já frequentava o clube. Passou por todas as Categorias de Base, profissionalizando-se em 1949 para ser junto com Narciso o reserva de Bino. A partir do Campeonato Paulista de 1950 virou titular, posição que manteve até o ano seguinte quando chegou do Jabaquara o seu grande rival, o goleiro Gilmar. Ambos eram de nível de Seleção Paulista e Brasileira, disputando de forma acirrada a posição, apesar de serem amigos, com um corrigindo o outro nos treinos. Se Gilmar tinha mais altura e agilidade, Cabeção era tão seguro e preciso quanto ele, com ambos transmitindo muita confiança à torcida corintiana. Ganhou títulos importantes como o Bicampeonato Paulista de 1951/52 (não jogou nenhuma partida no último), três Torneios Rio-São Paulo em 1950 (reserva) e 1953/54 (no último também não jogou porque estava à serviço da Seleção Brasileira na Copa do Mundo) e a Pequena Taça do Mundo de 1953. No Campeonato Paulista do IV Centenário começou como titular e vinha jogando bem, mas não gostou quando o técnico Oswaldo Brandão o sacou do time pra colocar Gilmar para que adquirisse confiança, discutiu e foi emprestado ao Bangu, sendo vendido à Portuguesa de Desportos no ano seguinte (campeão do Rio-São Paulo de 1955). Quando retornou em 1958, Gilmar estava a serviço da Seleção Brasileira e era o melhor goleiro do Brasil. Continuou contribuindo com competência a sua função no gol nas ocasiões que o titular estava ausente e quando ele saiu pra jogar no Santos prosseguiu no time tendo agora ao seu lado goleiros como Aldo, Heitor e Marcial. Passou depois por outros clubes, mas esteve sempre ligado ao Corinthians, tornando-se um dos primeiros treinadores de goleiros do Brasil, revelando grandes nomes, inclusive o de Ronaldo, o maior goleiro corintiano de todos os tempos. Foi quem introduziu oficialmente as luvas no futebol brasileiro.
IDÁRIO SANCHES PEINADO (São Paulo, SP, 07/05/1927 ? Santos, SP, 18/09/2009) - Jogou no Corinthians de 1949 a 1959, marcando 6 gols em 475 partidas. Símbolo da fibra corintiana, só não está na posição de titular como lateral-direito porque anos depois o Corinthians teve Zé Maria, que também era raçudo (não tanto quanto ele), mas que jogava com mais técnica. Fez parte da excelente fornada de valores revelados pelo clube no final de 1949, ganhando logo a posição de titular, não pelo futebol técnico, mas demonstrando uma disposição em campo como nenhum outro jogador na época (e tinha bastante), conquistando logo os seus torcedores, pois muitas vezes através da sua raça superava qualquer deficiência técnica, marcando de igual para igual talentosos pontas-esquerdas, como Rodrigues (Palmeiras), Simão (Portuguesa de Desportos), Pepe (Santos) e principalmente Canhoteiro (São Paulo). A torcida ficava grudada nas grades gritando para ele não deixar o ponta passar. Chegou a jogar pela Seleção Paulista, mas para a Brasileira nunca foi convocado, o que fez dele presente na maioria dos títulos nos vitoriosos anos 50. O Corinthians teve duas históricas linhas médias formadas por Idário, Touguinha e Julião de 1950 a 1952 e Idário, Goiano e Roberto (1952 a 1959), com o valente lateral sempre estando presente. Mesmo ganhando menos que os principais ídolos nunca fez corpo mole em campo, jogando a final do IV Centenário contundido, mas alegou que não estava machucado, pois queria estar lá e ajudar o seu time do coração. Em 1959, com o time apresentando os primeiros sinais de decadência, foi escalado pelo técnico Sílvio Pirillo em uma função que fugia ao que jogava, desentendendo-se com o treinador, o que o fez sair do Corinthians e encerrar a carreira no Nacional da Comendador Souza.
LUIZ CARLOS GÁLTER (São Paulo, SP, 17/10/1947) - Jogou no Corinthians de 1967 a 1974 e disputou 333 partidas sem marcar gol. É o único representante do período da fila corintiana. Revelado nas Divisões de Base do clube, passou a jogar no time principal no final de 1967, mas ganhou notoriedade no ano seguinte, quando anulou Pelé na vitória do Corinthians por 2 a 0 contra o Santos, que não vencia o rival em partidas do Campeonato Paulista desde 1957. Zagueiro firme e profissional correto. É considerado até hoje um dos maiores na posição do time e muito respeitado pela torcida, mesmo não ganhando títulos importantes, vencendo apenas a Copa Costa Del Sol Internacional (1969), Torneio do Povo (1971) e Taça Laudo Natel (1973). Como a maioria dos jogadores do período de jejum, acabou saindo, sendo campeão carioca pelo Flamengo e rodando por outros clubes do Brasil.
PEDRO GRANÉ (São Paulo, SP, 10/11/1899 ? 1985) - Jogou no Corinthians de 1924 a 1932, marcando 51 gols em 189 partidas. Veio do Clube Atlético Ypiranga, quando já havia sido convocado à Seleção Brasileira e venceu a Copa Rocca (22/10/1922). Mas foi com a camisa corintiana que de fato se destacou, sendo até hoje o zagueiro que marcou mais gols pelo clube, com Chicão tentando recentemente bater a sua marca, sem êxito.  Grané se destacava pelas fortes cobranças de faltas e pênaltis, pois tinha um chute poderosíssimo, ganhando o apelido de 420, que era o nome de um canhão alemão da Primeira Guerra Mundial. Goleiros muito bons foram vítimas das suas cobranças, em especial o carioca Jaguaré, que havia zombado dele antes de uma cobrança de penalidade. Era alto e muito forte, mas não usava o seu corpanzil para levar vantagem diante dos adversários, pois era muito limpo na marcação. Chegou em 1924, fazendo parte do time que ganhou o seu primeiro Tricampeonato Paulista. Mas sua consagração começou a partir de 1928 quando voltou a ser convocado para defender o Brasil, com o Corinthians sediando jogos no Parque São Jorge (seu novo estádio era a Fazendinha) e formando o histórico trio final (Tuffy, Grané e Del Debbio). Os três foram tricampeões paulistas em 1928/29/30 e contribuíram nas primeiras vitórias internacionais do Corinthians.
ARMANDO DEL DEBBIO (Santos, SP, 02/11/1904 ? São Paulo, SP, 08/05/1984) - Jogou no Corinthians de 1922 a 1931, 1937 e em 1939, marcando 2 gols em 229 partidas. Um símbolo corintiano. Veio dos quadros inferiores (na época não havia Categorias de Base), já fazendo parte do time tricampeão paulista de 1922/23/24. Também conquistou o Tricampeonato de 1928/29/30. No primeiro Tri o trio final era composto por Mário (Colombo), Rafael e Del Debbio. E no segundo, o mais famoso, jogavam Tuffy, Grané e Del Debbio, provando o seu valor por estar presente nos dois, da mesma forma que Idário futuramente na linha média. Diferente do companheiro Grané, era duro na marcação, impunha carrinhos precisos e dizem que nunca atuou mal em algum jogo. A equipe do segundo Tricampeonato ficou conhecida como Esquadrão Mosqueteiro, pois era uma máquina em campo, jogando com talento e muita fibra, o primeiro time das viradas, conseguindo reverter as partidas quando estava perdendo. Em 1931 é vendido ao time da Lazio (Itália) junto com os seus companheiros Filó, Rato e De Maria, além de jogadores de outras equipes, o que ficou conhecida como a primeira leva de jogadores brasileiros ao exterior. Retornou ao Brasil em 1935, sagrando-se campeão paulista em 1937pela sétima vez, mas não jogando todos os jogos. Nas duas temporadas seguintes mais dois títulos, com Del Debbio, chegando a jogar uma partida no Tri de 1939. Venceu ainda o Paulistão de 1941 na função saindo no ano seguinte. Retornou para comandar o Corinthians de 1947 a 1948 e em 1963, mas foram passagens bem apagadas comparadas à primeira.
JOSÉ PAULO BEZERRA MACIEL JÚNIOR ? PAULINHO (São Paulo, SP, 25/07/1988) - Jogou no Corinthians de 2010 a 2013, marcando 34 gols em 167 partidas. A escalação de Paulinho é uma prova que não é somente jogadores do passado que estou priorizando nas minhas escolhas. Veio do Bragantino para se tornar o principal jogador da vitoriosa Era Tite. Volante moderno, que une o bom poder de marcação e o estilo ofensivo, além de ter categoria. Diferente dos principais companheiros de Corinthians, sua carreira no clube foi mais crescente do que decrescente, com um início difícil, vindo a seguir uma ótima sequência de títulos. Formou com Ralf a melhor dupla de volantes do futebol brasileiro de 2011 a 2013, algo que o Timão já vinha apresentando anos antes com Elias e Jucilei. O treinador gaúcho montou um time competitivo, decisivo e pragmático, resultando nas conquistas do quinto Campeonato Brasileiro (2011), da inédita Libertadores da América e do Bicampeonato Mundial Interclubes (2012). Paulinho conseguia marcar o atacante Neymar ,do Santos, como ninguém e anotou o histórico gol da vitória sobre o Vasco nas quartas de final da Libertadores, considerado por muito como o jogo mais difícil da competição, devido também à defesa do goleiro Cássio no chute do vascaíno Diego Souza cara a cara com ele. O volante corintiano desde 2011 passou a ser convocado constantemente à Seleção Brasileira, sendo vendido em 2013 para o Tottenham da Inglaterra, após uma excelente Copa da Confederações disputada no Brasil, sagrando-se campeão. Ainda teve tempo de ser campeão paulista no mesmo ano e receber as faixas do título da Recopa Sul-Americana mesmo sem ter jogado uma única partida, mas por ser querido por todos.
JOSÉ FERREIRA NETO (Santo Antônio de Posse, SP, 09/09/1966) - Jogou no Corinthians de 1989 a 1993 e em 1996/1997, marcando 80 gols em 228 partidas. Meia-esquerda que foi o principal responsável pela conquista do primeiro Campeonato Brasileiro do Corinthians. Começou a carreira no Guarani, sendo inclusive ele o autor do gol de bicicleta contra o Timão na primeira final do Paulistão de 1988 no Morumbi, mas que no jogo seguinte o título iria para o Parque São Jorge com um gol de Viola no estádio Brinco de Ouro, em Campinas. Neto também jogou no São Paulo e marcou um gol de falta contra o goleiro Zetti, quando jogava no Palmeiras, com a bola entrando debaixo das suas pernas. Quando estava no Palmeiras, não se entendeu com o técnico Leão, então veio ao Corinthians junto com o lateral-esquerdo, trocados pelo esquecido meia Ribamar e Dida, na mais bem sucedida troca que a diretoria corintiana fez ao longo da sua história. O meia gordinho tornou-se o mais importante jogador do time e o Brasileirão de 1990 foi conquistado principalmente devido às suas perfeitas cobranças de falta, mesmo não sendo ele o autor do gol do título. Por ter um temperamento explosivo, teve poucas chances na Seleção Brasileira, mas no Corinthians foi soberano, por ser um jogador diferenciado, com uma condição física que não ajudava, mas mesmo assim sendo fundamental na armação das jogadas e também marcando belos gols dentro da área adversária, sem se esquecer da facilidade que tinha cobrando escanteios, chegando a marcar gols olímpicos. Seu tento mais importante foi em uma perfeita cobrança de falta contra o goleiro Gilmar, que atuava no Flamengo, marcado quase do meio de campo do estádio do Maracanã. Chegou a ser suspenso por três meses por ter cuspido no rosto do árbitro José Aparecido de Oliveira em um clássico contra o Palmeiras. Foi jogar no futebol colombiano em 1993, chegando a atuar no Santos na temporada seguinte, completando o ciclo de jogar nos quatro grandes times paulistas, algo que antes dele apenas Cláudio tinha feito. Retornou em 1996 ao Parque São Jorge, com tempo de conquistar o seu único título paulista (1997), mas era mais reserva que titular, não tendo muito espaço, já que Marcelinho (outro grande cobrador de falta) estava lá.
MARCELO PEREIFA SURCIN ? MARCELINHO (Rio de Janeiro, RJ, 01/02/1971 ou 31/12/1971) - Jogou no Corinthians de 1993 a 1997, 1998 a 2001 e em 2006, marcando 206 gols em 432 partidas.  Foi o jogador carioca mais marcante do Sport Club Corinthians Paulista, tanto é que chegou a ser chamado de Marcelinho Carioca (no time já tinha o Marcelinho Paulista). Com uma boa passagem pelo Flamengo (clube que o revelou), chegou ao Parque São Jorge no final de 1993 declarando que chegava para fazer história. E de fato fez. Começou a jogar no ano seguinte em uma partida em homenagem ao retorno do centroavante Casagrande, mas ninguém imaginava que estreava um dos maiores jogadores corintianos de todos os tempos. Mesmo vencendo apenas a Copa Bandeirantes (ganhando vaga para a Copa do Brasil do ano seguinte), jogou muito bem na sua primeira temporada, sendo inclusive cogitado para jogar na Copa do Mundo do Tetra. Em 1995 viveu um ano maravilhoso, conquistando a primeira Copa do Brasil do clube (o gol do título foi dele) e o Campeonato Paulista, tendo muito destaque por suas assistências, velocidade e principalmente pelos gols, em especial os de falta, mostrando uma categoria talvez até melhor que a de Neto. Era, sem sombra de dúvidas, o grande ídolo da Fiel Torcida, que costumava gritar "Uh, Marcelinho?! Atuava principalmente na meia-direita, mas também jogava pelo lado esquerdo e às vezes com funções semelhante à de um ponteiro direito, pois centrava muito bem, além de cobrar escanteios com perícia. No ano de 1996 conquistou o inédito título do Ramón de Carranza. Venceu também o Paulistão de 1997, jogando depois no Valencia da Espanha com o objetivo de poder jogar a Copa do Mundo no ano seguinte por estar no exterior, mas não se deu bem no futebol espanhol. Quando retornou ao Brasil em 1998 foi organizado em São Paulo um leilão entre os clubes pra ver quem contrataria o Pé de Anjo, com a torcida corintiana votando em peso por telefone e trazendo de volta à sua verdadeira casa. Viveu mais uma fase vitoriosa em um dos maiores e melhores times da história do Corinthians, sagrando-se bicampeão brasileiro (1998/99), campeão paulista (1999 e 2001) e conquistando o primeiro Mundial Interclubes reconhecido pela FIFA (2000). Após desentendimentos com o meia Ricardinho,deixou o clube, retornando em 2006, mas jogando apenas 5 partidas, sem marcar gols. É um dos jogadores que mais ganharam títulos no Parque São Jorge.
SERVÍLIO DE JESUS (São Félix, BA, 15/12/1915 ? São Paulo, SP, 10/04/1984) - Jogou no Corinthians de 1938 a 1949, marcando 201 gols em 367 partidas. O grande jogador corintiano dos anos 40. Quando o Corinthians excursionou à Bahia pela segunda vez em 1938 (a primeira tinha sido dois anos antes), enfrentou pela primeira vez o Galícia, que tinha um meia-direita muito bom de bola chamado Servílio, que logo foi negociado. Naquela época levar um jogador que jogava fora do eixo Rio-São Paulo era um bom negócio tanto para o clube de origem quanto para o futebolista, que cresceria e teria quem sabe chances de jogar na Seleção Brasileira. Chegando à São Paulo se entrosou fácil com o elenco, formando uma grande dupla com o centroavante Teleco, vencendo os Paulistões de 1938/39 e 1941. Era alto e elegante, aplicando dribles muito bonitos, fazendo com que fosse apelidado de Bailarino pela torcida corintiana. Jogou várias vezes pela Seleção Paulista mesmo sendo baiano, pois a regra era que defendia a camisa se jogasse em algum time do estado. Teve também oportunidades na Seleção Brasileira. Mesmo sendo um grande craque e tendo excelentes jogadores ao seu lado, depois de 1941 não ganhou nenhum título paulista durante a década de 40, vencendo o Torneio Quinela de Ouro e a Taça Cidade de São Paulo de 1942/43 e 1947/48. Foi artilheiro dos Campeonatos Paulistas de 1945/46/47, quando também atuava como centroavante.
URIEL FERNANDES ? TELECO (Curitiba, PR, 12/11/1913 ? Osasco, SP, 22/07/2000) - Jogou no Corinthians de 1934 a 1944, marcando 254 gols em 266 partidas. Da mesma forma que Idário em relação à Zé Maria como lateral-direito, Teleco só não é o maior centroavante corintiano de todos os tempos porque teve depois Baltazar. É o terceiro jogador que mais gols marcou pelo Corinthians, atrás apenas de Cláudio e do próprio Cabecinha de Ouro. Mas sua média de 0,95 gols por jogo ninguém ultrapassou, nem mesmo Pelé, que é de 0,93. Veio do extinto time do Britânia (Paraná), tendo a partir de 1935 um destaque muito grande, pois logo no seu primeiro Paulistão firmava-se como artilheiro, repetindo a dose em 1936/37, 1939 (32 gols, recorde corintiano) e 1941, o que faz dele o corintiano mais goleador da competição. Quando a bola chegava à área costumava saltar girando o corpo no ar e batendo de virada com a sua fatal perna canhota, jogada que não foi repetida por nenhum outro jogador. Era veloz e excelente cabeceador, pois mesmo não sendo o Cabecinha de Ouro, foi o jogador do Corinthians que mais gols de cabeça marcou em um jogo, nada mais nada menos que quatro vezes. Foi convocado em algumas ocasiões à Seleção Paulista, mas nunca teve a chance de jogar pela Brasileira, fazendo muita falta na Copa do Mundo de 1938, principalmente na partida que o Brasil foi eliminado pela Itália, já que Leônidas estava contundido, fazendo com que o brilhante time brasileiro se contentasse em disputar o terceiro lugar vencendo os suecos. Em 1942, após as conquistas da Quinela de Ouro e Taça Cidade de São Paulo começou a apresentar um momento de decadência, perdendo aos poucos a posição de titular para o companheiro Servílio e Mário Milani. Nos anos 60, quando não jogava futebol há mais de 20 anos, foi convidado para cuidar da sala de troféus do Corinthians, função essa que permaneceu até o final da década de 80.
ANTÔNIO JOSÉ DA SILVA FILHO ? BIRO-BIRO (Recife, PE, 18/05/1959) - Jogou no Corinthians de 1978 a 1989, marcando 76 gols em 592 partidas. Um dos grandes ídolos da história recente do clube. Jogador que se identificou muito com a massa, atuando em várias posições, principalmente como volante e ponta-esquerda. Foi campeão pernambucano em 1977 e no ano seguinte era contratado pelo Corinthians. O seu apelido diferente não foi muito bem entendido pelo presidente Vicente Matheus que chegou a declarar que não queria saber de lero-lero. No mesmo ano seu nome diferente serviu de gozação para os eleitores que votavam para eleger os senadores, já que ainda demoraria pra ter o voto em urna eletrônica.  Como o seu pai gostava de uma fruta chamada biribiri, o apelido lhe caiu como luva. Marcou muito pela disposição mostrada em campo e pelo elevado número de partidas que disputou, além do diferente cabelo loiro encaracolado, sendo um jogador de pele bronzeada.  Começou a conquistar de fato a torcida devido ao gol de canela que eliminou o Palmeiras de disputar a final do Campeonato Paulista de 1979 contra a Ponte Preta, vencido depois pelo Corinthians. Estava no elenco do Movimento da Democracia Corintiana, sendo que na decisão do Paulistão de 1982, atuando como ponta-esquerda, marcou os dois gols mais importantes da sua carreira, na vitória de 3 a 1 sob o São Paulo. No ano seguinte foi bicampeão. Esteve também presente no título paulista de 1988 e no mesmo ano foi de fato eleito vereador da cidade de São Paulo.
OS ESQUECIDOS
Gilmar foi, para muitos, o melhor goleiro que jogou no Corinthians. Veio em 1951 como contrapeso do Jabaquara, já que o jogador CIciá era a contratação principal, que não foi muito longe, enquanto que o arqueiro brilhou por 10 anos no clube, mesmo passando por alguns desafios iniciais, como disputar a posição com o também brilhante goleiro Cabeção e as críticas que sofreu após uma goleada do time diante da Portuguesa de Desportos. Mas foi demonstrando o seu valor quando atuava, tornando-se o melhor na sua posição no futebol brasileiro, sendo goleiro corintiano quando o Brasil venceu a sua primeira Copa do Mundo em 1958. Muitos títulos trouxe para o Parque São Jorge através de atuações soberbas, principalmente o da decisão do Campeonato Paulista de 1954, era um grande ídolo, mas optei em não escalá-lo, pois pude perceber que havia muitas mágoas da sua parte em relação ao clube e outras que eram injustas de dirigentes e dos próprios torcedores. Mesmo tendo sido fantástico e muito vitorioso, prefiro escalá-lo em um Santos de todos os tempos, onde também ganhou muitas taças e achar que se identificou mais, apesar de considerá-lo espetacular nos dois times alvinegros, sendo difícil afirmar em qual dos dois tenha jogado melhor. Saiu do Corinthians em 1961, após 398 partidas.
Em algumas enquetes pude perceber que Domingos da Guia ganhou muitas eleições na posição de zagueiro-central do Corinthians em todos os tempos. De fato ele teve uma ótima passagem pelo clube de 1944 a 1948, totalizando 116 partidas, mas não considero que ele mereça ser o eleito, mesmo sendo considerado para muitos que o viram jogar como o melhor zagueiro brasileiro de todos os tempos. Infelizmente não conseguiu ser campeão paulista, vencendo apenas a Taça Cidade de São Paulo de 1947, mas, mesmo veterano, ainda era convocado para jogar nas Seleções Paulista e Brasileira, ainda apresentando um futebol que fizeram com que fosse apelidado de Divino Mestre muitos anos antes. Dizem que quando o time corintiano venceu o Paulistão de 1951 fez questão de viajar do Rio de Janeiro à São Paulo para cumprimentar os jogadores pela conquista que ele tanto buscou mas não conseguiu vencer. Entendo que sua grande passagem no Brasil tenha sido de fato no Flamengo (1936 a 1944), quando se apresentava na sua melhor condição técnica, época da Copa do Mundo de 1938 e por ser três vezes campeão carioca. No Bangu, clube que iniciou e terminou a sua carreira, também viveu uma grande fase. Seu filho, Ademir da Guia, também apresentava um futebol divino, mas como meia-esquerda. Apesar do titular corintiano (Amílcar Barbuy) não ser de fato um zagueiro, optei por ele por achar que merece (e muito) estar no Corinthians de todos os tempos.
O zagueiro Gamarra tem sido escolhido nas últimas enquetes. Não discordo por completo de ele ser eleito, pois, afinal de contas, das 80 partidas que disputou (marcou 7 gols), praticamente jogou bem em todas. Nascido no Paraguai e eleito o melhor zagueiro da Copa do Mundo de 1998, dificilmente fazia faltas e mesmo sendo baixinho tinha um posicionamento perfeito. Ganhou o Campeonato Brasileiro em 1998 e o Paulista no ano seguinte. Mesmo tendo atuado muito bem no Corinthians e de ser muito querido pela torcida, não escalo ele em um time de todos os tempos, pois acho que seria injusto com tantos jogadores igualmente históricos que disputaram muito mais jogos e de terem jogado muitos anos. Mas o paraguaio, com certeza, é o maior zagueiro dos últimos 25 anos e um dos melhores que passaram pelo Parque São Jorge.
Sem dúvida que a ausência que será mais comentada é a de Roberto Rivellino, principalmente pelos corintianos que tem hoje entre 50 e 60 anos, pois com certeza foi o grande ídolo deles no futebol.  Muitos o consideram o melhor jogador que passou pelo Parque São Jorge. Revelado pelas Categorias de Base, da mesma forma que Luizinho era uma atração nas preliminares do time dos Aspirantes, pelo futebol de lançamentos precisos, poderosos chutes a gol, belas cobranças de falta e o desconcertante drible do elástico, que aprendeu com o ponta-direita nissei Sérgio Etigo. Logo que passou a jogar no time principal em 1965, apresentava-se como um craque diferenciado, chamado de Garoto do Parque e depois de Reizinho do Parque, pois era considerado por muitos como o segundo melhor jogador do Brasil depois do Rei Pelé. Da mesma forma que eram depositados elogios à Rivellino, as cobranças também vinham em proporção, pois a cada ano que passava sem o título paulista, cada vez mais aumentava o desespero da torcida. Suas atuações eram maravilhosas, mas sempre no final da competição o time perdia as forças. Conquistas como o Pentagonal de Recife (1965), Rio-São Paulo dividido com Santos, Botafogo e Vasco (1966), Torneio do Povo (1971) e Taça Laudo Natel (1973) eram muito pouco para o que significava a história do Corinthians e o futebol de Riva. De importância mesmo foi estar presente como titular na Seleção Brasileira que foi tricampeã do mundo em 1970. Até que chega a final do Campeonato Paulista de 1974, vencendo o primeiro turno, garantindo a vaga do time na decisão no final do ano, mas acaba perdendo para o Palmeiras por 1 a 0, decepcionando os 100 mil corintianos que estavam presentes no Morumbi, com Rivellino sendo acusado como grande culpado pelo fato do Timão estar completando 20 anos sem vencer o torneio e foi vendido para o Fluminense, clube que ganhou muitos títulos, também jogando muito bem e que escalo na equipe de todos os tempos. No Corinthians marcou 144 gols em 474 partidas contra 53 gols em 159 jogos pelo Flu, praticamente quase o triplo e jogou no time paulista 10 anos, sendo que no Rio atuou durante 3 anos e meio. Em compensação venceu nas Laranjeiras o Bicampeonato Carioca de 1975/76, Torneios de Paris e Viña Del Mar em 1976 e a Taça Tereza Herrera no ano de 1977. Difícil optar pelos dois, mas por questão de formação tática não escalo o Rivellino no Corinthians (como reserva jamais!), pois antes optava por ele como volante, mas acabei mudando de opinião, por nunca ter jogado nessa posição e até mesmo ser considerado por muitos como o maior jogador da história do Fluminense. Talvez nas posições de Sócrates, Luizinho ou Neco ele teria vaga. Mas Rivellino, não foi um jogador tão decisivo quanto Sócrates, que contagiava a torcida corintiana nas brilhantes vitórias contra os principais rivais e por suas ideias. Não era tão querido quanto Luizinho, que nunca foi vaiado pelos seus torcedores, mesmo em final de carreira e único jogador que conseguia silenciar a torcida, pois quando dominava a bola pela primeira vez o Pacaembu fazia silêncio pra ver no que ia dar, então se o drible desse certo era festa até o final da partida. E não tão identificado quanto Neco, recordista de temporadas, que declarava juras de amor ao clube do coração, que jamais trocou de camisa, que nunca recebeu nada, pelo contrário, ainda dava dinheiro para ajudar o Corinthians, enfim, um corintiano que vestia a camisa. Roberto Rivellino aprendeu a amar o Corinthians e ninguém duvida que hoje ele seja corintiano, pelo o que o time significou na sua vida, sempre deixando claro que trocaria tudo (inclusive a Copa do Mundo de 1970) pelo título paulista. De fato, pelo o que jogou e de estar presente durante tantos anos, a sorte não foi a sua grande amiga no Parque São Jorge. Uma das grandes injustiças do futebol, sem sombra de dúvidas. Mas, independente do título, está no coração de todos e conseguiu cravar o seu nome na galeria de ídolos corintianos.
Muitos que elegem um time de todos os tempos confundem-se nos seus critérios de escolhas. Acham que o escolhido que tem uma grande história no futebol faz com que ele tenha que ser escolhido em um time, mesmo havendo na sua posição alguém mais marcante. O Corinthians, por exemplo, em 1966 teve na ponta-direita Mané Garrincha, considerado um dos maiores jogadores de todos os tempos, mas no Timão rendeu pouco se comparado a um Cláudio, Filó, Lopes, Vaguinho e o próprio Marcelinho. Ronaldo Fenômeno é outro exemplo, pois tem uma passagem fantástica no futebol, com grandes atuações pelo Cruzeiro, PSV Eindhoven, Barcelona, Internazionale, Real Madrid e Milan. Sem se esquecer da Seleção Brasileira, estando presente em 4 Copas do Mundo, sendo tetra em 1994 (reserva), vice em 1998, penta em 2002 (principal destaque da competição) e tornando-se em 2006 o jogador que mais gols marcou em Mundiais. No final de 2008 chegou ao Corinthians com esse currículo, mas muitos duvidavam que pudesse dar certo pelo histórico de contusões e estar acima do peso. Fez um primeiro semestre espetacular em 2009, vencendo o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil, com fantásticas atuações. Mas após tais feitos sua passagem começou a declinar, não conseguindo controlar a balança e percebendo no início de 2011 que teria que encerrar a carreira em definitivo. Com todo o respeito ao Ronaldo jogador, um fenômeno de fato, no Corinthians foi marcante, mas opto por Baltazar e Teleco, com certeza os dois "maiores? centroavantes corintianos de todos os tempos.
Tite é considerado por muitos como o mais importante treinador da história do Corinthians, apesar de vários torcedores não gostarem do seu trabalho. Teve uma passagem de 51 jogos em 2004/2005, mas obviamente que o seu grande momento foi na segunda fase, a partir de 2010, conquistando importantes títulos e criando um estilo de jogo pragmático, com uma forte defesa, um meio de campo firme e talentoso (principalmente por causa do volante Paulinho e do meia Danilo) e com um ataque rápido. Foi assim nas conquistas do Campeonato Brasileiro em 2011, Libertadores da América e Mundial Interclubes no ano de 2012 e na temporada de 2013 venceu o Campeonato Paulista e a Recopa Sul-Americana. De fato uma carreira completa como treinador corintiano, sendo um dos poucos que atingiu três anos ininterruptos e vencendo tudo quanto é torneio. Estranhamente no segundo semestre de 2013 o time decaiu repentinamente, sem a mesma pegada de antes, protagonizando péssimos jogos no Campeonato Brasileiro e sendo eliminado da Copa do Brasil no dia 23/10, única competição que faltava no seu currículo no Corinthians (ganhou justamente contra o time paulista em 2001, quando comandava o Grêmio). Atingiu a marca de 264 partidas, tornando-se o segundo treinador que mais vez comandou o Timão, superando Rato, que tinha 263 jogos.
Menções honrosas a jogadores que marcaram gols históricos, como Paulo Borges (autor do primeiro gol contra o Santos na vitória de 2 a 0 de 06/03/1968, quebrando o tabu de vitórias de 11 anos), Basílio (marcou aquele que é considerado o maior gol da história do Corinthians, na vitória de 1 a 0 em cima da Ponte Preta no dia 13 de outubro de 1977, terminando uma fila de22 anos que não vencia o Campeonato Paulista), Tupãzinho (fez o gol do primeiro título do Campeonato Brasileiro, vencendo o São Paulo pelo placar de 1 a 0 em 16/12/1990, além de outras grandes atuações, que lhe valeram o apelido de Talismã), Romarinho (autor do histórico gol contra o Boca Juniors, em La Bombonera, no empate de 1 a 1 na primeira final da Libertadores da América de 2012), Emerson Sheik (fez os dois do título na final da Libertadores de 2012) e Guerrero (marcou todos os gols na conquista do Mundial Interclubes em 2012).













Fotos: Arquivo particular do colunista
Imagem: @CowboySL

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